O «inferno/ indizível» de valter hugo mãe representa uma crítica expressionista do mito romântico do bom selvagem. A cobrição das filhas é perpetrada por «rapazes bichados» que não passam de sanguinolentas figuras rapaces, predadores de ventres prenhes de espectros e «carnes podres». O morticínio e a decomposição constituem pois a matéria negra desta poesia essencialmente climática, simbolizada nas viúvas que vestem a morte e dão a ver a escuridão existencial. Enquanto «poços na imagem», elas são as mães enlouquecidas, figurações semióticas da devastação e aparições filosóficas do sentido oculto que nos torna transparentes: «somos simples, somos buracos / ao canto do dia, / através de nós vê-se tudo".