Inferno

Inferno Dante Alighieri




Resenhas - A Divina Comédia


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Roberto Soares 15/05/2021

Tendo já descido ao Inferno e escalado o Purgatório, Dante chega agora ao Paraíso, que, na minha opinião, se vence os dois cânticos anteriores em matéria de complexidade na leitura, também é superior aos seus antecessores no quesito riqueza simbólica, beleza poética e conhecimento teológico.
Ainda obedecendo os esquemas típicos da obra, este reino também é dividido em esferas (como os círculos e cornijas anteriores), aqui chamados de Céus, cada qual abrigando almas beatas recompensadas por suas Virtudes exercidas em vida. Agora conduzido por sua musa Beatriz, Dante vai se elevando pelos Céus do Paraíso, alcançando a redenção e se nutrindo da Graça Divina por meio dos saberes transmitidos nas conversas com sua guia e também com personagens imponentes como São Pedro, São Tiago, São João, Santo Tomás de Aquino e outros, incluindo uma cena lindíssima de um diálogo de Dante com o próprio Adão.
Não é uma leitura fácil, e sei que assimilar a Divina Comédia vai muitíssimo além da minha capacidade. Mas independente disso, vivenciar este livro foi uma das experiências mais ricas que tive na minha vida de leitor. Depois da "Ilíada", a "Odisseia" e a "Eneida", assim como minha atual jornada pela leitura literária da Bíblia, passar pela "Divina Comédia" foi um passo significativo na minha busca de conhecimento através da Literatura.
Essas obras são únicas na sua capacidade de expor a Natureza Humana (conhecida ou oculta) e o que mais faz parte do nosso Universo. O "Paraíso" de Dante é de uma beleza que desafia a Linguagem conhecida, até mesmo para o próprio autor. Palavras seriam insuficientes para descrever a Graça, por isso o autor recorre aos olhos. É como se a personagem principal do livro fosse a Luz, e foi quando parei para pensar no papel e na natureza dessa Luz que eu me deslumbrei com a riqueza da obra que tinha em mãos.

"mas já minha ânsia, e a vontade, volvê-las
fazia, qual roda igualmente movida,
o Amor que move o Sol e as mais estrelas."

Isso não é uma leitura que se corre, é leitura que se vive, e você não sai dela intacto. Me abri para a "Divina Comédia", e mesmo sendo ateu, seus conhecimentos teológicos, assim como sua filosofia, sua beleza e sua poesia, vão sempre estar presentes no meu Eu.
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May 10/05/2021

Difícil
Tantos jeitos de ir pro inferno e pro purgatório, eu em!

Com certeza foi interessante, mas não consegui
ler quase nada dos poemas, porque a cada 5 palavras eu entendia 2 ou 3. Tem palavras difíceis e um contexto histórico e religioso que não é nada familiar para mim, mas o texto de explicações no início é no final de cada poema ajudam e dão contexto o suficiente.
Somando essa dificuldade, ao foto que eu não gosto desse formato de história e alguns coisas mostradas me causaram irritação, eu não gostei.
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Chele 07/05/2021

Dante sabia brilhantemente dar formas às imagens em palavras. Esse é um dos aspectos que torna A Divina Comédia um livro tão supremo pois ele sempre soube encontrar a expressão adequada à situação que quer expimir. Fazendo uma síntese da cultura medieval en forma de poesia Dante narra a história em primeira pessoa de uma viagem "encomenda" por sua amada Beatriz, em que o acompanha o ilustre poeta Virgílio ao inferno, purgatório e paraíso detalhando cada um deles e interagindo com personagens reais e fictícios que ali se encontravam, ele nos leva a essa majestosa jornada que é impossível não se encantar.
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Mariane 01/05/2021

Melhor livro da vida! Amei demais, não é à toa que é A divina comédia *-* quero muito ler o Purgatório!
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Leonardy.Negrini 29/04/2021

A Divina Comédia não parece Comédia
Dante Alighieri nasceu em 1265 e faleceu em 1321, na Itália, e marcou indelevelmente a história da literatura mundial, sendo referência para uma enormidade de autores e movimentos literários, tendo sido laureado com o apelido de "o sumo poeta".
A obra da Divina Comédia é uma obra de difícil leitura, pelo tempo passivo e pelo português arcaico que precisou ser utilizado para dar fidedignidade ao texto, e é dividida em três momentos distintos: Inferno, Purgatório e Paraíso. Sinto dizer, mas os dois primeiros momentos são muito mais interessantes do que o terceiro. Mas isto se deve pela necessidade de domínio de elementos teológicos e de capacidade de atenção, imersão e abstração para acompanhar o autor.
Exilado, separado de sua terra natal mesmo depois de sua morte, a escrita é uma Comédia não por um aspecto cômico, mas sim em oposição a uma Tragédia. Dante termina o livro próximo a Beatriz, próximo à Deus e com um entendimento diferenciado sobre a existência humana.
Como é uma referência a cultura, das pinturas à jogos de videogame como Dante's Inferno e Devil May Cry, acredito ser importante passar por ela com muita paciência e um ótimo dicionário do lado.
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Priscilla 25/04/2021

incrível!
A história do livro é incrível por si só e ultrapassa os séculos.

