A DÚVIDA

"Até vir morar em Roma, em 1971, eu não havia escrito nem um simples cartão. Pode ser que a casa tenha me inspirado, porque em 4 ou 5 anos concluí um manuscrito que intitulei Assim falou Bellavista." Não se sabe ao certo até onde a inspiradora casa - já tinha sido residência do escritor Robert Graves - teve influência, mas o fato é que o livro se tornou um fenômeno de vendas da editora italiana Mondadori.

Desde então Luciano De Crescenzo não parou mais de criar sucessos. Por um lado escrevendo sobre a civilização grega, a filosofia e os clássicos - suas paixões. Por outro, fazendo uso do humor na peculiar mídia italiana e na Internet. Em A dúvida, o autor recorre mais uma vez ao humor para falar de acaso, necessidade, entropia, tempo e espaço.

Trata-se de um pequeno livro sobre grandes perguntas que sempre fascinaram os pensadores amadores e profissionais. Um: é o Acaso ou o Destino que governa o mundo? Dois: o que é o Tempo? Três: o que é o Espaço?

Tal discussão, a princípio, poderia sugerir um sisudo volume de teorias físicas ou espirituais. Mas para a delícia de seus fãs, que devoraram as duzentas mil cópias de A vida de Luciano De Crescenzo escrita por ele mesmo, o autor sente-se livre para descobrir um lado irônico dessas questões transcendentais. Assim, um café com leite bem misturado tem tudo a ver com a entropia. "Tem muito. Porque mais cedo ou mais tarde o Universo se tornará um imenso Cappuccino. Realmente a matéria está destinada a pulverizar-se e então todas as matérias existentes formarão uma única massa, completamente homogênea, e não haverá diversidade entre um ponto e outro do Universo."