Resenhas - O elefante desaparece

Vinny Britto 16/01/2020

Se eu fosse levar só em consideração essa minha primeira experiência com o autor, com certeza eu passaria bem longe dele daqui pra frente.
Dos contos que consegui finalizar, praticamente todos foram ruins e me deixaram a impressão de que Murakami é superestimado, principalmente aqui no Brasil.
Estou participando de um projeto "Lendo Murakami em 2020" e esse foi o livro escolhido para janeiro.
Comecei com o pé esquerdo e espero mudar essa visão durante o ano lendo os romances.

Ju_leitora 27/01/2022

Vale a pena pra conhecer o autor.
Bem black mirror mesmo. Um pouco fora da minha zona de conforto, mas o livro é bom de um modo geral. Os contos, mesmo os mais doidos, são bem engraçados e os finais são completamente imprevisíveis.
A leitura flui bem e a escrita é excelente!

Nice Freiry 19/02/2023

Minha primeira experiência lendo algum livro do Murakami e no geral gostei.
Livros de contos sempre são difíceis de avaliar porque tem contos que te agradam mais do que outros.
Adoro o anime Jojo e em algumas histórias o tom de estranheza e bizarrice me lembrou muito o anime. São monstros que aparecem, elefantes que somem, coisas sendo queimadas, assalto a uma lanchonete, anão dançante, entre outras loucuras da mente do autor.

twentyoneana 10/05/2023

Murakami é interessante pq sabe escrever sobre acontecimentos fantásticos no cotidiano com muita naturalidade, fica bonito de ver uns carinha indo trocar sua tv, um anão dançando na floresta e etc.
mas quando ele se propõe a escrever só sobre o cotidiano em si é basicamente ver o mesmo personagem repetido, sem personalidade e com uns plots esquisitos nd a ver com nd
livro bom mas errr

Dani 23/04/2020

Na minha opinião, um dos livros de conto mais fracos de Murakami. Apesar de contar com ?Sono? e ?Queimar celeiros?, que são obras de arte e merecem ser lidos, muitos dos contos do livro são arrastados e bem esquecíveis.

moara 11/06/2024

Alguns muito bons e bem malucos, outros marromeno e outros bem ruinzitos. Acho que foi uma boa pra começar a conhecer o autor. agora dalhe um romancinho dele

Yan 01/06/2020

Um retrato subjetivo da solidão contemporânea
O Elefante Desaparece traz contos com temáticas do realismo mágico, como a normalidade do absurdo, a percepção subjetiva da realidade pelos personagens e o dia-a-dia permeado por situações inusitadas, representadas seja por uma fábrica de elefantes numa sociedade pós-imperial, ou na sensação de que as outras pessoas estão menores, e até na expulsão de um monstro verde, criado por uma mente fértil e não sadia.

A maneira como as estórias são conduzidas pode soar repetitiva: assim como em outras obras, Haruki Murakami dialoga com diversos escritos seus, criando, de certo modo, um padrão na elaboração psicológica dos personagens, uma vez que, assuntos como a solidão, problemas do passado e vidas metódicas aparecem exaustivamente. De certo modo, a repetição colabora com a coesão geral do livro, mas às vezes soa tediosamente nostálgica e enfadonha.

Apesar da similaridade exaustiva, o autor consegue delinear retratos confiáveis da subjetividade contemporânea, construindo tipos que com certeza trarão uma sensação de familiaridade, como se o leitor já tivesse enfrentado alguns dos dilemas retratados na obra. Porém, ainda que Murakami apresente referências majoritariamente ocidentais, os problemas dos personagens estão intricados na teia de um Japão urbano e desenvolvido.

Em suma, O Elefante Desaparece exige paciência e cordialidade na leitura, afinal, as descrições podem ser cansativas ao, por exemplo, explicarem exageradamente temas cotidianos. Além das reflexões suscitadas, ainda que quase sempre inconclusivas, soarem desprovidas de sentido. Minha sensação ao fim da leitura foi paradoxal: ao mesmo tempo que senti a falta de alguma coisa, percebi que isso estava lá, ostensivamente exposto nos dezessete contos.

juhpancini 02/06/2020

Não sou muito fã de livros de contos, mas gosto bastante do Murakami, já havia lido 3 ou 4 livros dele, então resolvi arriscar.

Foram 4 meses de leitura, 4 livros lidos "no meio" desse e o gostinho final foi muito bom. Tem contos excelentes! "Sono" eu tenho um livro só com esse conto, é minha história favorita do Murakami, uma das mais fascinantes que já li na vida, é sem dúvida o melhor conto desse livro. Além desse, ele termina muito bem com o conto que dá nome ao livro e com o anterior, "Silêncio". Diria que foram os meus 3 favoritos do livro.

Todos tem bem marcante o estilo de escrita do Murakami, aquele mundo real que do nada acontece algo "sobrenatural" e te deixa intrigado: será que isso realmente aconteceu? Mas a escrita deixa claro que sim.

