spoiler visualizarNatAlia.Martins 11/05/2024
Sobre decepções amorosas e como reagimos a elas
Esta é uma obra que fala sobre defraudação emocional e a forma que reagimos a ela. A estória das irmãs Dashwood: Elionor e Marianne. A dicotomia entre a razão e a emoção (sensibilidade).
Elinor sempre racional, resiliente e forte consegue passar por uma grande decepção amorosa sem se desesperar, porém, sua irmã Mariane não se comporta da mesma forma. Mariane além mergulhar em uma tristeza profunda que a afeta por completo, adoece e quase morre, porque pensa e sente muito a 'falha de caráter' de um pretendente, que outrora, despertou sentimentos tão profundos nela e desistiu de cultivá-los e correspondê-los abruptamente. Tendo um vislumbre dessa dualidade, podemos nos ver uma hora em Elinor, outra hora em Mariane. E concluir ao final de tudo como sentir muito nos prejudica, como colocar nossas expectativas em uma pessoa é perigoso. Às vezes tudo que precisamos é ser mais racionais para enfrentar as decepções que, porventura, nos alcançarem. De fato, esse não é um trabalho fácil, é um trabalho penoso, mas necessário. Imprescindível. Elinor não deixou de sentir, mas conseguiu dominar os seus sentimentos ao invés de ser dominada por eles. Ao final, as irmãs Dashwood conseguem bons casamentos, bons maridos e claro... a felicidade! Contudo, não sem antes passarem por maus bocados como relatei acima. Diante das decepções precisamos ser resilientes e acreditar que conseguiremos encontrar a pessoa ideal para nós, mas claro, nos tornando primeiramente essa pessoa para alguém. Deus proverá!
Em relação à obra achei a leitura por vezes monótona, comum... acredito que por compará-lo muito a orgulho e preconceito que tem um espaço muito especial no meu coração e não achei que este estivesse a altura. A trama é singela, não há grandes desdobramentos, nem mistérios, nem aventura, nem tanta profundidade como Jane Eyre (por exemplo), mas não é isso que Jane Austen deseja. E naquilo que ela se propõe ela é muito efetiva e certeira em sua mensagem. A trama tem a sua marca: famílias, viagens, costumes, bailes e muitos muitos impasses e dramas familiares. Eu gosto do estilo de escrita dela, inteligível até para os leitores inciantes, fluido; enredo bem amarrado, lógico, vários personagens, e o desenvolvimento não apenas dos principais, mas também dos coadjuvantes, incrível, como conseguimos ter um vislumbre do tipo de pessoa que é cada um, o que inclusive nos irrita! Diante desse panorama classifico com 3,5 pela importante mensagem! Um livro bom (principalmente nos 2/3 finais) e oportuno para reflexões, mas não impressionante ou inovador.