Manual do Roteiro

Manual do Roteiro Syd Field




Resenhas - Manual do Roteiro


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Albarus Andreos 06/06/2013

Que meu professor de cinema jamais descubra que eu li esse livro!
Uma vez, quando fazia minha pós em Língua Portuguesa Voltada a Formação de Leitores, conversei com meu professor de cinema e disse que havia comprado o Manual do Roteiro (Editora Objetiva, 2001), de Syd Field. Ele, professor doutor em cinema pela USP, no mesmo instante, me disse para jogá-lo no lixo. Afinal, como todo bom professor de cinema da USP, odiava Hollywood e tinha gosto mesmo era pelo cinema surrealista espanhol de Buñuel e coisas do tipo. Bem, eu não joguei fora o livro mas também não li, até agora, quando fui aconselhado pelo meu editor a fazê-lo. Não é uma leitura obrigatória para romancistas. Syd Field deixa bem claro que escrever romances é diferente de escrever roteiros ou peças de teatro. Por isso, este Manual do Roteiro serve a você, escritor, apenas como bagagem cultural, a não ser que seu objetivo seja escrever roteiros, mesmo, para Hollywood! Mas, para escritores mais chinfrins, como eu, há muitos lances legais sobre organização pessoal na escrita, macetes e dicas sobre cinema, e ainda revela um pouco da realidade de Hollywood. Afinal é um "receituário de bolo".

O autor se contradiz algumas vezes. Por exemplo, elogia pra caramba o roteiro de Chinatown (EUA, 1974. Vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro original em 1975) e passa o livro inteiro citando o filme como exemplo de aula, mas diz que tomou contato com o filme primeiro e depois com o roteiro. Quando assistiu, achou o filme chato e até cochilou, contudo, quando leu o roteiro achou o máximo. “Um dos melhores roteiros que já viu na vida”! Como assim? Quando lê o roteiro é tudo de bom, mas quando vê o filme é ruim? O cara está ensinando a escrever roteiros e aquele que ele considera um dos melhores já feitos acaba por produzir um filme que ele achou chato???

Fiquei surpreso com certos pontos, como a filosofia do grande cineasta francês Jean Renoir, citado por Field, de que o cinema é uma “arte menor”, já que não cabe a uma pessoa realizar todas as partes de um filme, ficando então, o trabalho de criação, esparramado pelas mãos de muita gente, sugerindo e colaborando, para poder se considerar verdadeira arte como a escrita, a música e a pintura. Nunca tinha pensado nisso... Certamente, meu professor de cinema da USP, concordaria que cinema de Hollywood não é arte, definitivamente.

Mas, falando da técnica do roteiro em si, jamais me sentaria diante de um monte de fichinhas e começaria a inventar o que colocar em cada uma, sem ter uma história já em mente a ser despejada numa página. Escrever, para mim, vem da vontade de exprimir uma história que, se pode não estar completamente formada quando surge, a ambição de desenvolvê-la leva a finalização do texto. Não teria também, como o autor sugere, nenhuma possibilidade de escrever por encomenda de alguém. Me parece a coisa mais sem sentido do mundo! Aquilo de ter que pensar nos Plot Points, no final de cada Ato (porque o roteirista é “obrigado” a tê-los no seu roteiro!) me parece um troço robotizado e artificial demais. Essas amarras me incomodam muito como escritor! Mas... depois do estruturalismo russo, de Vladimir Propp e o monomito de Joseph Campbell, existe uma fórmula para criar filmes. Syd Field diz como é que se faz, e meu professor de cinema quer que ele vá a &#@$%&*.

Convém saber que os romancistas e novelistas americanos de ficção fantástica, YA e subgêneros mais cultuados, têm as regras do roteiro na manga. Isso é uma vantagem que pode aconselhar que você leia este livro, como eu fiz. Os gringos sabem lá como trabalhar com elas (vide George R. R. Martin, romancista e roteirista) e criam obras com potencial de adaptação cinematográfica. Portanto, se você curte romances americanos e deseja dar uma estrutura similar ao seu livro, o Manual de Syd Field, pode ajudar. As proposições dele a respeito das adaptações são muito pertinentes e claras. Field faz um ótimo questionamento mostrando o que é a adaptação de um livro e como é o roteiro com relação ao original ou a uma peça de teatro (e eu acrescentaria quadrinhos e videogames). Muito bem colocado.

