Gabriel 21/02/2022Uma azeitona apenas..."E se todos nós estamos atuando, não pode existir algo como uma alma gêmea, porque não temos almas genuínas"
Finalmente li esse livro que tenho curiosidade de conhecer há uns 3 anos. É aquele tipo de livro que a gente enrola para começar mas sabe que vai gostar muito quando terminar.
Eu já sabia como o grande mistério iria se desenvolver, mas mesmo assim fiquei surpreso durante vários momentos. Já havia lido outro livro da autora (Lugares Escuros) e tinha detestado, mas esse foi ótimo.
A forma como a narrativa é desenvolvida é instigante, cada momento e cada detalhe importam/vão importar muito à narrativa. Gillian Flynn tem uma forma muito brutal de escrever e isso foi muito benéfico para esse história.
Os personagens principais são extremamente densos, cheios de camadas. O desenvolvimento dos dois é muito bom; o Nick vai de marido suspeito para o marido problemático e depois para a "vítima" de um relacionamento totalmente doentio, enquanto a Amy vai da esposa que é tratada com indiferença para uma das maiores psicopatas que já li na vida.
Achei as conexões das pistas e das provas bem feitas, mas me irritei de mais com as últimas páginas. Senti que a autora "forçou" muita coisa para que a Amy ficasse por cima (extremamente mal contada aquela história da fuga dela). Fora que aquele casal que roubou a Amy poderia facilmente aparecer e contar que ela estava naquela hospedaria (ela contou no interrogatório para a polícia que esteve presa num hotel com o Desi, mas isso poderia ser facilmente refutado pela dona da hospedaria que com certeza reconheceria a Amy). Me pareceu que assim como a protagonista, a autora mudou de planos ao longo da narrativa.
Apesar do final, que como disse achei forçado, gostei bastante da história. É um grande desenrolar de segredos e com personagens bem interessantes, mas com algumas pontas soltas no final. A forma como a história se conclui é satisfatória.