Escrito na Idade Média (iniciado em 1307), Dante levou cerca de 12/13 anos para terminar os três livros (Inferno, Purgatório e Paraíso). O valor cultural e poético da obra é simplesmente sensacional. Só de pensar que ele conseguiu escrever 33 cantos em cada livro, por mais de 700 páginas, rimando todos os versos, é algo que expande a linguagem a uma capacidade incrível!

Durante a leitura, fiquei pensando em como deve ter sido difícil combinar as palavras e de modo a rimar e fazer sentido ao mesmo tempo, e talvez isso tenha sido possível porque ele não só criou a estrutura métrica de rima encadeada neste livro como também criou e ressignificou muitas palavras da língua italiana de então!

E por causa disso, através da Comédia, Dante contribuiu para reinventar e recriar a língua italiana, que incorporou muitas palavras e expressões criadas por ele para escrever essa história, sendo inclusive considerado seu pai fundador (fiquei impressionada ao saber disso)! (Agora conseguimos ter uma ideia de como ele conseguiu expressar e escrever uma história tão longa respeitando a métrica!) Mais uma razão para considerar essa obra tão sensacional e significativa para a Itália e para o mundo.

E qual não foi minha surpresa ao descobrir que o tradutor da versão que li, Italo Eugenio Mauro, levou 15 ANOS para finalizar a tradução! Isso mesmo! Fiquei encantada e maravilhada com uma dedicação tão considerável e tão magnífica, pois, incrivelmente, a tradução consegue acompanhar a métrica utilizada pelo autor no original (o tradutor ganhou o Prêmio Jabuti por seu trabalho em 2000, aos 90 anos de idade)! Então, creio que a forma da história, a métrica, a rima, o tempo de construção e de tradução, por si sós, configuram um valor inenarrável.

Quanto ao conteúdo do livro, senti uma dificuldade maior no início, pois o autor cita muitos personagens históricos desconhecidos por mim e algumas palavras também tinham significado desconhecido, então lia com o dicionário do lado e acompanhando todas as notas explicativas (que facilitam muito o entendimento! Também há notas explicativas no início de cada Canto, resumindo o que ali está escrito). Depois, ao longo da leitura, abandonei o dicionário porque me atrasava muito e porque eu conseguia entender o enredo somente pela leitura, ainda que desconhecesse o significado de alguma palavra nos versos (as notas explicativas ajudam nisso).

Me decepcionei um pouco comigo mesma ao não conseguir imaginar com clareza as paisagens do Inferno para sentir o medo ou a aversão que deve ter sido a finalidade do autor. Ao retratar os castigos do Inferno, Dante queria dar uma lição exemplar aos mortais para trocarem a vida mundana de erros pelas virtudes da fé cristã. Contudo, não consegui me conectar com esses sentimentos, talvez pelo estilo da escrita, que já exige muita interpretação e concentração pra se fazer entender. Não é uma leitura fluida e simples, exige dedicação (nada mais justo para uma obra que exigiu tantos anos pra ser escrita e, depois, traduzida. O leitor que não quer ter nenhum trabalho pra entendê-la destoa de todo o percurso da obra!)

Gostei mais da leitura do Purgatório, pois achei os versos mais simples e de mais fácil compreensão, sem tantas inversões da ordem direta das frases e com menos citações de personagens históricos. Comecei a ler os versos antes das notas explicativas no início do Canto para testar minha capacidade de compreensão.

Tenho que admitir que cheguei um pouco impaciente ao Paraíso, lendo com mais rapidez e sem me preocupar tanto em entender por mim mesma os versos, mas confiando nas notas explicativas do livro.

Lembro de ficar imaginando como a criatividade de Dante descreveria o Paraíso, que é algo tão distante dos mortais. É uma experiência totalmente diversa da que conseguimos ter na Terra, que pode até se aproximar dos erros punidos no Inferno e no Purgatório, mas que não alcança a perfeição e a pureza do Céu.

