paulinha 04/07/2022
resenha completa
vou colocar a resenha que fiz para um trabalho aqui. foi o que me motivou a ler (faculdade) e acho que pode ajudar alguém caso necessário. no final das contas, o livro é muito bom!
Este livro é uma leitura muito fluente da história do maior triunvirato do capitalismo brasileiro. Ele se aprofunda no jargão técnico e, portanto, não é um livro de negócios tradicional. Mas todas as formas de pensar de Jorge Paulo, Marcel Telles e Beto Sicupira podem ser compreendidas através da narrativa cuidadosamente elaborada de Cristiane Correa. Para qualquer empresário brasileiro, as histórias desses três sócios são verdadeiras lições de como se comportar na vida e nos negócios. Ao final, fica claro qual é o segredo para transformar uma empresa de baixo desempenho (Brahma) na maior cervejaria do mundo (AB InBev) e criar uma das maiores redes varejistas do mercado brasileiro (Americanas).
Dentre todos as lições passadas, destacaria:
? Invista em pessoas e as incentive;
? Pense em construir algo grande, dinheiro será consequência;
? Crie uma cultura meritocrática, com inventivos e regras claras e onde os melhores
crescem;
? Busque sempre pela simplicidade, não busque holofotes e foque no objetivo: "ninguém
ganha uma partida jogando 'para a torcida '";
? Não tente reinventar a roda, copie o que está dando certo: o Banco Garantia copiou o
Goldman Sachs e as Lojas Americanas, a Walmart. Afinal, por que fazer diferente?
A primeira, e principal, premissa do trio é a meritocracia, dividir a empresa com os melhores, deixá-los ganhar bônus com base no desempenho e fazer dos melhores parceiros os melhores sócios para enriquecer todos aqueles com excelente desempenho. Outra é o controle implacável das despesas. Os diretores não têm secretárias, nem quartos privativos, nem carros da empresa com motorista, voam na classe econômica e, ao fazer check-in em hotéis, os executivos têm que dividir o quarto com os colegas. A informalidade é a regra, as pessoas vão ao escritório sem ternos, apenas calças e camisas, a hierarquia é apenas um detalhe. O último ponto é o apreço pelo maior patrimônio da empresa: as pessoas. O último ponto vai além da empresa, pois o trio está comprometido em oferecer oportunidades para quem tem talento, mas não tem recursos por meio da ONG (organização não governamental) que dirigem. A paixão por crescer e vencer desse trio é estimulante, eles têm fôlego e inteligência suficientes para conquistar o mundo, e é muito bom ter acesso a essa mentalidade através do livro.
Quando fui escolher os livros para leitura, confesso que escolhi os menores. Portanto não esperava que iria me surpreender com o conteúdo, o que logo no início foi contradito. Iniciei essa leitura no dia 04 de maio, e diferente do planejado, só consegui finalizá-la no dia 25 de maio. O livro é bem curto, porém tive semanas cheias e não conseguia terminar. Para deixar a resenha mais pessoal, marquei várias frases lendo o livro, as que eu mais me identificava, e vou expô-las com meus pontos de vista.
No capítulo 1, ?Os ?invasores? da Anheuser-Bush?, é mostrado como uma exposição de informações atrapalha o desenvolvimento de um negócio, nesse caso, a aquisição da Anheuser- Bush.
Tudo parecia estar sob controle até que o segredo foi exposto ao mundo às 14h29 do dia 23 de maio, quando o blog Alphaville, do jornal inglês ?Financial Times?, publicou na internet a informação de que a InBev preparava uma oferta de 46 bilhões de dólares pela centenária companhia americana. A notícia trazia detalhes sobre o modelo de financiamento da compra, os nomes dos envolvidos na estruturação do negócio e quando teriam ocorrido as primeiras sondagens a August Busch IV, principal executivo da AB e membro da família que batizava a cervejaria (CORREA, Cristiane. Sonho Grande; Rio de Janeiro: Sextante, 2013).
