Claudia - @segunda.opiniao 05/12/2022A Princesa Apaixonada ficou várias semanas na lista de best sellers e foi considerado o melhor dos três livros anteriores da série. Pois bem, agora venha comigo para desvendar o motivo pelo qual esse volume deixou tantas pessoas do mesmo jeito que a princesa – irreparavelmente apaixonadas.
Dessa vez nem a (péssima) melhor amiga da princesa, Lilly Moscovitz, conseguiu baixar a nota da obra, de tão apaixonante que foi.
Nesse volume, Mia, a princesa, está mais dramática do que nunca e envolvida num monte de confusão, como sempre...
Ela arrumou um namorado, o Kenny, o garoto da aula de biologia, só que seu coração pertence a outra pessoa. Sim, ele mesmo, Michael Moscovitz, o irmão de sua (péssima) melhor amiga. Mas Mia não sabe como terminar o relacionamento, afinal ela tem medo de magoar o garoto, que chegou até mesmo a se declarar. Além disso, a princesa está bem enciumada, pois Michael está sempre acompanhado da presidente do Clube do Computador, uma tal de Judith. Como competir com a genialidade da moça que chegou a ganhar um prêmio por clonar uma mosca de fruta? É bem complicado para alguém que continua indo mal em Álgebra, mesmo que o professor seja agora um membro efetivo da família. E veja bem, essa é só a introdução da trama, os problemas continuam aparecendo, soterrando a princesa em dramas e mais dramas. Pode parecer ruim, mas não é. A maneira como Mia lida com os contratempos é super divertida (só mesmo uma adolescente para ter uma visão tão exagerada e pessimista das coisas). Me peguei gargalhando algumas vezes.
Esse volume supera os demais em alguns pontos, e o romance fofinho que se desenrola naturalmente é só um deles.
Uma das coisas que me agradou demais foi o estreitamento do laço que a princesa tem com sua avó. Entendo que na visão de Mia a Grandmère é uma bruxa má, afinal ela é extremamente sincera, rígida, severa e intransigente, mas é obvio que avó a ama e quer o seu melhor. O conflito que acontece entre elas serve para que uma compreenda melhor a outra. A reconciliação das duas foi a coisa mais linda desse livro. (Tá legal, a segunda coisa mais linda, depois daquele beijo no final. Ownt!).
E o que dizer da cena em que Mia pisoteia o celular da Lana Weinberger? Isso comprova que Lilly estava errada a respeito do medo excessivo de confrontos que supostamente a amiga tem. Provou o amadurecimento da princesa e deixou claro que ela não vai mais aceitar ser humilhada. Amei esse rompante de ira da Mia. Isso sem mencionar a entrevista de imprensa que ela convocou, com o plano genial de converter o dinheiro das vendas do vestido para uma causa nobre. As lições da avó estão surtindo efeito afinal, mesmo que efeito colateral. Hehe...
E finalmente a Gradmère deu a melhor lição de como ser uma princesa até aqui:
“Você”, afirmou, ajeitando a saia, “é uma princesa da casa real de Renaldo. Uma princesa”, repetiu, indo ao meu closet e remexendo lá dentro, “não evita suas responsabilidades. Nem sai correndo no primeiro sinal de adversidade”. (…) “Você é uma princesa. E princesas não saem correndo quando as coisas ficam difíceis. Elas jogam seus ombros para trás e encaram qualquer desastre que espere por elas de cabeça erguida. Bravamente, e sem reclamar”.”
E aí, pegou o espírito da coisa? Que ótima mensagem para as princesinhas que estão lendo esse livro, não?
Outra coisa digna de ser ressaltada é a lição que Mia passa sobre a responsabilidade de se ter um bichinho de estimação. Ela, aos 14 anos, cuida sozinha de Fat Louie, como prometeu que faria quando adotaram o bichano.(E ela era só uma criança na ocasião). E quantos cuidados ela dispensa ao gato! Me emocionei ao ler a lista que ela deixou ao padrasto de como cuidar do Fat Louie enquanto estivesse fora.
Nem é o aniversário da Meg Cabot, mas ela está de parabéns. Rá! Quanta instrução positiva essa história transmite para as meninas!
Isso sem contar a preocupação constante de Mia com o meio ambiente, visto que seu sonho é trabalhar no Greenpeace. Quando eu tiver uma filha, assim que ela aprender a ler, vai ganhar essa série de livros.
As referências à cultura pop da época continua em alta. Por exemplo, Mia se comparou a Courtney Love depois do episódio do celular. Mencionou também que ela e a avó não precisam ter as mesmas atitudes por serem parentes, afinal Luke Skywalker e Darth Vader também eram parentes. Ela cita Backstreet Boys e Jennifer Lopes, mas vou deixar o quote da minha referência favorita:
“Apenas numa cultura tão imbecil como a nossa, garotas como Christina Aguilera são cultuadas como modelo de beleza, quando elas estão na verdade sofrendo de algum tipo de escorbuto.”
Pegou a crítica sobre padrão de beleza inatingível?
Está cada vez mais encantador ler os diários da princesa, por isso, fica meu incentivo para que façam o mesmo. Embora minha adolescência tenha ficado para trás há um bom tempo, consigo me conectar com a personagem e com seus dilemas, afinal, passei por muitos deles.
Vou ficando por aqui, ou transcreverei a lista de cuidados com o gato que Mia deixou. (Ninguém merece). Esse foi o ponto alto do livro para mim. (Tá bem, depois do beijo
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