Amanda_gv
11/05/2024Acredito que esse foi um dos livros que mais tomei nota durante a leitura. Anotei os pontos que me chamaram mais atenção, insights que tive durante certas passagem e percepções sobre os personagens. Amei ter feito isso com essa obra, porque acredito que esse é o objetivo dela ao existir: inspirar a reflexão sobre o que foi escrito e do que nós, enquanto sociedade, somos e vamos ser.
É um livro incômodo; ele abre questionamentos, instiga o pensamento crítico e um posicionamento por parte do leitor.
Não concordo com 90% de como a sociedade "civilizada" é organizada e funciona, porém, pouco me coloco do lado das crenças do Selvagem, por serem construídas em cima de uma moral cristã que não acredito ser o caminho. Existe uma crítica sobre o aprendizado por repetição imposto no sono, porém o Selvagem pouco se difere por ter construído seu senso crítico por meio da leitura repetida das mesmas obras, sem ter acesso a outras perspectivas.
É absurdo o abandono do nascimento natural e dos conceitos de família que se segue ao construir um mundo onde não temos esses laços, mas impor como regra uma castidade e pureza sexual também já é demais. O livro trás constantemente extremos quase que muito extremos, o que causa o choque.
A mensagem que mais me impactou foi a reflexão em torno da felicidade pura ser diferente da felicidade sentida após momentos de instabilidade. Esse triplex permanecerá no meu consciente, sempre que relembrar essa leitura.