História do Olho

História do Olho Georges Bataille




Resenhas - História do Olho


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Joachin 02/12/2012

O primeiro romance pornográfico de Bataille, intitulado W.C (1926), continha no manuscrito o desenho de um olho dentro da abertura de uma guilhotina. O corte do olho como uma castração reaparece em História do olho.

O olho do padre morto que é retirado da órbita e colocado no ânus de Simone, em História do olho, é uma metáfora sobre o deslocamento realizado do olho que vê para o olho que é visto. O olho é retirado de sua função tradicional que é fornecer a visão que embasa o sentido e a razão e recolocado no corpo de uma maneira que provoca horror e prazer.

A escrita de Bataille segue os rastros deixado pelo Marquês de Sade, que transformou o corpo humano no principal alvo da sua linguagem violadora. As metáforas do ovo/olho/testículo e leite/urina/esperma simulam a transgressão que a escrita pode realizar em relação aos discursos.
Sol 28/08/2013minha estante
Excelente sua descrição, em total relação com idéias da psicanálise unidas com a arte da literatura. Já sou adepta de toda boa Literatura de vanguarda, de transgressão sadia, e do erotismo, creio que este livro será uma surpresa boa, e um presente a mim mesma.


Joachin 28/08/2013minha estante
Obrigado, Sol! Bataille é, sem dúvidas, um dos autores mais fascinantes do século 20.




Lucas1429 02/02/2024

O moralismo se retém à curiosidade
Em 1928, Georges Bataille publicou a exegese de sua própria existência até ali: a do homem assolado por um desejo arbitrário. A edição primitiva de sua primeira obra, esta, é a identificação da própria aversão íntima que precisava ser transcrita, segundo indicação de seu terapeuta, para a tentativa de desvio da desgastante rotina lasciva que praticava.

A retórica é simplória; o narrador, entremeado à autobiografia batailliana, é um adolescente na descoberta sexual despudorada ao lado de uma companheira igualmente devassa. Simone e ele, no viés dos anti-pudicos, objetivam ironizar a convenção literária, versada na dispersão das mentes libertinas, direcionando o leitor para situações gráficas e não menos instigantes de um processo coletivo não-tradicional.

Ademais, o olho, a centralização titular, é o elemento da observação dos atos e da fruição do orifício anal. O sexo é discorrido para atestar-se como apogeu máximo de ambos amigos e de suas vidas bestiais - também para quem os vê, pais passivos, colegas abismados; e para quem faz, um sem número de corpos hedonistas.

Contrariado às castrações sintomáticas da sociedade quanto aos processos e excessos do físico, o texto, e seus pares presentes, de pouco desenvolvimento exterior desatrelado às consumações, como um Sade contemporâneo, no agir, no narrar, é a incursão à dimensão pornográfica; dela, à transgressão da vida exemplar de todo e qualquer civil comum.
olivromefisgou 26/02/2024minha estante
Que resenha rebuscada ?


olivromefisgou 26/02/2024minha estante
Só sei que o prato de leite não sai da minha cabeça :x




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Yanne0 04/09/2022

História do Olho
Considerado um clássico do erotismo do século XX, em "História do Olho" não encontramos o erotismo convencional, para excitar, porque aqui o horror e o bestial estão entrelaçados ao frenesi sexual dos personagens. Bataille se utiliza de características do surrealismo em sua estória, misturando elementos do onírico à realidade, para transgredir e deslocar o olho (órgão que representa a visão) a fim de transformá-lo, também, em um objeto de prazer e horror. As situações apresentadas no decorrer do texto enojam, causam repulsa em vários momentos por conta da escatologia presente nelas e tiram o leitor da sua zona de conforto. Há diversas metáforas construídas ao longo da narrativa envolvendo o corpo humano (com os seus mais diversos fluidos) e comida. Em resumo, Bataille usa o corpo humano (de seus personagens) para testar e ultrapassar os limites do que é aceitável ou possível na busca pela apoteose sexual.

