biet 23/06/2020
Brynne e Ethan vivendo seu final feliz... mas eu não.
RESENHA RARO E PRECIOSO #3 - 1/5
Eu não estava planejando escrever uma resenha para esse livro porque, bom, os três anteriores eram tão rápidos que eu jurei que seria uma leitura rápida e fluída; afinal, é um new adult muito como tantos outros. E realmente foi bem rápido. A escrita da Raine é bem direta, bem sucinta, sem enrolações... até chegar esse livro.
Como chegou até aqui, creio que já sabe do que se trata o livro. Por isso, direi apenas a minha opinião do final feliz de Brynne e Ethan, o mocinho e a mocinha da história.
É aqui que vos digo que irei contar SPOILERS, porque não há como me manter superficial e indiferente a esta leitura que tanto me decepcionou; e, em alguns momentos, me enojou. Tenho tanto para criticar que até me sinto mal e com a consciência pesada. Mas eu preciso vomitar tudo o quanto perdi meu tempo lendo esse livro.
Desde o primeiro capítulo eu não conseguia parar de pensar no quanto seria bom se a autora simplesmente concluísse a história no terceiro livro. Estava tudo bem, Ethan e Brynne estavam esperando o primeiro filho, casados, a ameaça de Brynne já havia desaparecido e não havia nenhuma ponta solta. Exceto, claro, pela curiosidade de sabermos qual seria o sexo do bebê. E nada mais. Se a autora tivesse acabado o new adult no terceiro, eu não estaria escrevendo essa resenha com tanto pesar e com leve ranço. Vamos começar:
Até Olhos nos Olhos estava tudo bem, apenas algumas coisas estavam me incomodando, mas não eram "nada demais". Até porque eu dei 4 estrelas nos três livros. Eu sou suspeita de falar por já ter lido livros como 50 tons de cinza e Crossfire, mas há algo nesse totalmente diferente dessas duas sagas: O fato do desenvolvimento do casal ser extremamente rápido. No capítulo dez os dois já estavam absurdamente apaixonados, mas sem nenhuma "base" por baixo, entende? Eles simplesmente tiraram a conclusão que estão morrendo de amor com algumas cenas de sexo sem saber absolutamente nada um do outro. Eles só vão saber REALMENTE nesse livro e no final do terceiro. Eu nunca entendi porque tanta pressa em vomitar tantas palavras de amor tão intenso e verdadeiro se eles se encontraram só algumas vezes, e era para transar e sentir ciúmes alheio.
Se você se irrita profundamente com o casal principal não sentando a bunda para conversar sobre seus problemas, em vez disso, eles fazem sexo, então você realmente vai se estressar com esse livro. Desde o início Ethan e Brynne não resolvem seus problemas como dois adultos que são, tem essa forçação de sexo toda hora sem necessidade. Tudo bem, é um livro sensual erótico, mas eles simplesmente não resolviam nas palavras. Quando Ethan sentia ciúmes completamente maluco e tóxico e deixava a Brynne "profundamente irritada" como ela sempre enfatizava, eles transavam e esqueciam disso. Por muitas vezes, Ethan fazia merda e Brynne saía machucada e irritada; mas no final, ele empurrava e a encurralava a força para transar como uma forma de o perdoar. E sim, ela perdoava. Pronto, é a solução e me sinto mais calma.
O que falar do Ethan então? Eu acho que nem Christian Grey é tão ninfomaníaco assim. De cinco parágrafos do seu ponto de vista, 4,5 era sobre como ele queria fazer sexo com ela. Sim, tem expressões de amor, tem explicando seus sentimentos e preocupações e desejos materiais e espirituais. Mas são cinco por cento de todo o cem por cento, entende? Seu ponto de vista é apenas como ele queria fazer sexo com ela e apenas isso. Tinha vezes que ela a objetificava tanto e falava tanto, mas tanto, mas tanto de sexo que eu pulava porque já era algo estranho. Cara, calma. Vocês transam todos os capítulos, dá pra mudar o disco? Às vezes eu até duvidava do amor dele de tanto que ele a via com um desejo carnal tão grande que eu não sinto essa tensão sexual, eu sinto é vontade de correr. A cabeça dele é apenas 100% sexo sexo sexo assim como seus pontos de vistas.
