O Poder Político Na URSS

O Poder Político Na URSS Jacques Tatu

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O Poder Político Na URSS


De Kruschev à atualidade




Porque e como Kruschev foi derrubado? Quais são as perspectivas da atual direção colegiada que tem Brejnev e Kossiguin os seus dois "pontas de lança"? Poderá o sistema soviético substituir? São estas algumas perguntas capitais para toda a humanidade e que o livro de Michel Tatu oferece uma resposta concreta.

O autor aperfeiçoou um método de pesquisa original que lhe permitiu, com surpreendente êxito, penetrar nos segredos do poder soviético: escrutinou, passou pela fina peneira de sua extraordinária capacidade de observação e análise, todas as publicações soviéticas oficiais dos últimos anos, desde o Pravda ao Izvestia até os mais obscuros diários de província, desde as atas do Presidium do Soviete Supremo até os boletins de um remoto chefe de Kolkhoze. E forneceu-nos a prova de que, para quem se iniciou na linguagem esotérica do aparelho do partido comunista, os debates e querelas, ainda as mais íntimas, dos círculos oficiais do Kremlin podem levantar uma boa parte de seu ministério. Manejado com prudência, com fria lógica e de um modo consequente, o método de Michel Tatu permitiu desvendar com grande antecipação as dificuldades com que o poder pessoal de Nikita Kruschev iria fatalmente esbarrar; e também permite apontar hoje as fraquezas e os pontos vulneráveis da direção coletiva implantada após a queda de Kruschev.

Analisando por esse método as grandes crises em que assistia como correspondente do jornal francês Le Monde em Moscou, de 1957 a 1964, Michel Tatu revive todos os perturbadores acontecimentos em maio de 1960 que, após o incidente do avião americano de espionagem U-2, abatido nos céus de Sverdlovsk, levaram Kruschev a sabotar a conferência de cúpula em Paris. Reconstitui desde o interior do próprio Kremlin à famosa confrontação do Caribe, mais conhecida pela designação de "crise dos mísseis de Cuba", que colocou o mundo à beira da guerra nuclear em outubro de 1962. Diante desses dias de suspense dramático, Tatu projeta nova luz sobre a crise de autoridade que Kruschev sofreu nessa altura e que marcou o início do declínio de seu poder pessoal, abalado por uma série de conchavo palacianos. De passagem, penetramos nos meandros da operação de desestalinização, seus propósitos velados, seus golpe e contragolpes e, finalmente, o livro descreve-nos, dia a dia, a marcha da "revolução do palácio" que instalou no poder, em outubro de 1964, a atual direção coletiva. A análise da atividade dessa direção até o XXIII congresso de abril de 1966 e suas consequências imediatas levou ainda o autor a muitas outras descobertas significativas sobre a coesão da dupla Brejnev-Kossiguin.

Trata-se de uma obra especialista? Todos os especialistas deverão ler, visto que constitui um daqueles raros livros que fornecem mais do que os fatos e ideias já conhecidos. Mas o autor não esqueceu também que é um jornalista, um dos profissionais de imprensa de maior prestígio e autoridade na Europa, e que seu público habitual é o chamado "grande público". Os acontecimentos abordados não podem deixar indiferente qualquer tipo de leitor, e todo homem esclarecido deve saber quem governa Moscou e como quem tem mais fortes chances de arrebatar as rédeas do poder soviético em anos vindouros. Mais concretamente, qual a viabilidade de as alavancas do poder se manterem nas mãos dos seus atuais detentores?

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