Resenhas - Cartas na rua

Sammy 07/06/2021

Hank
O desenvolvimento do Hanry nesse livro foi de outro mundo; passando da fase mais degenerada dele, agora em "Cartas na Rua", da pra entender mais como o Henk pensa.
No meu caso, factótum me pareceu uma leitura muito repetitiva, era demissões e contratações, alguns capítulos fugiam disso, mas não foi tão atrativo quanto Misto-Quente. Já agora, não. Diversas fases e relacionamentos do Henk, idas e voltas, o escatológico com o cômico, tudo isso marcou muito o livro.

Esse foi o trecho que verbalizou perfeitamente a incapacidade e fraqueza humana, a fraqueza humana universal:

"Betty, Betty, Betty. Por favor, quero que beba um pouco d'água, só um golinho d'água, não muito, só um golinho!"
E mais: "Por que a deixam abandonada lá?
[...] ESQUEÇA ESSA PALHAÇADA DE SENHOR, ESTÁ BEM? Aposto que seria diferente se fosse o presidente ou o governador ou o prefeito ou algum rico filho da puta, então haveria médicos por toda a parte naquele quarto fazendo alguma coisa! Por que vocês simplesmente os deixam morrer? Que pecado há em ser pobre?"

joaoggur 27/02/2022

Bukowski é EXTREMAMENTE superestimado.
Vejo muito se falar sobre Charles Bukowski. Pessoas dizendo que fora um dos maiores poetas estadunidenses, ou dizendo que o seu método de escrita é ímpar e marcante. Discordo.

Henry Chinaski é o que muitos consideram a escória da sociedade: não arranja emprego, bebe, fuma, não estabelece um relacionamento e não consegue ter uma vida pacata. Até que, ao conseguir um emprego nos correios, ele começa a passar por inúmeros percalços, e simultaneamente a isso tenta achar uma paixão para a sua vida.

Toda a parte sobre os correios é indubitavelmente boa. Quando Buk detalhe problemas passados pelo Henry, desde a clientes malucos a chuvas tempestuosas, ele consegue nos prender ao ponto de realmente nos imaginarmos como o protagonista.

O grande problema é a parte dos relacionamentos de Henry. Bukowski, além de romantizar o relacionamento tóxico e traições, narra, se permite o spoiler, uma cena de estupro e outra de agressão a mulher. Para mim isso já seria a gota d?água. Só problematiza mais com o fato do autor imaginar o protagonista tendo atitudes mais tóxicas que a cidade de Chernobyl, mas simultaneamente é escrito como inúmeras mulheres se envolvendo e se apaixonando por ele.

E para piorar, há inúmeras passagens onde o personagem fica bebendo e sofrendo no estilo ?ninguém me quer?, como se fosse suas companheiras as culpadas da história.

Não recomendaria, pois é um livro extremamente problemático e tóxico, que romantiza problemas da nossa sociedade e completamento abusivo.

Buda 17/01/2021

Buk o bêbado
Apesar de que Bukowski não usava nada além de álcool para enlouquecer e a sua maneira fugir da realidade, eu lembro muito do Hunter S. Thompson.
Em 2020 o "Velho Buk" faria 100 anos, decidi ler esse poeta do escracho começando pelo livro "Misto Quente", depois li "Factótum" e agora cheguei, li e me diverti com "Cartas da Rua", que fantástico.
Quando Bukowski descrevia algum gordo funcionário dos correios americanos eu não conseguia não lembram do personagem Newman do sitcom americano Seinfeld.
Ler Bukowski é um caminho sem volta, apaixonante e viciante. tal qual o alcoolismo, os livros deste safado boquirroto lhe causam dependência química, cuidado.

site: https://www.instagram.com/budapetermann/

Cinara... 14/03/2020

"Eu sempre tinha atraído os loucos. Eles gostavam de mim."

Ana Júlia 29/11/2020

Minha segunda leitura de Bukowski, sem contar os diversos poemas que já li dele. Sim, a gente não pode descartar a genialidade que ele tem com as palavras, deixando sempre tudo tão claro e direto. Esse primeiro romance dele é a prova viva da fácil interpretação e dinâmica que é a marca do escritor. Sim, é um livro bem bacana de se ler, porém não sei se eu ainda teria Bukowski como uma personalidade a ser admirada. Talvez apenas como escritor, e nada mais. Muito do que ele escreve bate de frente com diversos ideias que cultivo e, portanto, acredito que ficarei apenas nos lindos poemas e poesias registrados. Mesmo assim, recomendo a leitura para quem quer iniciar no mundo bukowskiano, pois grande parte do que ele é como pessoa e como escritor está descrito no livro.

marciorezende 13/12/2020

Cartas na rua - Charles Bukowski
Não curti muita a leitura.

