Canoff 21/03/2024
(...) homens e mulheres não são iguais e nunca serão. Ambos desempenham papéis insubstituíveis na sociedade. (...)
Para algumas pessoas, essa resenha pode causar repulsa e gerar certa polêmica. Algumas coisas devem ser ditas de forma objetiva. Se você pretende realizar essa leitura, recomendo que não leia esta resenha.
Iniciei esta leitura sabendo que discordaria de vários pontos colocados em pauta pela autora. O fato de Danda Prado ser feminista já a desqualifica para escrever sobre o conceito de família. Independente da formação dela ou de outras bases que ela venha a ter, o pensamento feminista derruba qualquer argumento da autora. Embora o intuito dela fosse não transmitir suas opiniões (o que é impossível), é notório que ela tece críticas tênues aos homens em todo o livro.
Além dessas críticas, a autora deixa escapar algumas opiniões típicas do pensamento feminista. Ela não fala em momento algum sobre a importância dos homens e mulheres e, principalmente, da importância da família nuclear/tradicional. Em meio a toda essa narrativa disfarçada de panfleto ideológico, não posso negar que há pontos que fazem sentido e que, de certa forma, há uma concordância da minha parte com a autora.
Era esperado que ela, uma escritora feminista, despejasse esporadicamente suas opiniões. É esperado que o autor teça críticas pessoais ao tema que escreve. Entretanto, isso não pode fugir da normalidade e, muito menos, ser usado como Danda usou. Escrever um livro com o objetivo de desmistificar o conceito de família e não colocar a família nuclear como objetivo a ser seguido é puramente mal-intencionado. Tentar relativizar tudo e não dar um horizonte a ser seguido só mostra que o objetivo do livro é debulhar ideologias e não instruir quem o lê.
Não me importa a sua formação acadêmica, a sua religião ou qualquer outro direcionamento que você leve em consideração ou se baseie. A família a ser seguida é a família nuclear. Não ter uma família nuclear não é motivo para relativizarmos com o intuito de nos encaixarmos. Relacionamentos homossexuais não são e não podem ser considerados um conceito de família a ser seguido. O homossexualismo não deve ser normativo. A família nuclear é a espinha dorsal da civilização e não devemos relativizá-la com o objetivo de agradar uma massa. A escolha da autora em esmiuçar os tipos de família é louvável, mas querer substituir a família nuclear pelo simples fato de ela não ser mais tão presente no Ocidente não é o caminho correto a ser seguido. As pessoas precisam saber que embora não tenham uma família nuclear, ela não pode ser substituída por qualquer outro tipo de família.
Este livro, mesmo curto como é, poderia ser um belo manual a ser seguido quando o assunto é a instituição familiar. A autora tinha tudo para escrever algo interessante e que servisse de material para futuras pesquisas no cenário social e antropológico. Mas, como dito anteriormente, ela permitiu que sua ideologia transpusesse a verdade irremediável e acabou caindo em narrativas mentirosas. A todo momento, ela pincela argumentos acerca da disparidade entre homens e mulheres nos âmbitos financeiro e social, mas não explica o real motivo por trás dessa disparidade. Entenda, Danda: homens e mulheres não são iguais e nunca serão. Ambos desempenham papéis insubstituíveis na sociedade e quando o assunto é família (que você tentou abordar em seu livro), a ausência de qualquer um acarreta em problemas infindáveis. Você, autora, escolheu usar as últimas páginas do seu livro para homenagear Simone de Beauvoir, uma aliciadora de menores - bela personalidade para um livro que fala sobre família, não acha? Com os capítulos que foram colocados pela autora, dava para abordar assuntos importantes para a pauta proposta. O livro é completamente incompleto e deveria adequar-se aos problemas familiares atuais, mas não é isso que acontece. Mais um livro que não agregará nada para estudos sociais.