A Criação do Amor

Um mergulho no que há de mais vital na existência humana. O psicoterapeuta e ex-alcoólatra John Bradshaw elabora de maneira didática, e ao mesmo tempo muito carinhosa, a construção do amor, uma das mais gratificantes mas também mais difíceis experiências afetivas da vida. E depara com uma realidade apavorante: a falta de amor, a carência, o vazio afetivo que leva a humanidade à loucura, à violência, à dor. Ele cita Thomas Moore para estabelecer que "a alma, no fundo, é amor". E a dor na alma, sentimento arcaico, é, portanto, dor de amor não vivido, dor de amor ausente.

John Bradshaw vai discutir e acompanhar com atenção o desenvolvimento destas primeiras vivências, suas marcas insolúveis e suas influências na busca de amor — uma busca ansiosa, e muitas vezes triste ou frustrada, que leva muita gente a perder em vão toda uma vida. O método de pesquisa e de avaliação de John Bradshaw é o mesmo que norteou sua ânsia por um afeto desconhecido que o levasse à compreensão e ao alívio de sua confusão de angústias, ansiedades, pavores e raivas: sinceridade, muito esforço e muita coragem.

Esta dor que o bloqueava, origem de seu alcoolismo duramente superado, pôde ser vivenciada, entendida e suportada, apesar de toda sua intensidade. O autor apresenta os caminhos pelos quais são criadas as emoções e como elas se desenvolvem até a estruturação do caráter, muitas vezes ressentido e amargurado. É possível, segundo ele, ser mais feliz e alcançar a alma afetivamente plena, ainda que esta seja hoje aflita.

John Bradshaw apresenta explicações simples e detalhadas em gráficos da construção e desenvolvimento da personalidade, muitos testes de autoconhecimento sobre a capacidade de amor de cada um em relação aos pais, aos filhos, a Deus, ao amor conjugal, por amigos, pelo trabalho e, acima de tudo, por si mesmo. A criação do amor é ainda uma boa dose de auto-estima que o leitor recebe em mínimos afagos como este: "Ame a si mesmo pela esperança que você tem. Você não se esforçaria para mudar este amor frustrado se não fosse esta esperança."

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