Larissagris 11/02/2022SORRISOS QUEBRADOS (SOFIA SILVA)Todo dia é um recomeço.
Todo dia eu renasço.
Todo dia eu me levanto.
Todo dia eu não desisto.
Todo dia eu vivo como se não tivesse todos os dias. (Pág. 23)
Às vezes, encontramos conforto no lugar que um dia tememos. (Pág. 28)
Uma péssima experiência não pode nos fechar para outras, André. (Pág. 30)
Às vezes, precisamos olhar para as pessoas com o coração e não com os olhos, pois só assim nós vemos quem realmente são. (Pág. 53)
Nossas expressões podem não ser verdadeiras. Um sorriso pode esconder tristeza ou falsidade. Podemos aparentar apatia, quando, por dentro, estamos vivenciando todos os sentimentos com intensidade, ou fingir tristeza quando é mentira. Isso não acontece comigo. Sim, posso esconder ou aparentar diferentes emoções, mas não consigo disfarçar que me aconteceu algo violento, alterando para sempre não só meu exterior, como quem sou no mais profundo do meu ser. (Pág. 68)
Você está viva, Paola, por isso tem que viver aqui na Terra. Com tudo que ela tem de bom e de mau. A mistura entre o inferno e o paraíso, que todos os dias nos desafia, magoa e cura. A vida pela qual tanto lutou quando tentaram aniquilá-la. (Pág. 70)
Só podemos perceber se uma pessoa é ideal para nós se dispusermos de tempo para conversar e descobrir seus sonhos na vida. Olhar para uma mulher e achá-la bonita é diferente de encontrar uma que caminhe contigo no bom e no mau da vida. (Pág. 82)
Tenho mais medo do dia que da noite, da claridade que da escuridão. Na realidade, acredito que quem inventou a ideia de que os monstros só atacam à noite, que vivem escondido entre as sombras e a penumbra, foi alguém que quis criar uma falsa sensação de segurança para atacar vítimas desprotegidas na luz. A ideia de que durante o dia nunca nada de mau acontece, pois os vilões só saem quando o sol se põe, é a mais vil das mentiras. (Pág. 88)
Alguns príncipes são os monstros que atacam de dia e precisam estar camuflados de beleza para ninguém gritar quando são vistos. (Pág. 88)
A morte é a verdade. É a verdade que sabemos estar todos os dias conosco a partir do momento que o nosso coração bate pela primeira vez. Ela está sempre presente. Vinte e quatro horas por dia. E se apresenta de inúmeras formas, umas mais dolorosas do que outras. Não temos como fugir dela e, talvez por isso, a humanidade goste tanto de mentiras, porque, às vezes, elas são mais bonitas. São tudo que nos resta. (Pág. 89)
Ninguém quer pensar que a morte está fazendo contagem regressiva da nossa partida do mundo, por isso dizemos que temos a vida toda para viver. O problema é que essa mentira se tornou tão forte que as pessoas não aproveitam para viver plenamente. Não valorizam suas próprias vidas e nem as dos outros. Não percebem que a vida foi a folga que a morte nos deu e não estamos sabendo lidar com isso. (Pág. 89)
O amor não dói. O amor não nos faz sofrer. O amor não nos machuca, não nos amedronta. Amar não provoca lágrimas de tristeza. (Pág. 90)
Quem machuca é a pessoa que amamos. Quem nos faz sofrer é a pessoa que deveria nos proteger e fazer felizes. Que, no amor, as lágrimas deveriam ser sempre de felicidade. Que o amor pela pessoa certa pode ser a experiência mais bela da nossa existência, e por isso não conseguimos defini-la. Não sabemos, porque, quando amamos alguém com tanta intensidade e somos correspondidos, é como perceber que voamos sem asas. (Pág. 90)
A verdade reluz, mas durante o dia seu brilho não é forte o suficiente para fazer as pessoas olharem para ela. É na penumbra que a verdade é soberana. É mesmo quem não quer ver é obrigado, pois é a única que brilha. (Pág. 91)
Paola, a beleza é efêmera, mas quem somos no nosso interior é eterno. Um dia, alguém verá isso tudo, como minha filha viu, e se apaixonar perdidamente por você. (Pág. 97)
Ainda bem que não me perdi com outra mulher, caso contrário eu não teria encontrado você. (Pág. 99)
Não quero dormir, André. Se é apenas esta noite que temos. Se esta noite não estamos pensando, mas agindo por carência de anos de solidão, por favor, quero sentir que sou uma mulher desejável. Faça-me acreditar que sou bonita. E, se puder, eu sei que é um grande pedido, finja que sente algo por mim. Só hoje. Faça com que eu acredite nas suas palavras. Quero pensar que um dia poderei ser amada por alguém que verá algo bonito em mim. Quero ouvir a expressão mais forte entre um casal e fingir que é verdade. Por favor, André, torne real o que sempre desejei. (Pág. 125)
Somos como plantas: sem afeto murchamos, e o que havia de bonito em nós seca. (Pág. 127)
Ela continua narrando tudo, comentando como devo achá-la fraca, mas entendo esse tipo de amor em que perdoamos coisas graves porque acreditamos que nosso amor pode modificá-las. Que as pessoas são más por motivos desculpáveis, e vamos ficando até percebermos que deveríamos ter partido. (Pág. 139)
Conosco tudo demora uma eternidade e tempo nenhum. Cada toque é eterno e simultaneamente fugaz. (Pág. 149)
A vida não deve ser medida por "mais um dia". Não. Ela é feita por pequenos e efêmeros momentos que mudam tudo. (Pág. 159)
A vida é um labirinto onde todos tentamos localizar a saída e onde poucos têm a sorte de encontrar o parceiro ideal para a aventura que é viver. Alguém que não solta a nossa mão quando erramos na escolha do caminho ou porque não temos mesmo vontade de acertar, pois percebemos que mais importante do que localizar a saída é conhecer o labirinto. (Pág. 165)
É tão difícil mostrar nossas fraquezas. Como se amar alguém que não merece fosse um ato vergonhoso. Que nós somos os fracos por amarmos. (Pág. 191)
Espero que um dia alguém apareça e, sem você entender como, te mostre que entre o inferno e o paraíso há uma queda e um salto. Nós já caímos sem termos podido impedir o choque, e ardemos no fogo com dores, mas a opção de saltar é nossa. Eu tentei saltar com você... e ainda consegui tocar as nuvens. Não deu certo, mas um dia vou saltar novamente, mesmo estando cansada de arder. Desejo que salte também, mesmo não sendo comigo. (Pág. 199)
A vida é complicada e injusta. Durante anos, quis que Roberto parasse de viver todos os minutos da sua vida concentrado em mim. Odiava seu toque tanto quanto o temia. Rezava para que um dia ele dissesse: "Basta". Seis anos depois, anseio que André pense em mim, queira estar comigo e me toque sem reservas. (Pág. 208)
"Paola, talvez, em algumas circunstâncias, o dinheiro que temos seja tudo o que valemos aos olhos dos outros." (Pág. 223)