Entre os Atos

Entre os Atos Virginia Woolf




Resenhas - Entre os Atos


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Kamila 19/11/2011

“Entre os Atos” é uma obra interessante do ponto de vista narrativo. A sensação que eu tive ao lê-la era a de que Virginia estava falando, principalmente, sobre o processo de criação daqueles que se propõem a trabalhar com arte. Ela fala sobre a beleza de criar, da enebriada sensação de ver algo tomando vida, de ver o público tentando compreender e se conectar com o que viu. Ela foi perfeita, neste ponto, ao redigir o seguinte segmento do livro: “o enredo existia apenas para provocar emoção. E não havia senão duas emoções: amor e ódio. Não era preciso decifrar o enredo da peça”. O recado está dado. Não é preciso tentar compreender, basta se deixar levar pela história, basta você se permitir sentir aquilo que ela quer te provocar.
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CAcera3 05/07/2023

Entre os atos
Apesar de sempre esperar maravilhas da autora, nesse livro eu não tinha expectativas tão altas. Foi uma grata surpresa encontrar uma narrativa bem humorada, irônica e cheia de alfinetadas. Os temas woolfianos se mantêm aqui, porém eles não ficam tanto nas entrelinhas e por vezes são bem escancarados. Consegui me conectar bastante com alguns personagens e amei a história.
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Sanchez 25/01/2021

Não Curti
Demorei a escrever essa resenha pq queria me decidir sobre a autora, precisei ler outros dela. Sobre esse, não curti o tipo de escrita, muito solta. Diálogos quase vazios. O nome faz total sentido, bem entre atos que acontece alguma coisinha ou que parece que vai acontecer. A história toda me pareceu um grande QUASE. Obviamente NÃO recomendo.
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alex 10/08/2022

Entre os atos, de Virginia Woolf (1941)
"Dispersos estamos..."

Livro lançado postumamente no mesmo ano em que a autora faleceu. De acordo com o irmão, a obra estava pronta e aguardava apenas a última revisão por parte de Virginia.

E que bom q ela foi publicada. Texto inventivo, com aparência despretensiosa. Gostoso de ler, com um final que surpreende: a peça dentro da peça (ou como somos autores e atores de nossas próprias narrativas).

A escritora parece navegar, como um ser onisciente, pelas mentes dos personagens presentes na plateia e na peça ora encenada, resgatando e nos apresentando pequenos fragmentos de seus seres.

Muito bom!
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mbpedago 08/04/2012

Entre os Atos - A representação de (nossos) papéis
A minha edição de “Entre os Atos”, de V.Woolf, têm a tradução de Lya Luft e publicado pela Novo Século (2008). Em outra oportunidade já comentei um pouco sobre o processo autoral da V.Woolf, por isso, não vou apresentá-lo nesta resenha.

A totalidade do romance de V.Woolf (2008) me faz recuperar a intenção de alguns teatrólogos cuja intenção é trazer a platéia para um movimento de conscientização, de ver-se representa(n)do os papéis cotidianamente e como além deles somos apenas silêncio. Ou como o próprio texto de Woolf permite compreender (208, p. 164): “Eles, ali, não pertenciam a nada; não eram vitoriano, nem eram eles mesmos. Estavam suspensos como num limbo, sem existência verdadeira. Tique, taque, tique, fazia o aparelho”.

Nesse sentido a intenção oculta em fazer uma representação de teatro, anualmente, com fins de desembolsas arrecadações para a reforma; o objetivo máximo da autora (tanto, a autora do romance como a própria V.Woolf) era “Queria fazer com que se defrontassem com a realidade presente, que sofressem o seu impacto. A experiência, porém, não estava dando certo” (p. 165) e, uma das justificativas, para que não se atingisse o objetivo era porque “A realidade é forte demais” (p. 166). Para realizar esse movimento, a escritora do romance utiliza-se de espelhos, voltados a platéia, para que eles se observassem tal como os próprios personagens representados, cuja finalidade nada mais seria do “Mostrar-nos como somos, aqui e agora. Todos deslocados, afetados, falseados;” (p. 171).

Esse episódio, todavia, acaba por trazer um depoimento de um expectador da platéia, que assevera: “Olhemos para nós mesmos, damas e cavaleiros! Depois para a construção, e perguntamos como é a nossa construção, a grande construção que chamamos, talvez erroneamente, de civilização, a ser dirigida com (os espelhos cintilaram e relampejaram) fragmentos, pedaços, lascas, como nós mesmos?” (p.172-173). O que somos, para além de representarmos, a não ser silêncios, atos entrecortados: “Tudo o que conseguem enxergar de si mesmos são lascas, pedaços, fragmentos.” (p. 173). Essa visualização e consciência de que(m) somos no mundo, nada mais nos leva a compreender a rede de representação de papeis, nos quais atuamos, cotidianamente, sem sermos a quem representamos e nem nunca mostrarmos quem somos. Posto que “Desempenhamos papéis diversos, mas somos os mesmos. Meditem sobre isso [...] a natureza também representa um papel. E indaguei: não será ousadia excessiva querermos limitar a vida a nós mesmos? Esquecemos que existe um espírito a inspirar e a pervadir tudo isso...” (p. 176).

