César 29/11/2020Um homem chamado Ove e uma resenha de um cara chamado CésarOve é um homem de 59 anos que acabara de perder a esposa para o câncer, e de ter sido demitido do emprego por causa de um problema no coração. Mal humorado de um jeito um tanto carismático, ele é um cumpridor ferrenho de regras e move mundos para assegurar que estejam sendo cumpridas também pelo demais. Ove sente uma saudade extrema da esposa, e esse sentimento acaba fazendo com que ele decida tirar sua própria vida. No entanto, quando está prestes a cometer o ato seus novos vizinhos o interrompem após quebrar sua caixa de correio numa tentativa mal sucedida de dar ré no carro.
A partir daí, acompanhamos as várias tentativas frustradas de Ove de morrer, sempre interrompidas por alguém precisando de um favor seu. Paralelamente, somos apresentados em capítulos alternados a história de Ove, desde sua infância com a morte prematura da mãe e o pai de poucas palavras, até o conjunto de acontecimentos que o levaram a conhecer Sonja e se casarem, e enfim a morte da esposa.
"Um homem chamado Ove" é repleto de cenas de humor genuíno, que arrancam risadas fáceis do leitor. Entretanto, devo confessar que gostei mais de Ove que da história em si. Não que seja ruim, muito pelo contrário, me prendeu do início ao fim, apenas não há nenhuma novidade no enredo que já não tenhamos visto em outras obras do gênero. Outro fator que fez com que eu não desse uma avaliação 100% foi a construção dos personagens. Com exceção do protagonista e de sua vizinha Parvaneh, os demais são um tanto caricatos e meio rasos, não fizeram com que eu me conectasse totalmente a eles.
Apesar desses pequenos pontos negativos, é uma leitura que recomendo bastante. Muitos leitores vão se ver em Ove ou associa-lo a alguém que conhecem. É um livro leve e emocionante quando precisa ser, uma leitura ideal para nos arrancar sorrisos em meio a tempos tão sombrios.