liniphoenix 09/06/2022
UMA NOVA ALVORADA. UM NOVO DESERTO!
Eu havia terminado a resenha do primeiro livro desejando que minhas expectativas fossem consolidadas na segunda obra dessa trilogia. E gostaria de dizer que até mesmo ultrapassou!
Ao terminar esse livro me deparei com uma confusão interna, onde não soube encontrar erros ao longo da narrativa e pensar na possibilidade de cinco estrelas. A questão importante é que me senti assim poucas vezes quanto a dar cinco estrelas para um livro e afirmar aos quatro cantos que, em minha visão, ele foi perfeito ? porque é isso o que cinco estrelas dizem respeito a um livro, a perfeição com a qual ele foi tratado. E soube que esse livro é cinco estrelas porque cobre totalmente a menção de qualquer coisa MINIMAMENTE mal feita. Alwyn Hamilton se superou de forma extraordinária.
No primeiro volume senti falta de um romance melhor estruturado, já que a autora o incluiu e pareceu não querer evoluir. No entanto, no segundo volume, o romance é aprimorado, se torna a jogada final para a história se desenrolar com um quê da boa e velha história romântica presente em tantas obras. Amani e Jin não precisam de grandes atos de amor para terem consciência de que se amam e, agora que seus caminhos foram cruzados, têm a necessidade um do outro, sabem viver sozinhos mas escolheram querer estar juntos a partir de agora, e isso os torna reais. Amani é uma personagem de dezessete anos que age conforme sua idade, não é uma personagem infantil e também não é adultizada, sua vida fora dura e sofrida o bastante para se fortalecer e ainda assim não perder sua essência de ser apenas uma garota. Tal como Jin, sendo apenas um rapaz, que embora eu não tenha gostado tanto dele no primeiro volume, eu estou completamente rendida por ele e sua personalidade tão bem construída, moldada para ser um garoto alegre, reservado, sarcástico e intenso. Ele e Amani se fortalecem, se perdoam e se respeitam. Se há romances assim em livros sei que alguma estrela já estará garantida.
Embora o romance tenha sido bem feito, a premissa do segundo volume é acerca de questões políticas, concebendo não apenas a ideologia da rebelião, como também a do sultão como foco. Preciso dizer, até mesmo eu fui manipulada pela exímia esperteza do sultão e sua facilidade em convencer tanto Amani quanto o leitor de que a verdadeira política é aquela que usa do medo como forma de controle para uma população já bastante violenta. E não é isso o que nossa protagonista luta, juntamente de seus amigos que esperam um mundo melhor. O sultão nós da uma visão diferente do que realmente seria a ideologia daqueles que esperam um mundo melhor presente na história: uma utopia. Toda a parte política e religiosa mais uma vez foram esculpidas, questionadas e manipuladas, e ao todo foram perfeitas.
Vi muitas críticas aqui falando sobre o meio do livro ser um tanto parado. E em minha visão gostaria de rebater isso apresentando algumas coisas que me fizeram perceber não ser isso o que pelo menos eu senti. O meio do livro é basicamente a Amani tentando sobreviver (como sempre), obter informações para a rebelião, assim que pudesse entrar em contato, e também ter a confiança do sultão. A estrutura do livro não é ação e sim tensão. Todas as cenas que incluem ação estão guardadas para momentos únicos e que façam o livro andar. Poderia seguir o raciocínio do livro ser parado se tivesse mais de um pov, o que não tem, então mais uma coisa colaborou para o livro ser perfeito e não apressado.
A parte mágica e do universo foram melhores explicadas, novos seres mágicos foram apresentados e descobrimos um pouco mais sobre a capacidade dos que carregam poderes e suas origens. O que eu gostei porque estava esperando muito por isso.
Enfim, li esse livro em dois dias e fiquei obcecada por ele e pelos personagens. Amei completamente o segundo volume de A rebelde do deserto e estou ansiosa para o terceiro e último volume. Nada me decepcionou neste aqui, veremos o próximo.