E, se “Em geral, somos impermeáveis; de vez em quando, porém, o barco pode vazar...”(p.188).É nesse sentido, entretanto, que V.Woolf, por meio de sua autora no romance, declara: “Somos escravos da nossa platéia” (p.192) e talvez, por isso mesmo, não somos nada além de “Lascas, pedaços e fragmentos” (p.195). Quem somos e o que fazemos, entre os atos, que nos enleva a chamar de vida o que cotidianamente representamos? Essa reflexão e a profundidade do contexto em que o romance foi escrito, pode ser (uma das) a justificativa do suicídio de V.Woolf, conforme apresentado no prólogo da história.

Para variar, leitura recomendadíssima!!!
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tmullerh 30/01/2021

Eu enrolei e demorei muito para ler mas li entre ontem e hoje e não me arrependo de ter adiado essa leitura. Parece que o fim disso me atingiu no ponto certo e exato da minha vida.
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Clarispectiana 23/07/2023

Entre os atos
Terminei "Entre os atos" com vontade de devorar o mundo, de seguir caminho fazendo estardalhaço. Tem algo no jeito da Virginia contar histórias que me encanta, anima e da vida. Sinto vontade de ler todos os livros, escutar todas as músicas, me mantém alegre e firme. O que seria de mim sem a literatura? O que seria dos meus dias sem Virgínia Woolf?

Vez ou outra preciso de algo que traga de volta - pois sou mestra em viver longe, em outro mundo - e a Literatura é sempre o estimulo maior, felicidade diária, que droga ps livros tem?

Só sei que "Entre os atos" trouxe a importância dos intervalos, a paciência e impaciência. Linguagem limpa, Woolfiana do inicio ao fim, história que se passa em menos de 24h, muito do que ela trabalhou em Mrs. Dallowey (que ainda não li, estou aguardando o momento certo). Esse é também o seu último livro, triste pelo fim dela. Mas, feliz por dar sentido a minha vida. Obrigada Woolf!
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Karinny 22/05/2021

Inicialmente, achei o livro superficial, e apesar de ter gostado da estrutura de algumas personagens, considerei a leitura nada atrativa. Eu daria uma avaliação ainda pior, não fosse o encerramento, sobretudo a última linha, que me tocou de forma mais significativa.
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Marilia132 21/11/2022

O que dizer de um vilarejo e seus aldeãs?
Foi o meu primeiro livro da Virgínia e ironicamente o seu último publicado antes de falecer.
E meus caros, sendo bem sincera no início eu pensei: sério? Pois é um início um pouco sem graça e por esse motivo estou dando as 3,5 estrelas. Porém? QUE ATOS! Não é à toa o nome do livro né?
O livro do meio para o fim faz você vê que a Virgínia não tá ali pra brincadeira. A mulher descreve o voar de uma pomba e te toca com isso, ela trás beleza e importância a mediocridade. Ela mistura o clássico antigo com a contemporaneidade. Tudo em um livrinho de poucas páginas, com seus poucos personagens de destaque.
Enfim, leiam e se deliciem com o que é a escrita da Virgínia Woolf. Eu só sei que não vejo a hora de ler o próximo.
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Adriana Scarpin 14/01/2016

Obra magnífica, o simbolismo presente mesmo abarca não só a história cultural da Inglaterra, como arremata não apenas o momento em que foi em escrito em tintas diacrônicas como também a metalinguagem da autora. Três aspectos importantíssimos a serem considerados na leitura desse livro: 1939 e o século das guerras, modernismo literário e musical, por último mas não menos importante, o fato deste ser o último livro de Woolf antes do suicídio - se você se ater a essas três chaves mestras o simbolismo será destrinchado e se abrirá o leque de uma das mais soberbas obras de Woolf.
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Hofschneider 05/04/2017

ente os atos, não paramos de atuar
sr giles, o covarde e rabugento, marido da mulher dos filhos dele, isa; sobrinho de lucy, a ascética irmã de barth, o cético. isa, mãe de george, mulher que ama e odeia o marido; recita e canta aos sussurros enquanto se sente afetada por willian; este ultimo que admira também a arte e sussurra versos, com seu tique nervoso que lhe causa estrabismo. a sra manresa veio com ele, cheia de joias e aneis, toca jazz e anda de camisola pelo jardim à noite, as vezes; seu excesso de sensualidade atrai o sr giles, e visse versa. todos se odeiam pelos limites impostos ao seus proprios papeis. quem escreveu o scrip?
tudo gira em torno do teatro. será que ira chover ou não?

a narrativa rápida e dispersa te prenderá, e as comparações poéticas e o humor irônico te encantarão. diferentes pontos de vista da narrativa. pessoas na mesma cena falam coisas desconexas, para expressar que todas fazem parte do mesmo teatro humano. todos estão encenando no convívio social. a natureza também exerce seu papel...

o teatro das relações sociais! brilhante e magnifico!
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kaiê ê ê 12/03/2020

Escrita impressionante e poética
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Castro 26/08/2022

Dispersos estamos...
A ideia de "ponto de vista" apresentada em Mrs. Dalloway na cena em que todos olham para o carro na rua e pensam coisas diversas é com certeza mais trabalhada nesse livro.
Uma peça, muitas interpretações, muitos comentários diversos sobre
Uns gostam, outros não, uns se identificam, outros não...e imagino que foi isso que Virginia quis transmitir mesmo, essa sua experimentação retrata a vida e como somos atores e platéia de nossa própria história.
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