Escritores de roteiro, diz Field, são pessoas que se sentam com uma vaga ideia apenas, retirada de algum lugar, e a transformam em roteiro, que depois pode virar filme. É a diferença de um escritor de romances, o segundo sabe o que escrever, o primeiro procura inventar o que escrever. Não vejo arte nisso. Não vejo espontaneidade. É mais como algum tipo de garimpo, um dentista que dá uma olhada na sua arcada, preenche sua fichinha, dente a dente, e começa a cuidar de um depois do outro.

E além disso, o autor começa o livro com uma declaração infeliz: “Algumas pessoas tem talento, outras não. Talento é um dom divino; ou você tem ou não tem”. E com essa declaração ele quase me perdeu logo de cara (pág. XVI da Introdução). Contradiz, aliás, muito do que ele escreve nesse Manual, pois ele cita aos montes gente boa que começou errando e depois produziu grandes roteiros que renderam bilhões aos produtores.

Discordo tão frontalmente disso que chega a me dar coceiras. Na minha opinião, não tem nada disso de talento ser algo inato, tipo: “ou você tem ou não tem”. De jeito nenhum! Talento é só uma coisa que vem depois de você treinar muito, arduamente e, necessariamente, sentindo prazer nisso! Ler é o começo para todo escritor, e ler muito é a direção certa para todo escritor que se preza. Só lê muito quem gosta muito de literatura, a ponto de, num determinado momento, achar que pode escrever também, pois reconhece as tramas, vê as nuanças, sente as tensões e as distribuições de narrativa pelo papel, aprecia ou não personagens e consegue ver melhores soluções para eles, se emociona e vê porquê, se desaponta e sabe o que não funcionou... Escrever é um ato de coragem, impulsionado muito pela vaidade, mas significa botar a cara a tapa também. Quem escreve se autoproclama escritor e, conscientemente ou não, procura apreço; mas se expõe ao desapreço e deve estar consciente disso. Talento vem de se meter a escrever com ardor e paixão. É querer aprender, querer acertar e aceitar críticas positivamente, e pode escolher entre elas as que lhe servem como “conselhos” e “toques” e tentar de novo e de novo. Um hora se acerta, o autor vai adquirir sensibilidade para perceber isso, e começa a achar um rumo, inventa seus macetes, percebe seus pontos fortes e fracos. De repente está escrevendo bem... e vem um cara e diz que é “Dom de Deus”, porque “se não fosse por Ele você não teria conseguido”??? Acho que Deus tem assuntos mais importantes com que se preocupar.
Fê Brandalise 10/08/2014minha estante
Não acho que ele se contradiz nesse exemplo que deu de ChinaTown. Afinal, como ele mesmo diz no livro: "É impossível fazer um bom filme com um roteiro ruim, mas é possível fazer um filme ruim a partir de um bom roteiro."




Fernando.Francisco 07/12/2021

Bom livro, boa aprendizagem
Um ótimo livro de estudo, mais para uma boa lida apenas, que propriamente consultivo.
Aborda superficialmente, porém apresenta os assuntos e os discute de forma didática. Dá exemplos, o que aumenta bastante o subtexto e estudo fora das páginas. Recomendo a quem quer escrever textos de forma geral, pois alguns princípios do roteiro, se assemelham bastante aos do romance, contos, etc.
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skuser02844 27/03/2023

É?
Um bom começo para quem quer saber mais sobre roteiros, as partes, como se preparar e etc. porém a escrita é tediosa que só! Livro curtinho, mas que parecia demorar uma eternidade para terminar.
Juliana846 27/03/2023minha estante
pelo jeito o livro não foi bem roteirizado né ??


