Uma vida chinesa, Vol. 3

Uma vida chinesa, Vol. 3 Li Kunwu...




Resenhas - Uma Vida Chinesa Vol. 3


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Vanessa França 17/07/2017

https://geeklivroseresenhas.blogspot.com.br/
A história da China moderna é um vasto e complicado negócio, mais adequado para um site de geopolítica esclarecido do que este meu....rs. Eu trago pouco para a mesa quando falo sobre a China, exceto simples platitudes com base em minha sensibilidade global limitada, esculpida na base do sistema educacional brasileiro. Eu sei, em teoria, que o estabelecimento da República Popular da China, em 1949, e o "Grande salto em frente" e a Revolução Cultural, prepararam o cenário para o que é agora a China, conhecida como uma potência econômica, lar de 1.344.130.000 pessoas. Os maiores produtores mundiais de plástico e o lugar onde seus iPhones são feitos por pessoas que trabalham em condições semelhantes a escravos (ou não - você pensaria que obteríamos a resposta definitiva para isso em algum momento).

Mas não estou aqui para falar sobre a China especificamente. Em vez disso, como este é o "Comics Bulletin", o foco desta resenha é em uma história em quadrinhos, Minha vida chinesa, dividida em três partes.

Trata-se de um graphic novel e um livro de memórias, que abrange a transformação da China moderna. Isso segue a vida e o desenvolvimento do artista Li Kunwu através de quase 60 anos de agitação e mudança à medida que seu país passa da liderança de Mao Zedong para as políticas econômicas modernas de Deng Xiaoping. Através da vida de Li Kunwu, a China passou de um tempo de compromisso profundo com a ideologia, um culto da personalidade e um forte senso de nacionalismo e xenofobia para afrouxar os constrangimentos do coletivismo, uma classe média crescente e um foco nos frutos do indivíduo esforço.

Sim, este livro é um livro de memórias. Sim, é a vida de um homem. Mas Minha Vida Chinesa é uma história enorme - tão grande quanto a própria China, e não estou apenas referindo seu tamanho de 704 páginas. É enorme em termos de sua intenção e alcance. Através da história de um homem, vemos uma cultura atravessando mudanças sociais dramáticas, seu desenvolvimento seguindo a mesma trajetória de maturação que a de Li Kunwu: de uma revolução infantil que aprende a andar e falar, a um adolescente petulante obcecado pelas aparências, até a idade adulta com uma maior compreensão da ordem social e seu lugar na comunidade global. Uma vida chinesa mostra o desenvolvimento de um país tanto quanto faz um homem.

E é dentro desta colisão que muito do poder da história é encontrado. Como um estranho, especialmente um americano, fiquei intrinsecamente envolvida a partir da primeira página. Essa cultura, tão estranha e tão secreta e tão ... bem ... estrangeira, ganha vida de uma maneira profundamente pessoal e visceral. O leitor vive a história da China enquanto vê a vida de Li Kunwu se desenrolar. E é turbulento, e é caótico, contraditório e cheio de enigmas.

Mas há algo mais acontecendo também. Tanto quanto o governo tentou romper com o passado, esse passado foi e ainda é muito do que faz a China, "China". A história de Li Kunwu circunda como uma banheira de hidromassagem, sugando tudo para uma nova profundidade, mas, na sua velocidade, os detritos do passado estão na superfície, dando-nos algo para agarrar-nos para amarrar-nos enquanto flutuamos na narrativa. E precisamos desses caminhos para nos manter acima da água porque, como eu disse anteriormente, essa história é enorme.

Adicionando o envolvimento é a arte de Li Kunwu. Loose é expressivo, evocativo da caligrafia chinesa, as pinceladas de Li Kunwu fluem através da página, acrescentando serenidade em alguns painéis, turbulência em outros, mas sempre há uma sensação de movimento, progresso, de "nunca voltar". Às vezes, Li Kunwu deixa grandes faixas da página com um branco rígido, indicando a grandeza da paisagem que os detalhes delineiam demais. Outras vezes, há uma cacofonia de linhas, uma confusão de formas, um burburinho, um redemoinho de atividades - aqui a claustrofobia da paixão da população é quase irresistível, sufocante. A arte de Li Kunwu envolve todos os sentidos com o que ele escolhe para expressar tanto quanto o que ele escolhe não mostrar.