Narrado por um adolescente de dezesseis anos angustiado por tudo que remete ao sexo, acompanhamos os absurdos que ele e sua amiga Simone experimentam ao longo da estória. A narrativa é rápida, a escrita é crua e simbólica, por vezes poética. As situações incomodam por não haver nenhum filtro na estória e pelo que o narrador (sem nome) nos conta. Estranheza, angústia e curiosidade andam lado a lado desde a primeira página. Bataille subverte o normal e não cria limites morais nos seus personagens, portanto não espere punição para eles. Tudo é livre e permitido. Os adultos são meros espectadores (e incentivadores) para que esses dois adolescentes consigam alcançar o prazer ? o prazer que não cede, que ama o grotesco e que, às vezes, está atrelado a violência extrema.
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Não recomendo para pessoas sensíveis.
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Diogo 12/08/2020

História do Olho, só me vinha na cabeça a citação de Shakespeare: "a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e sem sentido algum"; e O Cão Andaluz (1929), qual minha surpresa quando Bataille cita ao final do livro a forma como o olho é retratado neste curta, deixando evidente uma forte influência do surrealista Buñuel.

O livro conta as aventuras sexuais de um casal, eventualmente, com a participação de outros personagens. O texto é escrito de forma bem direta, realista até, mas a narrativa e ambientação tem algo de onírico e surrealista. O sexo é abordado de forma a naturalizar o grotesco e o sádico - e o prazer fica relegado ao segundo plano -, em uma busca incessante por preencher de um vazio, por sentido e sublimação. As descrições e os sentimentos do protagonista/narrador são bem angustiantes. Ao mesmo tempo, eles estão sempre em fuga e procurando mecanismos de defesa para as fragilidades da vida.

No livro, há uma constante aproximação entre o sexo, a violência e a morte. E o autor faz uso de várias figuras de linguagem para tornar o texto surpreendentemente poético. Ao final do livro, ele elabora paralelos com a história de vida dele, o que deixou a leitura muito interessante.

A edição da Companhia das Letras, em capa dura, ainda conta com três análises essenciais para uma compreensão mais ampla da obra.
Emanuell K. 15/08/2020minha estante
Um livro que eu achei bem difícil!




Marcio 11/08/2022

Muita explicação
A História do Olho é até interessante, mas tem muita explicação de outros autores/comentaristas no início e no final do livro.
Amandenha 11/08/2022minha estante
É um cu na capa? meu deusss


Grazi 11/08/2022minha estante
isso é um cu ? JKKKKKKKKKKKKKKKK




juanito 06/08/2020

Chocante é pouco.
Difícil, nojento, repulsivo, horrendo.
Eu simplesmente amei. 10/10
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djoni moraes 05/12/2020

Um ciclo infinito
Eu queria mesmo era pode iniciar essa resenha (que será bem curta) com uma boa de uma gargalhada, então é isso: HAHAHA!

Este trabalho de Bataille, de cunho aparentemente autobiográfico (!!) leva ao nível do absurdo uma espécie de metafísica erótica que eu jamais tinha tido contato. Na figura do olho, um objeto que é um e, ao mesmo, tudo e todos, Bataille discute de maneira grotesca sobre nossos limites como seres humanos - até que ponto somos contidos pelo pudor, pelas próprias barreiras da mente e da moral humana, sem querer provocar desgosto pela mesma e sim uma afeição quase redentora: que bom que é assim! Um texto que com certeza sempre será, até o fim dos dias, a definição literária de "ame ou odeie" ou "8 ou 80" (e tudo bem se for qualquer uma das duas opções, só não vale ficar em cima do muro), Bataille é capaz de fazer, através da literatura, que o leitor sinta, e sinta MUITO. Afinal, não é esse o fim da literatura?
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Lacerda 09/11/2015

"Para os outros, o universo parece honesto. Parece honesto para as pessoas de bem porque elas têm os olhos castrados. É por isso que temem a obscenidade. [...] apreciam os ´prazeres da carne´, na condição de que sejam insossos."
A ausência de detalhes da vida dos personagens torna o livro orgânico, movido pelo desejo, onde cada movimento gera te(n)são. É um livro de libertação que, como o próprio Bataille irá dizer, o transformou do ser completamente doentio em alguém relativamente viável.
É a história do absurdo, da consciência enfiada no cu, na teoria de um deus morto, para libertá-lo do que é escandaloso e subversivo.
Peleteiro 07/03/2016minha estante
Este livro é fantástico!


