JPHoppe 09/03/2016
Vivemos em um período marcante da existência da espécie humana, dando os primeiros passos rumo ao espaço. Os primeiros passos foram dados na Lua no final da década de 60, sondas foram enviadas para todos os planetas do Sistema Solar, assim como as principais luas, e pelo menos um objeto feito pela humanidade já se encontra além da órbita de Plutão, singrando seu caminho pelo vácuo interestelar.
A exploração espacial é apenas um exercício de vaidade e display de poder? Ou é uma ferramenta poderosa para a extensão do conhecimento humano, compreender a evolução do universo e, em consequência, compreender nosso próprio lar, a Terra? Nas 360 páginas, Sagan argumenta a favor da segunda hipótese, usando seu estilo característico, quase sempre deixando espaço para o leitor ponderar profundamente a respeito.
Duas passagens do livro são marcantes. Em primeiro lugar, a famosa reflexão sobre o pálido ponto azul, referindo-se a fotografia da Terra tirada pela sonda Voyager 1 passando por Saturno. É uma lição de humildade muito forte, ao vermos o quão pequenos somos na escala do Universo.
A segunda passagem é uma sugestão de sua agora viúva Ann Druyan: olhar para o pálido ponto azul e imaginar que Deus criou tudo presente nele, e em todo o Universo, para uma das mais de 10 milhões de espécies que o habitam. E, se isso não parecer improvável, olhar para qualquer um dos outros pixels e imaginar que eles possuem vida inteligente, com as mesmas crenças de que o Universo foi feito para elas. O quão a sério você os levaria?