skuser02844 27/03/2023minha estante
KKKKKKK




Fvb1x 09/04/2021

Isso não é uma.resenha...
Eu estou relendo e a cada página que passo eu fico com mais raiva do Syd Field, um dos motivos é como ele fala sobre o roteiro e como ele domina a arte dos roteiros e tudo mais e fui procurar o IMDb dele e ele possui TRÊS roteiros (dois documentários curtos e um episódio de uma série), tipo isso me deixa muito frustrado...
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Martony.Demes 23/05/2022

Uma introdução elementar para construção de roteiro
Eu vi a dica desse livro por meio de um podcast com o escritor e jornalista Ulisses Campbell, autor dos livros sobre a Suzane e Elize! Bom, meu ímpeto é conhecer noções gerais sobre como se constrói um roteiro, uma história bem delineada e uma metodologia! E o livro de Syd Field pretende isso.

O livro de fato é um manual completo sobre como construir um roteiro, ele dá dicas para desenvolver as etapas, os pontos marcantes do roteiros, que tempo é sugerido para cada uma.

Além disso, ele permeia essas etapas descrevendo detalhes utilizados e apresenta exemplos de grandes filmes!

É um excelente livro como introdutório! Só achei ele bem desatualizado! Edições novas poderiam atualizá-lo!

Peguei a recomendação de outro: Story, de Robert Mckee!
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Matheus.Couto 26/03/2021

Essencial para todo estudante de roteiro
O livro apresenta passos para começar a escrever seus roteiros de forma didática, muito instrutivo para quem pretender seguir na área de roteirização. Recomendo para leigos, pessoas que já atuam na área ou estudam para tal.
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Barbara 17/04/2021

Comecei a ler Manual do Roteiro, claro, para entender melhor de roteiros e além de ter dicas pra isso, ainda recebi conselhos que parece que foi um amigo quem me deu.

Syd Field consegue me ensinar tudo o que eu preciso entender sobre narrativa de histórias e ainda dá conselhos a todos aqueles que tem a vontade de ser escritores. E ele ainda fala isso, que todos são escritores, ou se acham isso, e a diferença existe entre aqueles que só falam e aqueles que fazem.

Foi uma leitura maravilhosa que me ensinou e ainda saí me sentindo amiga do escritor.
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Camps 17/02/2023

é o melhor livro teórico que eu já li por enquanto. começa pelo básico, algumas coisas eu sabia e outras não. podiam fazer uma nova edição pq muita coisa está desatualizada já que foi feito na década de 80/90. mas com certeza vou tirar muita coisa que vai me ajudar nos meus projetos. já tirei!
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Kaliane 16/07/2022

Técnico e repetitivo, mas um bom norteador
Gostei da leitura, mas há alguns erros ortográficos que chegam a incomodar, e a repetição de conceitos e frases iguais várias vezes irritam. Provavelmente o objetivo foi "repetir para lembrar ", mas não funcionou pra mim, tornou a leitura cansativa.

Ele aborda conceitos técnicos da história, fórmulas voltadas para o roteiro. Mas que serve para escritores iniciantes entenderem o básico da técnica, princípios gerais e aplicarem em romances, por exemplo.

Discordo de alguns pontos e concordo em outros. Foi útil, mas cansativo a leitura.


Acredito que serviu ao propósito.

Gostei mais dos capítulos finais em que aborda a "vida" de escritor, desafios e os encorajamentos, além dos conselhos dados.

Boa leitura a quem se interessar.
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Skywalking 18/03/2022

Médio
De grande valia para roteiristas propriamente ditos porém enrola demais, muitos exemplos e repetições de conceitos simples que poderiam ser escritos de forma muito mais simples e didática sem demorar tanto
Martony.Demes 20/05/2022minha estante
Teria outro do mesmo objetivo para sugerir-me!?




