“Nesta peça de sonho o autor tentou, como na sua peça de sonho anterior, To Damascus, imitar a inconsequente mas transparente forma lógica de um sonho. Tudo pode acontecer, tudo é possível e provável. Tempo e lugar não existem; em uma insignificante base de realidade a imaginação gira, tecendo novos padrões; uma mistura de memórias, experiências, fantasias livres, incongruências e improvisações. Os personagens, dividem-se, dobram-se, multiplicam-se, evaporam, condensam-se, dispersam-se, agrupam-se. Mas uma consciência reina sobre todos eles, a do sonhador; para ele não há segredos, nada ilógico, nem escrúpulos, nem leis. Ele não absolve nem condena, mas simplesmente relata; e do mesmo modo que um sonho é mais freqüentemente doloroso do que feliz, então um fraco som de melancolia e de piedade por todos os seres mortais acompanha este conto tremeluzente.”
Do prefácio de Strindberg para Os Sonhos.