dosesdeliteratura_ 05/08/2023
Transcendental
Imagine uma mulher, no século XIX, como todas as outras; casada, mãe, cumprindo todas as obrigações que lhe são impostas. Vemos uma mulher de fato? Ou apenas um mero fantoche?
Balzac, nessa obra monumental, nos leva a um universo não tão distante da realidade. A Paris que naquela época já era bela, com suas delicadezas e seus costumes singulares, e em meio a tudo isso surge a personagem principal: Julie.
Como tantas outras mulheres, o casamento lhe é a melhor opção, e com ele os pesos e problemas vem em conjunto.
Falaria horas desse livro, mas penso que cada um deveria ter sua percepção.
Ele nos leva as ruas de Paris, caminhamos junto a personagem, sentimos, vivemos, sofremos tudo junto a ela. E sem dúvidas, aprendemos com ela.
É notório como certos problemas sociais ainda não foram resolvidos. E penso eu, como seria Balzac, em 2023? Seria um revolucionário? Ou seria apenas um mero escritor mal sucedido?
Somos um reflexo do que vivemos, e com toda certeza, esse livro é um reflexo do que temos de mais lindo, podre, belo e oculto na sociedade.
Um homem que fala em favor, e pelas mulheres. Isso é a mulher de trinta anos, isso é Honoré de Balzac.