Aqui, é tido que por mais que estejamos cercadas de pessoas confiáveis, no mundo dos negócios é de suma importância redobrar o cuidado ao fazer conexões com as pessoas.
O capítulo 3, ?Em busca dos ?PSDs? ? Poor, Smart, Deep Desire to Get Rich?, mostra a sagacidade do trio. Eles visam a escolha de funcionários com essas competências, pois para eles, são o tipo de pessoa com mais desenvoltura. ?Havia um tipo especifico de profissional que Jorge Paulo estava sempre farejando e que ele batizou com a sigla PSD: Poor, Smart, Deep Desire to Get Rich (pobre, esperto, com grande desejo de enriquecer)? (CORREA, Cristiane. Sonho Grande; Rio de Janeiro: Sextante, 2013).
No capítulo 4, ?Missão dada é missão cumprida? é mostrado a convicção que todos deveriam ter para com os negócios do trio. ?No escritório de ambientes abertos, em que todo mundo fiscalizava todo mundo, costumava-se bater palmas para quem se levantava mais cedo que o habitual para ir para casa. Uma ironia, claro, em geral acompanhada da incômoda pergunta: ?Está fazendo meio período hoje?? O tom podia ser de brincadeira, mas não escondia a acidez? (CORREA, Cristiane. Sonho Grande; Rio de Janeiro: Sextante, 2013).
?De banqueiros a empresários?, capítulo 6 do livro, fica evidente a vontade de eclodir do trio. Como o próprio título traz, eles estavam cada vez mais se aventurando por diversos ramos de negócios, e não iriam parar tão cedo. Como dito anteriormente ?Por que perder tempo reinventando a roda se era possível copiar o que havia de mais avançado no mundo??. Esse pensamento de Beto trouxe uma das melhores parcerias de sua vida, Sam Walton, presidente e fundador da rede Walmart.
?Você não pode competir com seu sócio, não pode se importar com quem levará o crédito por um negócio? (BUFFET, Warren. Sonho Grande; Rio de Janeiro: Sextante, 2013). Essa frase exposta no capítulo 7 pelo acionista da Berkshire Hathaway, traz sua visão perante o trio e o mundo dos negócios, onde tudo é muito competitivo. Para prosperar em qualquer um de seus negócios, a participação ativa dos funcionários nas ações das empresas era essencial para o desenvolvimento, pois, uma vez que o trabalhador investisse seu próprio dinheiro, iria fazer com que seu rendimento ficasse sempre acima do esperado para que suas ações prosperassem.
A regra 20-70-10, mostrada no capítulo 10, ?Uma dose de pirotecnia?, é basicamente uma forma de como comandar uma empresa. Do total de funcionários, 20% com melhor desempenho são premiados, 70% medianos continuam na empresa e os 10% com piores rendimentos são demitidos. Isso, para alguns pode ser considerado um mal exemplo, tal qual os ?serial killers? mostrado no capítulo 11. ?Velozes nas decisões, impiedosos com os adversários e só jogam para matar?
Ainda segundo a autora, a Ambev foi punida diversas vezes pelo TJS (Tribunal Superior do Trabalho) por práticas abusivas para com seus funcionários. ?No início de 2012, por exemplo, o Tribunal Superior do Trabalho condenou a cervejaria a pagar uma indenização de 100 mil reais a um antigo vendedor que era obrigado e passar por um ?corredor polonês? quando não batia suas metas? (CORREA, Cristiane. Sonho Grande; Rio de Janeiro: Sextante, 2013).
Por fim, o livro traz as conquistas filantrópicas e econômicas do trio. Encerra mostrando que mesmo sendo um dos maiores (na época em que o livro foi escrito) milionários do mundo, cada um continuava ousando nos negócios. Minha opinião sobre o livro são apenas as melhores, por mais que eu não concorde com o conceito de meritocracia apresentado, acredito que a autora além de passar muito bem a mensagem que os empreendedores queriam, trouxe uma história incrível para o público.