Me decepcionei um pouco com o começo, pois não conseguia me conectar com o sentimento de perfeição e bondade que deve haver no Paraíso. Mas mais perto do final, me senti tocada pela beleza da representação de Deus por Dante como uma luz que ilumina e move todo o mundo e para o qual precisamos adaptar nossa visão mundana para conseguir captar sua luz, e também pelos cantos cantados pelos anjos. Gostei muito dessa representação, dentro do meu entendimento sobre religiosidade, acredito que essa parte pode realmente se parecer com o que pode haver no Céu.

Enfim, é uma obra que merece ser lida por todo seu valor poético, histórico, cultural e filosófico. Nos termos do Prefácio, por Carmelo Distante, a Comédia é uma "insuperável criação do intelecto humano", ao qual ouso acrescentar que deve ter sido muito inspirada pelos seres espirituais que sempre nos acompanham.
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Josy 20/04/2021

Belíssimo!
Queria ter entendido metade do que Dante escreveu nas entrelinhas desses versos! Livro que faz crescer o leitor... sinto que terei que fazer várias releituras para assimilar esse belíssimo conteúdo! ?
Paah 24/06/2021minha estante
Esse livro ele é bom ?????


Josy 24/06/2021minha estante
Sim, é um livro muito bom, mas um pouco complexo... Acredito que tem muitas referências que precisaria de mais estudos e leituras para ser plenamente entendido... ??


Paah 24/06/2021minha estante
Okraaay vou acheiii acha que pelo o título e bom mesmo obrigada pela o comentário é tbm por me aceita aqui




yasmin 14/04/2021

não sou fa de classicos nao, acho a escrita bem complicadinha mas a história em si é boazinha
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Roberto Soares 11/04/2021

Purgatório
Dando prosseguimento à sua jornada espiritual pelos planos do outro mundo, neste segundo cântico da “Divina Comédia” acompanharemos os poetas Dante e Virgílio em sua marcha pelo Purgatório: uma montanha escarpada, que se eleva solitária no meio do Oceano. Nos seus flancos, que vão rodeando pelas laterais do monte até o seu topo, estão escavados terraços, onde as almas irão cumprir suas penas pelos pecados cometidos em vida, até que possam, por fim, ser admitidas no Paraíso.
Diferentemente daqueles que padecem do castigo eterno no Inferno, o Purgatório encerra os que, ainda em vida, se arrependeram de suas transgressões, de modo que serão julgados e cumprirão sua pena apenas por um período correspondente ao tempo em que viveram em pecado. Ao fim deste período, tendo sua culpa expiada por meio das provações sofridas no Purgatório, essas almas estarão purificadas para ascenderem ao reino dos Céus, que é o objetivo designado pelo desejo divino.
Teremos aqui 7 cornijas (que podemos como os andares que vão subindo e rodeando a montanha), cada uma designada para a penitência de um tipo de pecado da natureza dos sete vícios capitais (orgulho, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria). Na base da montanha, está o antepurgatório, que abriga aqueles que se arrependeram apenas na hora da morte, e este “atraso” será penalizado por um longo período de limbo antes de iniciar a expiação propriamente dita. Já no topo do monte situa-se o Paraíso Terrestre, o agora desabitado Jardim do Éden em cujas águas as almas serão expurgadas para continuarem seu caminho rumo ao reino celeste.
Achei o “Purgatório” um pouco mais complexo que o “Inferno”, tanto na leitura quanto na compreensão. A fala de Beatriz num dos últimos cantos, de que sua comunicação elevada é um reflexo da infinita superioridade da sabedoria divina frente à limitação do conhecimento humano, me fez pensar um pouco no porque dessa elevação do tom do poeta, e com isso presumo que vou padecer no “Paraíso” (afinal, já deu pra aprender que Dante não dá ponto sem nó). Não que eu pense nisto como um ponto negativo; pelo contrário, inclusive gostei deste segundo cântico tanto quanto ou mais do que o primeiro. A profundidade dos temas discutidos pelos poetas durante os “arrazoados” de Virgílio, como a condição do amor e como ele pode igualmente levar ao bom e ao mau caminho, o arrependimento, a morte, o livre-arbítrio, a natureza da alma, o real e o ilusório, é de uma riqueza incomparável, criando aqui alguns momentos realmente luminosos e tocantes, como o encontro com as almas dos gulosos.
Além disso, senti aqui que o conteúdo alegórico e o simbolismo, que na minha opinião são os pontos altos de toda a obra e os que mais me interessam, assumiram um papel ainda mais significativo e substancial, o que podemos ver por meio dos movimentos dos anjos, os cantos, os sonhos de Dante e, principalmente, toda a passagem pelo Paraíso Terrestre.
Depois de deixar seus leitores aterrorizados com os horrores infernais, Dante irá apaziguá-los apontando o primeiro passo para se livrar da danação eterna: o arrependimento sincero dos pecados cometidos e a expiação da culpa por meio do cultivo de virtudes e boas ações. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor. Isso é parte do seu plano de promover, por meio da sua poesia, a salvação moral de uma sociedade florentina que ele via cada vez mais afundada no vício e na ruína. Além de colocar o leitor a mercê de sentimentos e reflexões que poucas obras têm o poder de suscitar nessa dimensão, “A Divina Comédia”, apesar do desafio que é toda a sua complexidade, é uma obra que, dizendo pela minha experiência até aqui, muda sua forma de pensar a conduta alheia e a própria, acrescentando elementos de cunho moral, histórico e literário que, quando atingem sua consciência, lá permanece e passa a servir de bagagem para uma vida inteira.
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Maria 05/04/2021