E a Brynne? Para uma mulher forte que conseguiu passar por um trauma tão grande, tão intenso e poderoso... Confesso que no início quando descobri seu passado não entendi porque ela posava nua, mas quando ela explicou para o Ethan a razão por trás eu a admirei muito. Realmente, é muita coragem... Para chegar o Ethan e ela ficar totalmente submissa. Toda vez que eles vão transar a Brynne faz questão de dizer que ela amava o Ethan sendo o controlador no momento íntimo. E até aí tudo bem, ótimo. O problema é o mesmo que o anterior, ele simplesmente jogava as tristezas, as preocupações, os sentimentos dela para o lado e a forçava a transar. Claro, ela aceitava, ela nunca pediu para parar ou o impediu. Mas para alguém com o passado dela, ela ser tão objeto de um homem e tão submissa? Ethan queria sexo todos os segundos de todos os tempos, e isso significa que ela é submissa todos os segundos de todos os tempos. Nossa, pulei tantas cenas porque não aguentei ver ela deixando de lado seus sentimentos porque o marido dela queria transar. É uma maneira de demonstrar que ele a ama sim, mas custava sentar a bunda na cadeira e conversar sobre as brigas e os traumas em vez de ignorar tudo por sexo? Poxa, uma conversa sincera antes era o suficiente. Por muitas vezes não consegui aproveitar a cena de intimidade porque estava muito brava com as merdas do Ethan para gostar da cena. Enquanto eles transavam eu ficava puta da vida brava com ele e desejava que ela simplesmente gritasse com ele, fizesse ele parar de ser um ninfomaníaco doido e gritar o quanto ela estava brava. Ele se preocupava sim, mas não da maneira correta. Não suprimindo e escondendo as raivas e tristeza para um desejo sexual maior que SABE que vai fazer ela o perdoar, QUE SABE que vai fazer ela ficar calma e não fugir dele. Porque a Brynne fugia, e muito, o tempo todo.
Para piorar, parecia que o Ethan tinha um harém, porque a cada capítulo aparecia uma mulher que ele já se envolveu, mesmo que não fosse diretamente. Enquanto a Brynne olhava para um cara e ele a levava embora emburrado, encurralava ela para fazer sexo com ele e provar que ela é só dele o tempo inteiro. Aparecia uma mulher feminina e eu já pensava: pronto, mais uma. Que pau de ouro não é possível, que coisa chata! (Fazendo a Brynne ainda mais submissa, porque ela ficava irritada e ele dizia que amava enquanto fazia sexo com ela e tudo evaporou e ela não se lembra do que FERIU ela. Olha, Britto, sinceramente...)
Para fechar, eu reforço mais uma vez que a autora deveria ter terminado a história no terceiro livro. Esse quarto livro é cheio de enrolações. Ela forçava dizer tantas vezes os sentimento dos dois quando já estava até mais do que claro desde o segundo livro. Julgo que teve até parágrafos repetidos. Era toda hora endeuzando o Ethan na cama, era reforçando lamentações do passado que ela já desenvolveu, era forçando sentimentos que a autora não desenvolveu (Como a amizade alheia dos casais, ela melhor amiga de uma garota que só apareceu duas vezes na saga inteira; ele melhor amigo de um cara que só trocaram cinco palavras e brota de repente para encher linguiça).
Pura. Encheção. De. Saco.
Não terminei o livro, e não irei. Para mim, a história acabou no terceiro. Sem necessidade nenhuma de fazer mais um livro. O livro inteiro foram a vida de casado deles, mas, veja se te surpreende: Sexo em todos os capítulos, mais de uma vez. Tem capítulos que é literalmente só sexo seguidos. Para um new adult sensual, o prazer de colocar cenas íntimas nos momentos certos foi totalmente bola fora. Em vez de aproveitar toda vez que eles se juntavam, eu ficava frustrada e entendiada. E mal podia pular! Porque os próximos capítulos eram os mesmos, e os mesmos, e os mesmos...
A saga inteira teve um desenvolvimento bem porco, sexo forçado em todos os capítulos e até meio cringe, um cara ninfomaníaco controlador e arrogante, uma mocinha submissa e sem graça, personagens que não se apega, não fazem nem cócegas, você nem pega apreço para eles. Pelo menos, não funcionou, porque a saga inteira é só o casal e todos os outros personagens são plantas.
Os outros livros até que recomendo. Esse, prefiro fingir que nunca existiu.