Ramiro.ag 04/05/2023
"Foi poeta - sonhou - e amou na vida."
"Era uma noite - eu dormia
E nos meus sonhos revia
As ilusões que sonhei!
Meu Deus! por que não morri?
Por que do sono acordei?"
Uma obra poética de alto nível, onde o autor deixa escancarada a sua incapacidade de adaptação ao mundo real, passando a maior parte do seu tempo em longos devaneios, e sua obsessão com a morte, como uma forma de refugio.
De um lado, vemos a ânsia do amor, a idealização da mulher como uma figura angelical, porém, esse amor só parece possível em sonhos. E de outro lado, o tema da morte, que é muito permanente em suas obras, assim como a solidão, desânimo, melancolia, depressão e tédio, vindos de um cotidiano vazio e banalizado.
Álvares de Azevedo, em seus poemas traz uma reflexão em consequência do tédio e do vazio existencial em que ele se consome, muitas vezes se entregando aos vícios, a preguiça e a boemia em busca de um momento de prazer passageiro.
Se tornou o meu livro de poesias favoritos, me passou diversos sentimentos de maneira muito intensa.
"[...]
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
A sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida. - "