Nicolly 09/10/2023

Um livro ótimo.
Com uma leitura de fácil entendimento.
Recomendo bastante pra quem pensa em começar a escrever um roteiro e até um livro.
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Yas 11/10/2020

Bem interessante pra quem n sabe nada sobre cinema , aqui focando no roteiro, e quer entender um pouco mais da arte. Li por curiosidade , como a maioria das coisas que leio, por isso não sei se é a melhor leitura para o assunto, o autor foi bem objetivo e o livro é bem curto. Recomendo se aprofundar no assunto lendo outras fontes, nunca é demais mesmo
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Jess 16/08/2021

Prático
Talvez não fosse a minha leitura mais fluida nesse gênero, e não que exatamente eu acabasse concordando com tudo o que foi apresentado. Porém, de maneira geral, pude perceber alguns fatores que me seriam úteis na construção dos meus trabalhos futuros, a despeito de uma ou outra contradição, como o exemplo do filme Chinatown citado por ele tantas e tantas vezes, usado até como exemplo de exercício.
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Kirley 19/02/2014

É um livro que não deixa de ser interessante, mas peca em muitos aspectos por tentar vender ao leitor a obrigatoriedade do formulaico na escrita de roteiro. É verdade que o paradigma é algo interessante, real, e muito válido – nem que seja para que o escritor tenha poder de atenuá-lo ou subverte-lo.

Há muita informação defasada – o que se pode perdoar, porque em termos tecnológicos há uma corrida que se torna a cada dia, mais desenfreada -. No entanto, há muito também que não é perdoável, como dizer que uma adaptação cinematográfica que parte de outros materiais não deve ser fiel. Embora seja óbvio dizer que cinema – ou TV – e literatura são modos diferentes de narrativa – um de caráter internalizante e outro externalizante – é pueril crer que o material de origem não deva ser respeitado, e é uma afirmação que explica porque Hollywood faz adaptações tão medíocres, já que tem por idéia “melhorar” a história ou torná-la algo típico da mídia em questão – leia-se aqui: Vamos tornar a história um clichê mastigado para que as massas mal acostumadas possam sentir-se satisfeitas no reducionismo já batido do cinema -.

Uma adaptação cinematográfica deveria ser tratada como uma tradução: Se o tradutor aparece demais, ela é invariavelmente ruim. Se ele inventa, destrói o material original. Se é literal – o que é comentado acertadamente no livro – peca por não transmitir o estilo do autor e termina tornando o texto enfadonho. Traduzir é RECONSTRUIR – como se pelo uso de materiais diferentes chegássemos ao mesmo efeito arquitetônico -. O mesmo se dá com o cinema. Deve-se reconstruir o material literário na nova linguagem, sem invenções, sem faltar com os aspectos subjetivos da narrativa. O prédio aqui se utiliza de tijolos diferentes, mas deve ter o mesmo formato, caso contrário será uma adaptação ruim.

Enfim, acredito que para quem faz parte da área não acrescente muita coisa – exceto aos iniciantes -. Ainda assim, é uma leitura válida.
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PH 17/09/2017

Terminei a leitura deste livro em poucos dias! Gostei muito! E o considero um dos melhores livros que li sobre escrever. Já li vários porém em nenhum consegui entender objetivamente os mecanismos e processos de escrever. Esse livro no meu caso, correspondeu perfeitamente as minhas dúvidas e o que eu buscava compreender. O livro tem como foco a criação de roteiros cinematográficos mas a técnica do "paradigma" que Syd Field nos apresenta pode ser utilizada em outros processos criativos que envolvem a criação de histórias. Em uma linguagem simples e encorajadora, Field, nos guia em todo o processo de elaboração e PLANEJAMENTO prévio do ato de escrever. O paradigma que ele nos apresenta é baseado em começo, meio e fim, divididos em 3 atos, com 2 pontos de virada(básico). Antes determinamos o que é a história e o personagem. Enfim, é um livro que a meu ver apresenta conceitos práticos e precisos para a criação literária e é um ótimo manual para quem pretende se aventurar a escrever.

Esse mesmo autor possuí outros livros sobre exercícios de roteiro no qual pretendo ler para expandir os estudos iniciados neste manual.

Recomendo.
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