jkdornelles 18/03/2014minha estanteOrlando, acho que tem isso também. muito livro que a pessoa lê e finge que entende.
na minha opinião, acho que Bataille foi uma figura fundamental no pós-guerra francês, pós-surrealismo, pré-existencialismo.
pra mim esse livro transmite uma sensibilidade e sexualidade pós-nazismo, pós-auschiwitz. uma coisa tipo: mesmo com a morte do humanismo, ainda tenho tesão. ecoa a tradição de Marquês de Sade, que fez a mesma coisa na época da Revolução Francesa, mostrando pessoas guilhotinadas como objeto sexual, ou J.G. Ballard, em "Crash", mostrando como acidentes de carro são sensuais.
ou seja, não são. mas por acontecerem demasiado em tal sociedade, presume-se que haja alguma forma de atração nas pessoas que buscam esse sadismo erótico. é uma forma de denuncia do lado político da sexualidade. o que Foucault chama de micro-política.
reconheço o valor histórico e textual da obra, como objeto de denuncia veemente e livre expressão das afetividades, positivas ou negativas (afinal, sou professor de literatura) mesmo que não me agrade o tom, o gosto, ou estilo da obra.
mas como disse, se que tem gente que superestima um livro, mesmo sem ter lido direito.