Bru 27/01/2022
Uma redenção bem construída para um personagem imperfeito
Os livros dessa saga sempre foram excepcionalmente fatídico e frenéticos. Sempre pensei muito em abandonar os livros, desde o primeiro, com o ritmo inicial.... simplesmente não me prendendo. Mas esse livro em específico....
Primeiro que algumas coisas do universo de TOG foram mal construídas ou simplesmente desnecessárias, ao meu ver.
*POSSÍVEIS SPOILER DOS LIVROS ANTERIORES*
Ok, as bruxas são naturalmente cruéis com o resquício de sangue valg. Mas e se não fossem exatamente más, mas coagidad a serem más?
Ok, as bruxas são incrivelmente poderosas e fortes, imagina UMA LÍDER. Mas não, aelin consegue matar a matriarca relativamente fácil.
Ok, as ARANHAS (KKKK, pra mim a maior perda de tempo da saga) são más e etc, impossível pegar um pouco da teia e sair impune, MAS MANON CONSEGUE.
*FIM DE COMENTARIOS DOS OUTROS LIVROS*
Mas pelo amor de deus, a aranha resolver contar tudo pra nesryn, como um vilão de anime genérico? Ah, pelo amor. Ladrando demais e mordendo de menos. Poderiam apenas não falar sobre isso nos livros, seria mais elegante.
ENFIM, VOLTANDO AO LIVRO (se você leu até aqui deve estar se perguntando por que uma nota tão alta....)
Nesryn e Chaol não me convenciam. Nem como casal e nem como personagem. Casal mais sem tempero dos universos literários. Ai como personagem...
Nesryn só apareceu do nada, sem apresentações que comovessem ou seja lá o quê. Chaol parecia um personagem honrado e leal, com muitas qualidades e uma mentalidade fixa.
Mas (e aqui começam os pontos fortes do livro) e se Chaol não fosse nada daquilo? Ou, pelo menos, não mais.
Chaol começa o livro amaldiçoando a cadeira de rodas e aumentando as tragédias da vida dele. Como sempre fez. O teimoso e arrogante de sempre, com os maiores problemas do universo, etc.
Começa o livro contrapondo a sua personalidade honrosa etc com a atual. Ainda dando vislumbres de que se enxerga como a pessoa de antes, se recusando a ficar com yrene pra manter a honra dele e de nesryn, como se se exaltasse ainda demais.
Compreensível, visto que sua única válvula de escape. Sua única motivação a agir é ainda a culpa, e tentar seguir pelo menos uma única vez a sua própria palavra.
Aos poucos, se permite (quase forçado, ou forçado) a encarar definitivamente tudo aquilo que ele não cumpriu. Se ver sem as máscaras que ele construiu a si, se libertar de simplesmente esconder que ele realmente fez muitas coisas que deixaram a sua mente em conflito, mas ainda há um juramento que ele pode cumprir. Algo que o pode mover, senão a culpa. Além do amor.
Achei sua redenção válida e bem construída na maior parte do tempo. Chato que no final "Ah, não era magia, era autoperdao". Mas acho mais aceitável do que o arco das aranhas, que sinceramente acho uma furada desde a primeira menção a elas.
Quanto a nesryn..
Passei a respeitar ela um mais. Gostar dela. Mas sinceramente, longe de ser muito. Embora legal ela e sartaq, etc. Mas sempre foi sobre chaol. Parece até que ela foi criada como premio de consolação por parte da SJM, caso nao houvesse um outro livro ficaria por isso mesmo. Não reclamo, mas não exalto. A parte dela cumpriu o que propôs, apresentar persnagem. That's it
Pontos fracos do livro: ora,
As aranhas realmente me incomodaram demais. E demorou muito pra desenrolar a história. Foi o livro que mais cheguei e desistir, e olha que todos foram difíceis de levar adiante.
Pontos neutros: incomoda um pouco todos os personagens serem tão lindos, mas sinceramente, prefiro assim. A única que não é lá essas coisas é a Elide, o que me causa até certa agonia de ver fanart dela. Se houvessem realmente personagens feios, o fandom fariam fanarts bonitas, então melhor que sejam lindos por natureza.
Outra coisa, essa dinâmica de personagens serem sempre incríveis não me incomoda. Na verdade gosto.
Incomoda um pouco os casais serem tão premeditados, e sempre haver um casal. Mas prefiro q seja assim. Sendo sincera com vocês. nao espera-se coisas reais em um livro de fantasia. Particularmente leio pra isso.
Conclusao: gostei bastante, era necessário melhorar a imagem de Chaol se ele vai aparecer ainda. Valeu a leitura, Chaol é de longe o personagem mais humano da saga. O QUE me é incrivelmente positivo. Embora todos sejam longe de serem perfeitos (yrene pra mim é quem mais chega perto da perfeição), Chaol se mostra como o mais imperfeito. Fazia falta.
Yrene foi uma personagem gostosa de ser conhecida, uma das que mais gostei, tanto por ser uma curandeira e não outra linha de frente na batalha quanto pela trajetória. Ponto bem forte.
Achei bem legal ser introduzida uma utopia em formato de Reino, um vislumbre do que deveria ser Adarlan e pode ser Terrasen. Boa sacada.
Enfim, uma nota entre 7 e 8. Um livro, racionalmente falando, bom. Mas em minha opinião, muito bom. Agradou trabalhar em um lado tão humano num personagem, a sua recusa em ver a realidade e a materialização de todo o desgosto na forma de Celaena, como se mesmo enxergando o errado, ele ainda precisasse materializar em uma única pessoa pra fazer sentido. Foi essa interpretação que me fez me Ver um pouco em Chaol, o que me fez realmente gostar do livro. Enfim, um dos livros que me marcou. Uma boa leitura