Lacerda 12/05/2016minha estante
Esse livro é maravilhoso!




Nat 02/06/2021

Olho
Não vou fazer uma crítica sobre,somente sobre minha experiência. Estava bastante ansiosa e curiosa sobre as coisas que li sobre esse livro,Erotismo e Morte é bastante chamativo, o livro acabou em exatamente 60% , não sei se é figura de linguagem, tradução,edição. Mas não rolou pra mim, talvez não seja o meu momento de ter lido quem sabe daqui para frente. Não entendi nada de nada, já ouvi dizer que é um livro para ? mentes abertas e sabias ? não vou criticar a obra em si. Mas não rolou para mim
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Tj 22/09/2010

Obscenidade e perversão explicitas em uma obra pertubadoramente fantástica
Novela de estreia de Bataille, publicada em 1928, fruto de seções de análise do próprio autor, narra as aventuras obscenas e pervertidas de seu narrador e sua amiga Simone. Os dois jovens, ambos com 15 anos de idade, levam as experiências sexuais ao extremo e a margem de qualquer auto-sencura guiados por Simone, que durante a evolução da narrativa deseja experiências cada vez mais extravagantes culminadas com a celebração de uma ""missa"" (entre aspas duplas duplas) celebrada pelos protagonistas numa igreja. A dor e a morte tem presença em diversas passagens, hora como mecanismo de libertação, hora como punição. Num tom de confissão o autor, em uma narrativa fluida e aprisionante, parece querer expurgar sua indiferença sobre os atos de seus protagonistas.

É uma obra pertubadoramente fantástica.
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Zé vendeiro 17/04/2021

Por favor meninas, não leiam este livro. Laranja mecânica, Lolita, o caderno Rosa de lory Lamb são belos romances perto desse sujo e despudorado...história do olho.
Pam 17/04/2021minha estante
Só de ver a capa já tive nojo.


Zé vendeiro 17/04/2021minha estante
Primeira lei do "niwton" literário PAM: " não subestime uma maçã que ao cair em cheio a uma fronte adormecida, deaperta-lhe em um instante que vai do sonho colorido ao nebuloso desconhecido"
PS: Acho que o meu remédio deve estar vencido ou coisa assim. Porque hoje realmente não bateu.


Racestari 11/03/2022minha estante
Também detestei! O pior é querer dar uma roupagem séria a um livro menor, sem conteúdo nenhum.




jkdornelles 14/05/2012

o melhor do livro é o conto do Cortázar no final.

não sou muito fã desse tipo de erotismo grotesco.

fim.
Orlando 18/03/2014minha estante
também não gostei não, achei muito superestimado e na hora da leitura deixou a desejar...

parece que as pessoas tem meio que vergonha de dizer que essa sobra tão alardeada não é toda essa coca-cola que dizem, sabe, tipo livro pra intelectual posar de bacana e transgressor... daí todo mundo vai no embalo e diz que é o máximo do magnífico só para não dizer que realmente não gostou do troço


jkdornelles 18/03/2014minha estante
Orlando, acho que tem isso também. muito livro que a pessoa lê e finge que entende.

na minha opinião, acho que Bataille foi uma figura fundamental no pós-guerra francês, pós-surrealismo, pré-existencialismo.

pra mim esse livro transmite uma sensibilidade e sexualidade pós-nazismo, pós-auschiwitz. uma coisa tipo: mesmo com a morte do humanismo, ainda tenho tesão. ecoa a tradição de Marquês de Sade, que fez a mesma coisa na época da Revolução Francesa, mostrando pessoas guilhotinadas como objeto sexual, ou J.G. Ballard, em "Crash", mostrando como acidentes de carro são sensuais.