A Leitura mais difícil da vida!!!!!
......lendo - a dificuldade vem tanto da métrica do poema quanto da dificuldade da tradução do italiano, estou lendo com o dicionário aberto - obra perfeita, a mistura do cristianismo/catolicismo com a mitologia grega permitiu a Dante criar cenários que ultrapassam as expectativas. Divino
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Roberto Soares 01/04/2021

Inferno
"DEIXAI TODA ESPERANÇA, Ó VOS QUE ENTRAIS"

Eis a fatídica mensagem escrita sobre os portais de entrada do Inferno de Dante, prenúncio de uma das viagens mais extraordinárias de toda a Literatura.
Perdido em uma selva escura e desviado do caminho divino, Dante é resgatado por Virgílio, o célebre poeta da "Eneida", que se oferece para guia-lo por uma viagem rumo à redenção; e com isso, rumo à Deus. Porém, antes de alcançar o Paraíso, ele precisará primeiro atravessar outros dois planos do outro mundo: o Inferno e o Purgatório.
Oferta aceita, os dois poetas partem para seu tenebroso caminho pelo reino de Lúcifer, uma imensa cratera que vai afundando para as profundezas do globo até alcançar o centro da Terra (um rastro deixado pela queda do anjo rebelde). O Inferno então é revelado como sendo dividido em 9 círculos (pode-se pensar como se fossem andares, embora a ideia proposta não seja exatamente esta), que abrigam as almas dos pecadores que receberam seu castigo eterno. Em cada um destes círculos, um pecado diferente é punido, e a pena aplicada está diretamente relacionada, em sua forma e força, à transgressão cometida pela alma castigada.
No seu lúgubre caminho, Dante irá narras as "dantescas" cenas com as quais irá se deparar: uma multidão de almas atormentadas que, em vão, soltam gritos e gemidos de agonia face à sua eterna desgraça. São almas dilaceradas, queimadas, afogadas e soterradas; almas condenadas a um perpétuo caminhar e arrastar de pesos; almas subjugadas à fúria de serpentes, demônios e bestas cuja única ocupação é espalhar dor e aflição por entre aqueles desventurados. É um penar sem fim e sem pausa, que deixam o leitor arrepiado. São momentos de horror, repugnância, choque: enfim, você não vai sair dessa leitura com seus pontos fracos intactos (no meu caso, meu pânico de cobras).
Achei interessante também quando via o destino que Dante imaginou para algumas figuras históricas e míticas, como Aristóteles, Homero, Ulisses, Aquiles, Cleópatra, Helena de Tróia, Maomé, Mascus Brutus, Judas Iscariotes, entre outros.
Para além de acompanhar essa poesia pelas ações e pela estética, um melhor entendimento e aproveitamento pode pedir certa noção do contexto histórico-cultural da época de Dante, que se refere a uma concepção de vida e de mundo diversa da nossa. Imerso em um cenário de junção entre a Antiguidade Clássica e o Cristianismo da Idade Média, a visão de homem de Dante é a de um ser dotado de uma alma criada, delineada e dominada completamente por Deus, e cuja vida deve ser empregada inteiramente na prática de virtudes que o aproximem do ideal divino e fundamentadas no bem e na verdade. Tal conduta mira não apenas a salvação espiritual, mas também a plenitude de caráter e de intelecto, através dos valores da filosofia teológica.
Em oposição à essa vida dedicada aos dons divinos eternos, está aquela entregue aos bens e paixões mundanas, que levam à incontinência, à violência, à fraude e traição. Elas desviam a consciência do homem para o pecado, a perdição e a limitação à sua existência terrena, sem considerar o além-túmulo e incapaz de apreender os caminhos e mistérios da providência.
Nesse sentido, podemos pensar o "Inferno" de Dante como um apelo do poeta à salvação moral da sua sociedade, que ele considerava perdida por estar cada vez mais apegada às paixões mundanas. Ao descrever as penas a que seriam condenados aqueles que morressem sujeitados a este ou aquele pecado, ele abre caminho para propor aos seus leitores, no desenrolar do poema, a redenção moral como fuga daquela perdição eterna.
Para isso, o poeta lança mão de uma poesia das mais incríveis que eu já li (no meu pódio, perde pessoal só pra "Eneida" e pra "Ilíada"). Não sei o que mais me impressionou aqui: se o lirismo, o conhecimento cultural enorme, a imaginação incomparável, a riqueza estética ou a habilidade descritiva. O professor Carmelo Distante diz que "o mérito do gênio de Dante é que ele pensava por imagens", e para quem, como eu, é apaixonado pelo campo dos símbolos, "A Divina Comédia" é uma obra-prima inigualável. Além de ser mais uma daquelas em que, mais do que o deleite, a poesia oferece também o retrato de uma consciência moral, religiosa e cultural de uma das sociedades mais relevantes para a história ocidental, que é a Itália medieval.
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Marcela290 30/03/2021

