A cor do amanhecer

A cor do amanhecer Yanick Lahens


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A cor do amanhecer





Angélique levanta-se primeiro todas as manhãs, na casinha nos arredores de Porto Príncipe que divide com a mãe, a irmã Joyeuse e o irmão mais novo Fignolé. Numa madrugada cinzenta de fevereiro, a preocupação o domina: Fignolé não voltou e durante toda a noite os tiros não pararam de ressoar ao longe.

Angélique la sage é uma menina submissa, uma irmã exemplar, uma mulher de trinta anos aparentemente resignada. Sua família, o filho que teve por acaso, os pacientes do hospital, constituem seu único horizonte. Joyeuse, bela, sensual, não abdicou de sua liberdade, de sua revolta, de seu desejo de felicidade e de uma vida melhor, apesar da miséria, da violência e dos sequestros que acontecem diariamente. Apoiadas pela mãe, figura protetora e pivô da casa, como suas queridas divindades vodu, as duas mulheres buscam notícias do jovem.

Ao longo do dia e de sua busca, Angélique e Joyeuse, na realidade as duas faces do mesmo desespero, desenham uma geografia apocalíptica da cidade. Fignolé, militante decepcionado do Partido dos Indigentes, perdeu-se nas reviravoltas de uma luta impossível, nos perigos da desordem absoluta.

Yanick Lahens, ao retratar com notável economia de meios o destino de uma família comum, constrói a alegoria de um país onde a monstruosidade gostaria de ser lei. Mas seu livro é pungente porque em cada página a revolta ensurdece e explode a vontade de viver.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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Leituras de 2022 | Cortesia A cor do amanhecer [2008] Yanick Lahens (Haiti, 1953-) Paris de Histórias, 2022, 200 pág. Trad. Sônia Gabilly A história do Haiti é também a história da primeira República Negra do mundo, não (e nunca) apenas uma sequência de narrativas sobre tragédias naturais e misérias fabricadas pela exploração capitalista. Nas palavras da autora Yanick Lahens, nascida em Porto Príncipe, esse país do qual brotam suas narrativas é, “ao mesmo tempo, um produto da ... leia mais

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