ou seja, não são. mas por acontecerem demasiado em tal sociedade, presume-se que haja alguma forma de atração nas pessoas que buscam esse sadismo erótico. é uma forma de denuncia do lado político da sexualidade. o que Foucault chama de micro-política.

reconheço o valor histórico e textual da obra, como objeto de denuncia veemente e livre expressão das afetividades, positivas ou negativas (afinal, sou professor de literatura) mesmo que não me agrade o tom, o gosto, ou estilo da obra.

mas como disse, se que tem gente que superestima um livro, mesmo sem ter lido direito.


Sol de Sirius 04/07/2016minha estante
Infelizmente vivemos isso Orlando. Um bando de massa apoiando intelectualóides, se é que me entende..Bem, não consegui chegar até o final, preferi a parte do Apêndice! Detalhe, estudo psicanálise e não topei o livro embora reconheça o valor do autor e todo o seu contexto.




Marcos.Telles 16/03/2022

Estava entediado e então pensei: o que posso fazer pra desperdiçar meu tempo..? Abrir um mamão e contar as sementes? Colocar uma paçoca em um pilão e transformá-la em uma farinha doce? Dar um banho na mangueira do jardim? Não, decidi ler "História do Olho". Descobri que não é pelo fato de ter sido escrito nos anos 20 do século passado que possa ter valor literário. Lembro de Moacir Sclyar (ou teria sido Luis Fernando Veríssimo..?) que escreveu as crônicas das paredes dos banheiros públicos que, por incrível que pareça, tem um valor "filosófico" mais apurado e menos grotesco. Existe a sexualidade como ato objetivo que nos distingue dos animais pelo fato de que através dela obtemos prazer ao invés de ser usada para simples procriação, mas existem fetiches e frustrações sexuais que colocadas no papel, como é o caso aqui analisado, que nos aproxima da bestialidade. Se tiver tempo a perder, leia.
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Bart 17/03/2020

História do Olho (+18)
*Georges Bataille*
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Um amigo me disse, "Bart, lê isso aqui, é um clássico da literatura erótica!".
Demorei p/ler, e quando finalmente leio... É ruim, simplesmente, nem é meu gênero de leitura, e se fosse p/escrever isso, faria a mesma coisa que o autor, quando publicou o livro em 1928, usou o pseudônimo "Lord Auch", depois de sua morte foi que colocaram seu nome real como escritor.
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Começou a escrever por sugestão do seu psicanalista, para ajudar a se livrar das obsessões que o atormentavam. O autor era um celebre e respeitado arquivista da Biblioteca Nacional de Paris.
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A "trama" tem a intenção de chocar (é a forma autoral do escritor), se hoje ainda chama atenção, imagina 1928!
O narrador não tem nome, está sempre com sua amiga Simone, com que tem as mais loucas situações masturbatorias e depois e sexuais de fato, puxando para eles a pobre da Marcela (que acaba se ferrando na história), os adultos não representam figuras de respeito, o desprezo pelo pai evidente, por si mesmo e por todos, pois o narrador não se preocupa com a civilidade.
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Realmente, o aspecto da psicologia/psicanálise? é muito interessante, ... p/quem gosta de ovos, olho = ânus (os ovos muitas vezes vão ser colocados e quebrados lá mesmo), ou olho de de fato! P/uma história erótica... powrra (me desculpem)...Eu tenho que aprender a deixar de ler o livro quando eu não gostar.
Quem gosta, fique a vontade, não é puritanismo, esse tipo de literatura seria melhor lida como um estudo de caso, aí sim, muito rico... o tesão, a lasciva é algo muito único de cada um de nós, eu respeito, o ovo, o olho, o outro olho... O que importa é o gozo MÚTUO (para os amigos... dediquem atenção às suas parcerias).
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