Lauraa Machado 16/10/2017
Uma verdadeira obra de arte
Acho que esse foi o livro mais bonito que eu já li. Agora entendo por que tanta gente fala sobre a escrita da Laini Taylor. Já era boa nos outros livros da trilogia, mas esse terceiro é uma verdadeira obra de arte. E não é só pela prosa que beira a poesia, mas pela maestria da autora em amarrar todos os detalhes possíveis, em não fugir da complexidade dos infinitos mundos que criou e, ao invés disso, encará-la de frente e superá-la a cada capítulo.
O primeiro livro da trilogia tinha me surpreendido. Eu não esperava aquela dinâmica da história, não esperava as criaturas tão diferentes e definitivamente não esperava tantas ramificações do enredo que ainda teriam que ser desvendadas. A única coisa que faltou naquele livro para mim foi algo que me conectasse completamente a ele, mas isso é defeito meu, não dele. Eu que não estava acostumada com esse tipo de fantasia e ainda me sentia afastada dela. Mas agora não estou mais.
O segundo livro, em compensação, foi uma pequena decepção. Ele foi maior do que deveria ter sido, sua história arrastada demais e, depois desse, percebi que o segundo tem um defeito ainda maior. Diferente do primeiro, que nos apresenta a todo o universo da história e uma pequena amostra do que ainda tem para ser descoberto, e do terceiro, que desenvolve ainda mais do que eu poderia esperar, com muito mais profundidade do que imaginava, o segundo não tem quase nenhum mistério. Ele é um livro de transição - e eu acho válido isso existir, mas ele acabou ficando mais longo e maçante do que precisava. Além disso, ele parece um pouco desconectado de todo o universo da história.
Mas, depois disso tudo, depois de toda a promessa do primeiro e o caminho que o segundo teve que percorrer para chegar aqui, o terceiro não deixa absolutamente nada a desejar. Ele não só consegue amarrar todas as pontas que tinham aparecido como soltas nos livros anteriores, como amarra outras que - eu acredito, - nenhum leitor teria ao menos pensado que existiam e precisariam ser fechadas. E ele as amarra com uma realismo e uma fascinação maravilhosos, sem nunca ser fácil demais ou previsível demais. Todos os personagens e acontecimentos são conectados, como se fossem destinados àquilo e ao mesmo tempo o resultado de tudo estivesse à mercê de suas atitudes. Isso é maravilhoso! Mas não é só isso que faz esse livro ser uma obra prima.
É também a escrita da Laini Taylor, que é mais bonita do que eu conseguiria explicar aqui, que me faz querer ser como ela, que deu tanto valor e tanta beleza para essa história, que ela deveria ser lida como um conto de fadas clássico e eterno, mas muito mais realista e muito mais romântico.
Esse livro conseguiu realizar todos os sonhos que eu tinha nutrido para sua história - e outros que eu nem sabia que eram possíveis, - conseguiu satisfazer também meus ships (sim, mais de um!) e me fazer sentir que vou levar essa história para sempre em meu coração e lista de favoritos. Nem consigo explicar o quanto o amei, o quanto recomendo para quem já gostou dos livros anteriores ou para quem ainda não se convenceu completamente com a história e para quem simplesmente quer se perder por um mundo mais complexo e bem criado do que qualquer outro antes.
Foi uma experiência única ler essa história e fico extremamente feliz de ter seguido indicações de outras pessoas para essa trilogia. Ela é do tipo que muda a vida de quem cruza seu caminho. Mudou a minha.