antonio aguiar 15/04/2013O livro é péssimo em muitos sentidos. A única coisa que me manteve na leitura foi a esperança de ter um desfecho interessante, mas a decepção foi ainda maior no final.
Depois do segundo spam por parte do autor, resolvo comprar o livro.
A personagem principal, Camila, é a mais superficial de todos os tempos. Bella Swan fica com o segundo lugar. Quando a sinopse diz que ela precisa de uma reportagem para seu blog, acredite, é somente isso que a leva para frente. Mesmo diante da possibilidade da invocação do "Grande Maléfico", o fim do mundo, sua própria morte, a suprema iluminação, tudo o que ela consegue pensar e dizer é: "preciso da reportagem para meu blog", "mamãe, vou nos tirar dessa enrascada" e "ordem de despejo sob o sutiã, pensei: dois dias e rua". Essas frases são repetidas ao menos vinte vezes, cada, durante a narrativa.
Outro ponto negativo, a repetição exagerada de termos. Todos os personagens, aparentemente, pensam exatamente com os mesmos termos. "as palavras de [personagem] de repente me pareciam vivas"; "o passado voltava a mim com força". Sinceramente... se a cada vez que eu lesse um desses termos tivesse direito a um livro, teria leitura garantida pelos próximos 10 anos. Além disso, absolutamente todos os personagens, assim que tem seus nomes divulgados, tem um flashback, e mais uns cinco ou seis durante a história.
O ritmo "frenético e alucinante" imposto é horrível. A facilidade com que o autor pula de um local para o outro impressiona. No fim da história, temos o diretor geral da CIA, a blogueira brasileira, mais uns quatro personagens, todos no mesmo balaio, conversando sem nenhuma explicação (uma nova língua universal, talvez?). Os diálogos geram momentos de pura vergonha alheia...
Por fim, a mistura de mitologias e crenças parecia promissora, mas os defeitos da narrativa põe tudo a perder.
Fica o elogio ao autor pela coragem do lançamento, já que o mercado nacional ainda é preconceituoso, e pela publicação num formato ainda tímido, mas a propaganda de "sob a orientação do lendário McSill" vende muito mais do que o livro tem realmente a oferecer.