Minha Vida Chinesa é uma memória gráfica que diz muito mais do que apenas a história de um homem. À medida que a China continua a crescer e influenciar no cenário mundial, torna-se mais importante que todos garantam mais do que apenas um conhecido passageiro com o que a torna "China". Li Kunwu nos fez um ótimo serviço a este respeito ao fazer a vasta história da China navegar facilmente, tornando a história de um homem e, ao fazê-lo, talvez nos lembre da nossa humanidade comum.
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06/01/2020

Diferente dos volumes anteriores, o foco aqui está em outros personagens que ajudarão a ilustrar o rápido desenvolvimento que a China sofreu nos últimos anos. Por lá o avanço aconteceu tão rápido que muitos tiveram dificuldade e até mesmo receio de mergulhar de cabeça nas novidades.

Fui para a China no começo de 2019 e senti exatamente isso, um povo que não corresponde às modernidades do país e que ainda está se adaptando.

Considerando a trajetória da China, que teve a sua população morrendo de fome até um tempo atrás, é no mínimo incrível que ela seja hoje uma das maiores potências mundiais
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meurizz 20/04/2021

O último volume da série ?uma vida chinesa? retrata os anos 80 até os dias atuais.
Os autores tentaram, ao longo da obra, manter uma imparcialidade quanto à interpretação dos fatos históricos, enfatizando, obviamente, a visão do narrador-personagem.
O fato mais emblemático dos últimos 40 anos não foi tratado (massacre da praça da paz celestial), pois o autor não vivenciou o momento, e achou que não tinha como relatar sem ser parcial. Ficou estranho esse salto temporal, ainda que explicado, mas é totalmente justificado considerando o todo da obra.
A série é muito elucidativa sobre a história da China, que o Ocidente tanto tenta relegar a um segundo plano. Diante do poderio econômico crescente, e da perseguição estadunidense ao país (como forma de defender o posto de ?potência mundial?) tornam a leitura mais que prazerosa, necessária.
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Paola 29/04/2021

"Conheci aquela outra China e amei-a"
"É desse país que venho. Não daquele "made in China", dos arranha-céus, dos jogos olímpicos e da exposição universal."

Achei incrível a forma que, ao ler, percebemos a modificação dos sentimentos dos chineses conforme as mudanças políticas vão se revelando, e de como vemos todo o sofrimento que um povo é submetido em busca de um ideal político.

"Mesmo que ainda não seja perfeito, temos orgulho daquilo que construímos! Tanto mais que não se trata de benefícios obtidos com uma conquista armada, ou da exploração de um subsolo rico, ou ainda de um capital herdado. Não, nada disso.
Aqui, só encontrarão suor. O de nossa fronte e o de nossas crianças."


*trechos adaptados, cortei algumas frases para não ficar muito extenso.
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Heloisa.Herrera 31/05/2021

Surpreendente
Eu comprei pela Amazon e só fui perceber que era uma trilogia e ainda em quadrinhos quando abri os livros.
Incrível trabalho gráfico.
Uma narrativa tão envolvente na história que ajuda a compreender um pouco o universo cultural contemporâneo chinês.
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Marina.Castro.F 06/06/2021

Terceira parte
Eu gostei muito dessa trilogia. Achei muito interessante, mas permanece o sentimento de que fiquei um pouco perdida com os fatos da história da china, mas conseguiu me prender muito a história. Os desenhos são muito legais também! Adorei.
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Bruno Caldas 10/08/2021

Estimulou ainda mais a minha curiosidade sobre a China
De um jeito bem inusitado, durante a trilogia de "Uma Vida Chinesa", acompanhamos a infância, a juventude e a vida adulta do desenhista e coautor Li Kunwu, ao mesmo tempo em que passamos pelos períodos mais conturbados da história moderna da China.

Sempre tive curiosidade de aprender mais sobre o governo do Partido Comunista Chinês (PCC) na China, de como foi o seu início e as mudanças que promoveu, muitas delas cercadas de polêmicas e mortes.

