Lili Machado 28/10/2011A garota com a tatuagem de dragão está de volta, de novo.Volume final da trilogia Millenium, esta é uma estória explosiva que fecha as portas da série com grande estrondo e que, infelizmente, anuncia que o melhor ainda estava por vir.
O livro termina com sabor de continuação – a tal da irmã gêmea de Salander, Camilla, ainda não deu o ar de sua graça. Nem vai dar, infelizmente, com a morte precoce do escritor Stieg Larsson.
Fiquei sabendo que, na realidade, o planejado por Larsson, para a série era de 10 volumes. O quarto volume chegou a ser parcialmente escrito e há esboços do 5, 6 e 7 e o pai do escritor publicou os 3 primeiros volumes logo após a sua morte, na gana de ganhar os maiores lucros possíveis com o infortúnio.
Entretanto, mesmo com este sabor de inacabada, a trilogia não decepciona e você vai se apaixonar e ficar, como eu, contando nos dedos os dias que faltam para o lançamento no cinema da versão hollywoodiana, com Daniel Craig no papel principal.
Os demônios familiares esperam pela brilhante hacker Lisbeth Salander, que fora atingida no crânio, por uma bala, ao final do livro anterior. Ela ainda está viva, mas, também, ainda é a principal suspeita de 3 assassinatos em Estocolmo. Mas, desta vez, ela tem de fazer muito mais do que confrontar os fantasmas de seu passado. Ela tem de destruí-los.
Para sobreviver, ela precisa de uma grande dose de confiança no jornalista Mikael Blomkvist e precisa confiar em seu julgamento. Além disso, ela precisa de uma conexão on-line. E o que ela consegue, a partir disso... nem te conto...
Enquanto ela é tratada na terapia intensiva do hospital, sob a guarda polícia, Blomkvist tenta cavar as toneladas de escombros que cobrem a vida do homem que atirou em Salander: seu próprio pai, Alexander Zalachenko, um espião soviético que, há décadas encontrava-se escondido pela polícia secreta sueca.
Blomkvist e Salander comunicam-se, principalmente, pela internet; mas a falta de interação física não diminui a intensidade do estranho relacionamento deles.
Entre uma investigação e outra, Blomkvist ainda encontra tempo e ânimo para suas conquistas amorosas – e a policial Rosa Figuerola é a bola da vez.
Há dois personagens, além de Rosa, que acho, deveriam retornar em volumes posteriores da série: o bom cirurgião que opera Salander e que me parece sério candidato a um de seus rompantes de filantropia; e a segurança particular Suzanne Linder, que me parece séria candidata a formar um menage à trois com Erika Berger e seu marido Lars.
O mote principal dos livros de Stieg Larsson é a supremacia das mulheres. Inclusive, na abertura de vários do capítulos deste volume, que vendeu mais de 500.000 cópias, só na primeira edição, há relatos de batalhas na história mundial, em diversos momentos da humanidade, em que as mulheres foram a força motriz e arma principal, nas guerras, desde as Amazonas, na Antiguidade, à rainha celta Boadicea, passando pelas guerreiras da Anatólia e do Daomé.