Este livro analisa a dinâmica do recrutamento militar e seus desdobramentos sobre o processo de construção do Estado Imperial Brasileiro. Marcado por um complexo regime de isenções e privilégios, e dependente dos poderes locais para a realização de suas rotinas administrativas, o recrutamento militar é um objeto privilegiado para observar as relações entre Estado e sociedade durante o século XIX. Arbitrário e brutal, mas raramente eficaz, o recrutamento militar revela os limites ao processo de construção do Estado no Brasil imperial, e à sua volta estruturavam-se inúmeras formas de negociação, resistência e compromisso entre os agentes do Estado e os possíveis recrutas. O serviço militar representa, pois, uma arena crucial para o entendimento de como questões de justiça distributiva e formação de identidades sociais vinculam-se aos processos de formação do Estado