Aqui temos um relato do que acontece no país no período de 1955, ano do nascimento do protagonista, a 2009. Tudo isso retratado a partir da vida do autor, que busca na maior parte dos quadrinhos repassar, de forma isenta de opinião, o que ocorreu no país, deixando aberta ao leitor a sua própria interpretação sobre os grandes e polêmicos acontecimentos do governo do PCC, como a fome do período do "Grande Salto Adiante", as barbaridades da "Revolução Cultural" e a abertura do país durante o governo de Deng Xiaoping, segundo "líder supremo" da China.

Foi muito interessante ver o fervor de Li e do seu pai ao PCC, muitas vezes colocando o partido acima de tudo, até da família e amigos, uma devoção que chega até a dar medo, e que é compartilhada por um grande número de cidadãos chineses, pelos relatos do autor. Essa devoção se personifica na sua maior parte em Mao Tsé Tung, primeiro "líder supremo", que era considerado quase como um deus para os chineses da época de Li, e que é ainda bastante cultuado.

Neste volume acompanhamos a transformação da China, que de um país onde milhões morreram de fome se tornou uma grande potência econômica mudando completamente a vida dos seus cidadãos, desde a nova busca por capital e enriquecimento, as transformações dos atendimentos antigamente ofertados pelo próprio Estado.

É importante ressaltar que os acontecimentos polêmicos que citei, são apenas discutidos da perspectiva da vida de Li, então se quisermos mais dados sobre o que aconteceu de forma que abrange o país inteiro, sugiro que o leitor pesquise um pouco sobre eles. Isso torna a leitura mais informativa e contextualiza mais os fatos.

De forma geral essa Trilogia nos dá a visão de um chinês sobre os fatos tão discutidos no ocidente, abrindo perspectivas e estimulando nossa curiosidade sobre o "Grande Dragão Vermelho", de uma forma mais humana e palpável.

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Raquel CR 06/12/2021

Considerações finais
A obra no todo é relevante, principalmente o Vol. 1 e 2, mas o Vol. 3 não conseguiu prender minha atenção.
Também tenho algumas reclamações da edição no tocante as notas de rodapé, os asteriscos são quase invisíveis. Outra questão foi o regionalismo brasileiro (exemplo na p. 230), o leitor sai da imersão.
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Trindade 28/05/2023

A China mudou
Neste volume final chegamos ao fim da historia do protagonistaque ainda nutre um sentimento de orgulho do seu pais. A vida foi dura e sofrida, mas também foi conquistada e merecida.

O governo não foi poupado dos erros que cometeu nesta HQ. O autor mostrou a China que saiu da extrema pobreza obra uma potência mundial e o preço que isso custou nas famílias, nos corpos e nas liberdades. Se os dados estão corretos ou não, ainda não posso dizer, mas não dá para deslegitimar a vida do autor, aqui retratada, nem para o bem nem para o mal.

"SIM, MESMO QUE AiNDA NÃO SEJA PERFEITO, TEMOS ORGULHO DAQUiLO QUE CONSTRUÍMOS!" (PG. 268)

PS. Ler as 3 HQs de uma vez ajudou bastante na fluidez e no encadeamento da história.
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Olgashion 19/06/2023

A finalização da história do Xiao Li, mostrando a China dos dias de hoje. A real revolução que a tornou uma potência
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Christiane.Sérgio 13/08/2023

Seguindo a mesma linha dos dois primeiros livros, trás as vivências do autor.
Para mim, funciou pouco, não que ele seja ruim, mas pq ficou cansativo. Repito! Para mim.

Mas consegui finalizar e apreciar a história.
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Hugo9527 12/05/2024

O terceiro e último livro da trilogia fecha bem a história. Meu maior problema são as idas e vindas no tempo, poderia ser algo mais linear
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Matheus.Frazao 04/08/2024

?O desenvolvimento é a nossa primeira prioridade?
Os resultados das novas ideias trazidas por Deng Xiaoping são mostrados com clareza nesse volume. A China transformou-se, modernizou-se, tornou-se uma potência. No primeiro volume havia fome e miséria, nesse há um povo chegando ao topo nas olimpíadas, lançando o homem ao espaço e ao Monte Evereste. Eu sempre quis poder ver o meu país se desenvolvendo e enriquecendo. Xiao Li viu isso e conseguiu contar muito bem.
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Vinder 13/08/2024

Completando o terceiro volume de ?uma vida chinesa?, chega-se à abertura e econômica da China, com a melhora da qualidade de vida da população trazendo novos desafios e esperança.
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