Experiência maravilhosa, futuramente acho que vou relê-la. Confesso que não entendi tudo o que eu li, porque não estou "formada" o suficiente em leituras medievais, mas consegui entender a estrutura dos nove círculos do Inferno, os 7 círculos do purgatório e os círculos do céu.
Essa obra é muito boa, a tradução é boa de fácil compreensão( de certo modo) e é ricamente ilustrada, uma maravilha para imaginar as cenas, enfim, recomendo muito.
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Pedro Guimarães 27/03/2021

Em atenção a obra que se trata é importante destacar que ''A Divina Comédia'' foi publicada provavelmente entre os anos de 1320 a 1472 e composto originalmente em 534 páginas.

Assim sendo , o autor nasceu em 1265 e faleceu em 1321. Defendendo a separação do império e igreja, ou seja ,por um lado o Papa como líder espiritual, e do outro o Imperador como poder executivo ,digamos assim.

A divina comédia foi fundamentada na própria experiência de sua vida particular. Como se sabe o poeta havia sido exilado de sua Pátria por 2 anos e culminado a pagar um valor de multa pecuniária. Ele possuía predileção a determinado lado partidário em Florença e tentou, em certo momento, reunir os guelfos brancos, porém, houve determinada falha e isso foi apontado como um ato de traição e logo o responsabilizando.

Ainda nessa temática, Dante obteve em vida uma paixão não realizada. E o inferno parte inicial de sua obra é o reflexo decorrente disso, ou melhor dizendo, uma resposta aos infortúnios de sua vida caracterizando os 3 primeiros círculos como sua dificuldade real a ser superada.

A obra em si ,no que lhe concerne, é fruto de uma importância notória e colossal .Traz no seu bojo sátira, paixão ,transformações espirituais e autoconhecimento. Dante encontra ilustres personagens discutindo fé, razão, religião e ciências .Uma Ode alegórica que foi, inclusive, retratada no filme de Dan Brown. Para quem desconhece aquela máscara encontra-se ,atualmente ,em Palazzo Vechio em Florença - Quando viajei à Itália tive a oportunidade de ver pessoalmente.

Por outro lado, o inferno é compreendido como um funil até o centro da Terra onde Lúcifer aguarda e cada círculo no qual se aprofundam os viajantes ,o Poeta e Virgílio, vão sendo encontrados pessoas que procederam erroneamente em vida e proporcionalmente à gravidade .Diferente do purgatório onde estão aqueles que se arrependeram no último instante, no inferno estão aqueles que nunca se arrependeram.

Agora, no que diz respeito aos guias do Poeta como é sabido Virgílio representa a razão, Beatriz a Fé e doadora de beatitudes e aqui abro um parênteses ( Matrix sim! o filme mesmo lembra? então é considerada a doadora da vida) .e por fim, São Bernardo representado como místico e momento mais emocionante dentro da história poética e mais elogiado pelos católicos e religiosos.

Por fim, Dante costumava dividir tudo em números de três(33 cantos, trindade etc) e a ideia original do Livro foi do poeta e crítico literário Giovanni Boccaccio, já as gravuras foram realizadas pelo Pintor e desenhista Francês Gustave Doré.

ps: A edição da Nova Fronteira possui erros de revisão bem graves coisa que não encontrei na edição da Abril Cultural e na Edição Bilíngue da LandMark. Fica o aviso.



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