A etiqueta da sedução (03 #01)

Caro leitor, mergulho no século XIX e começo do século XX e descubro no fundo da Biblioteca Nacional de portugal um tesouro inestimável de obras que fundamentam o imaginário amoroso. São pequenos opúsculos publicados em editoras populares em Lisboa e no Porto entre 1842 e 1937 que preservam a cartografia amorosa. Nestas coletâneas, os modelos de cartas, os textos poéticos e lúdicos vão balizando o caminho dos amantes do namoro ao casamento. De fato, os Secratários, Conselheiros e Mensageiros estabelecem um ritual codificado exigido e executado nos espaços e tempos definidos pelas condutas da sociedade patriarcal burguesa, e pelos cânones do romantismo português. Mas, caro leitor, tratando-se de corações apaixonados, a escrita epistolar canônica desvanece-se no verbo amoroso que é poesia e desagua numa forma transgressiva feita de linguagens codificadas. Encontrará, portanto, em a Etiqueta da sedução: Secretários, Conselheiros e Mensageiros dos amantes publicados em Portugal (1842-1937) as duas facetas da arte da conquista veiculada pelos manuais de cartas de amor portugueses: aquela que respeita as regras sociais - a etiqueta - e aquela que é jocosa e transgressiva - a sedução - delicioso savoir-vivre na arte do amor. E se precisar declarar o seu amor "à moda antiga" tem à sua disposição modelos de cartas e textos escolhidos e coligidos no novo secretários que segue o estudo.

Literatura Estrangeira