As palavras provam sua força nas crônicas de Marina Colasanti. São cuidadosamente dispostas com o esmero de quem quer extrair "o máximo do mínimo", como diz a própria escritora, que com elas constrói alicerces profundos, sem deixar de lado a leveza no acabamento.
Leveza desses "textos a cavalo" - com um pé no estribo da literatura, outro no do jornalismo - , que não impede Marina de tocar em temas difíceis como a desigualdade social e a violência, ou mesmo de relatar o descaso com que são tratados a natureza e os animais. Muito menos de deixar passar assuntos contemporâneos - para onde nos levarão a febre tecnológica, o culto ao corpo e à juventude? - e, ao acrescentar certa melancolia aos relatos, trazer ecos da infância e da guerra.
Artista de pulso firme e mãos delicadas, Marina assina texts e ilustrações de sua "casa das palavras".
Crônicas