Thaís Brito 19/07/2020
Forte e necessário
Ouvir histórias de pessoas que conviveram com a hanseníase é mergulhar em relatos complexos de forma inesperada. A doença continua bem presente na maior parte do Brasil, mesmo que as pessoas ignorem totalmente este fato ou tenham informações incorretas sobre ela, aumentando a dificuldade do diagnóstico precoce e do combate ao estigma social associado a ela.
A narrativa de Evelyne Leandro é sobre ter descoberto a doença na Alemanha, onde casos de hanseníase são raros. Neste contexto, é mais compreensível que poucas pessoas soubessem lidar com a doença. Com a sorte de ter encontrado profissionais de saúde dedicados, Evelyne ainda teve o grande desafio de ser acometida pela forma mais grave da doença, passando por reações imunológicas, internações e uma grande pausa em seus planos pessoais.
O livro nos convida a acompanhar a rotina de Evelyne em suas tentativas de aceitar a doença, conviver com as limitações físicas e com o sofrimento emocional. Um relato importante para percebermos os altos e baixos vivenciados pelas pessoas acometidas pela doença. Afinal, a hanseníase exige muito mais do que a garantia do tratamento medicamentoso. O ideal é que as pessoas tenham acesso a um olhar integral, apoio emocional de amigos e familiares, oportunidades iguais e ambientes livres do preconceito.