Talvez ler 17 histórias seguidas nesse estilo, pode ser cansativo. Então a dica que dou é ir intercalando com outros livros, como são contos não atrapalha o andamento.

maxiattheshore 19/02/2024

Não entendi nada mas gostei
Esse livro por um lado é muito bom por ter uma leitura facil que prende a atenção do leitor mas todos os contos parecem meio inacabados, eu acho que a intenção é que eles sejam abertos pra interpretação mas em alguns deles eu nao consegui interpretar nada ? a maioria não é difícil de entender então isso não é um problema TAO grande mas eu acho que eu gostaria mais de finais pelo menos um pouco mais conclusivos

Arthur Pacheco 09/05/2019

Muito legal!
A coletânea possui umas histórias fantásticas, outras normais e umas bem chatinhas. Como amante da cultura japonesa pude perceber como a arte se transforma na literatura, Murakami tem uma escrita leve e interessante - quero poder descobrir mais obras desse autor.

Carminha Pires 26/06/2019

Contos para você ler e reler!
São 17 contos. Cada um mais inspirador do que o outro.

Narrativas que leva a conhecer o tom e o dom de Murakami.

O conto que mais chamou minha atenção foi "O último gramado do entardecer". Uma citação desse conto: "A memória é como a ficção ou a ficção é como a memória."

larissa 22/01/2022

bom, tirando o que tá mediano
as histórias são bem monótonas e simples, fáceis de entender. pra mim, a leitura foi bem arrastada com exceção dos contos mais envolventes, tipo "sono" e "o anão dançarino". não sei se perdi um significado espetacular entrelinhas nos capítulos que achei medianos, então tô deixando só 3.5 estrelas mesmo.

Lusia.Nicolino 02/08/2019

Como sobreviver à amargura individual de um ser vazio
Se você, como eu, já leu Murakami e começa O Elefante Desaparece desavisadamente, pode achar que já leu esse livro.
E, se assim como eu, mais de uma vez, comprou o mesmo livro duas, três vezes, vai realmente ter esse sobressalto. Mas, sossegue, não é bem isso. O livro reúne contos de Murakami e o primeiro e o quinto contos já foram escritos em outros livros: Crônica do Pássaro de Corda e Sono. Passado esse sustinho, os contos são deliciosos se quer entregar-se às histórias sem muitos questionamentos sobre as impossibilidades. Murakami consegue ultrapassar as barreiras da realidade e descrever o inusitado como quem conta que foi ao supermercado e não encontrou a sua marca de café favorita. Arriscaria dizer que o meu favorito é Sobre a Garota Cem Por Cento Perfeita Que Encontrei Em Uma Manhã Ensolarada de Abril. Pode acontecer com qualquer um de nós. E, o mais realista e atual, Silêncio - como sobreviver à amargura individual de um ser vazio, mas que se transborda e domina o grupo com o qual somos obrigados a conviver. Entre o possível e o impossível, o humor e o estranhamento O Elefante Desaparece é uma viagem memorável! Pode embarcar!

site: https://www.facebook.com/lunicolinole

Kari 05/10/2018

Mais um pra conta
Livro que reúne 17 contos do escritor japonês, vem demonstrar, mais uma vez, que a fantasia, para Murakami, caminha lado a lado com a realidade.
Diversos contos me chamaram atenção ("O pequeno monstro verde", "Silêncio", "Sono" - que já fora lançado em volume único - e o que dá título ao livro "O elefante desaparece."
Também gostei bastante de "O anão dançarino", conto em que um anão (óbvio rsrs) possui o corpo de um rapaz para que este possa conquistar uma moça. O desfecho é que me surpreendeu de uma forma tão forte que nunca imaginei alguém ter criatividade para escrever tal final.
Assim como esse conto, todos os outros trazem novidades e surpresas no melhor estilo Murakami, que te coloca para dentro da estória e não te tira enquanto não terminá-la.
A você, novo leitor, te indico por ser um livro de conto, o que facilita a leitura e, caso não seja do seu agrado, pode abandoná-la. No entanto, acho difícil isso acontecer hehehe

NOTA 0-5:4
@leyendo_a_los_que_leen

Hildeberto 27/08/2018

"O elefante desaparece" foi originalmente publicado em 1993 e reúne 17 contos de Haruki Murakami.

Os contos abordam assuntos diversos (casamento, anões dançarinos, grama, etc). Marukami constrói enredos pitorescos, por vezes caricatos. O que mais me chamou atenção, contudo, é a essência que está presente em cada conto.

Embora haja elementos fantásticos e fora do comum, esses aspectos são apenas uma roupagem chamativa (e muito interessante e divertida) para algo mais profundo e singelo. . A questão é que não há pessoa ou acontecimento "normal". O que chamamos de normal é apenas uma abstração facilitadora da vida cotidiana. Cada pessoa e cada acontecimento é singular. O autor choca por descrever situações inesperadas socialmente. Além disso, não importa a situação, haverá uma personagem com sentimentos, pensamentos e individualidade interagindo com o contexto.

Com essa estratégia de escrita (descrever situações incomuns para chamar atenção para a nossa "normalidade") o autor faz uma autocrítica de assuntos contemporâneos que já incomodavam no distante ano de 1993, e, principalmente, sobre a existência individual em um mundo por vezes incompreensível. É sobre "ser" humano.

Devo ressaltar que a escrita do Murakami é única. O estilo lembra o dos escritores americanos. Os jogos de significados são típicos da literatura japonesa. Esta síntese resulta em um texto de fácil e agradável leitura, mas de muitas interpretações. A soma dos significados de cada frase nem sempre é igual ao significado do conto. Há subentendidos e sutilezas, mesmo que a escrita não seja delicada. É um texto aberto a interpretações; todavia, no meio de tudo isso, fique atento para uma frase (geralmente nos últimos parágrafos) que irá esclarecer o que o autor queria dizer com o conto.