Fernanda631 05/07/2023
O Lago das Sanguessugas (Desventuras em Série #3)
O Lago das Sanguessugas (Desventuras em Série #3) foi escrito por Lemony Snicket.
Em O Lago das Sanguessugas, somos transportados mais uma vez ao universo desafortunado dos órfãos Baudelaire. Os irmãos, agora sob os cuidados de uma nova tutora sua Tia Josephine, enfrentam mais uma vez o pérfido Conde Olaf e os problemas que ele traz.
Tia Josephine mora numa casa no alto de uma montanha, com uma linda vista para o Lago Lacrimoso. Mas a mulher é a mais problemática de todos os tutores que os irmãos já tiveram. Ela não liga o fogão por medo de que ele exploda, não toma sopa quente com medo de se queimar, tem medo de encostar nas maçanetas porque elas podem explodir em milhões de pedacinhos e uma série de outros medos totalmente irracionais.
Mas mesmo tomando todas essas precauções, Tia Josephine não fica imune à aparição do Conde Olaf, e os Baudelaire além de terem que lidar com essa nova rotina a que a mulher os submete, são obrigados a traçar um novo plano contra o vilão para que mais desgraças não venham a acontecer.
Inseridos nesse novo ambiente, numa cidade costeira que tem o Lago Lagrimoso como uma de suas principais fontes de renda e locomoção, o lugar é frio e cinzento, como a vida dos órfãos nos últimos meses. De início, ao conhecerem sua tutora, as crianças se deparam com uma mulher ridiculamente medrosa de tudo e de todos, além de ter uma obsessão por gramática. Tia Josephine, também, vive sozinha a beira do Lago Lacrimoso, apesar de ter medo do lugar.
As coisas pareciam caminhar bem – dentro das limitações de tia Josephine, é claro – mas as crianças sentiam que poderiam chamar aquela casa de lar. E, quando Violet, Klaus e Sunny relaxaram, quando os órfãos acreditaram que talvez aquele fosse o momento em que estariam livres para descansar e deixar suas aflições de lado, ele apareceu. Usando um gorro azul de marinheiro e uma venda preta cobrindo o olho esquerdo. As crianças se apressaram para dizer “este é o conde Olaf”, agoniados e desesperados ao se depararem com o pior de seus pesadelos, mas, como era de se esperar, não foram ouvidos.
Aquele homem, para os adultos, era o simpático capitão Sham.
O terceiro volume da saga fecha o ciclo repetitivo que vemos desde o primeiro: Tia Josephine é a última tutora dos Baudelaire e no livro seguinte acompanhamos a mudança dos órfãos para uma nova cidade, onde irão trabalhar numa serralheria.
Uma das coisas mais interessantes que esse livro apresenta é como a linha entre o medo racional e o irracional é bem tênue. É apresentado, também, como as crianças são ridicularizadas na grande maioria das vezes – neste livro com mais ênfase que os anteriores – unicamente por serem crianças. Inúmeros foram os momentos que os órfãos Baudelaire tentam contar a verdade para os adultos ao seu redor e são ignoradas.
Lemony Snicket é brilhante nas críticas feitas ao longo da narrativa, e mais uma vez os Baudelaire provam o quanto são corajosos e brilhantes, mesmo nas situações mais difíceis e desesperadoras.
Por ser ambientada no Lago Lacrimoso, a história tem um tom mais sombrio que as anteriores e é bem mais miraculosa também. Conhecemos outros capangas do Conde Olaf e é no terceiro volume que percebemos de fato o quanto o vilão pode ser cruel para alcançar os seus objetivos.