Foi o primero livro dele que li, por isso não posso resumir a obra desse autor que é tão aclamado por uma única obra lida.

Percebo que sua construção nesse livro se deu de maneira excessivamente pessimista, porém de maneira incômoda, dramática e infantilizada.

Eu não sei se indico esse livro, pra mim a leitura foi enfadonha.

beatriz 22/07/2023

Li porque gosto da vibe de protagonista meio mau caráter e depressivo fazendo merda, mas acho os livros do autor superestimados e problemáticos.
O Chinaski é um personagem totalmente nem aí pra nada e desde a infância que ele é polêmico e apocalíptico. Com um pai daqueles também, né. Coitado, me identifico.
O livro tem algumas passagens bem engraçadas e descontraídas e leio mais por conta desses pontos. Tem também algumas críticas sociais implícitas, já que o Henry acha tudo e todos uma merda, mas ele também é uma red flag gigante e ambulante, então...
Uma leitura controversa, sem dúvidas, mas nada de mais.

Gi Santos 05/08/2022

Ler Bukowski cronologicamente era uma experiência que eu não tinha tido. Já tinha lido algumas obras soltas, mas agora seguindo uma ordem, a linearidade faz quase com que os livros adquiram uma outra cara. O velho safado nunca decepciona.

Akanin 08/03/2023

Não leia
Livro com algumas cenas "pesadas ", sou suspeito pra falar dele pois só li o livro pra poder ter lugar de falar e dizer..ESSE autor é uma merda superestimado

Stefânea 01/02/2019

FANTÁSTICO
"Eu estava cansado, ensopado e de ressaca, mas esse era meu estado normal [...]"

Após anos mandando poemas para editoras e sendo rejeitado, Charles Bukowski publica finalmente, em 1971, seu primeiro romance. 'Cartas na rua', narra, de forma bem humorada e um pouco deprimente, as experiências do autor trabalhando nos correios por quase 13 anos.

"Lembrei-me de todos os outros empregos em que já trabalhara. Eu sempre tinha atraído os loucos. Eles gostavam de mim."

Com narrativa praticamente semi-autobiografica, Bukowski nos leva pra dentro do seu dia a dia de forma até milagrosa. A linguagem é tão intensa, que quase sentimos seu cansaço ao trabalhar doze horas por noite (mais horas extras), quase ficamos bêbados e de ressaca junto com ele. Ele nos conduz para dentro do seu mundo, dentro de seus pensamentos, usando palavras simples e de fácil compreensão.

"Bem, todos os gênios são beberrões."

Apesar de a temática central ser sua vida, sofrimentos e experiências dentro dos correios, Bukowski apresenta muito mais que isso. Ver a única mulher que amou na vida morrendo de alcoolismo, sofrer com um divórcio repentino, o nascimento de sua filha e muito mais. É como ler um diário.

Ler Bukowski é sempre uma surpresa. Você espera bebedeira, vômitos e prostituas e se depara com um homem apaixonado tentando fazer de tudo para sustentar sua família. A cada palavra este livro prende um pouco mais, fazendo com que ele se torne uma leitura rápida, já que é impossível parar de ler. Uma obra completa, carregada de sentimentalismo sem ser nem um pouco piegas. 'Cartas na rua' é, simplesmente o nascimento da Era Bukowskiana. Leiam!

"Tudo começou como um erro"

Maristela 29/07/2020

Adorei esse livro . Foi u deleite conhecer o autor através dessa leitura . Um livro cativante , que te prenderá até o fim e te deixará com a sensação de que ficou sozinho ao final .
Recomendo fortemente.

Cadu 01/11/2020

Interessante perceber as diferenças na escrita dos romances de Bukowski quando se lê a vida de Chinaski cronologicamente, e não por ordem de escrita.

Me pergunto se Chinaski é quem traz o mal ou se são apenas colegas de bar.

Alice 05/01/2023

Cartas na Rua
Ler Bukowski na ordem cronológica é algo sem igual. Diferente de Factótum, Cartas na Rua é um livro que você nunca sabe o que esperar ao virar a página. E semelhante a Misto Quente é um livro que vemos e entendemos o jeito que Henry pensa, tomamos as suas dores.
Um dos trechos mais bonitos pra mim é quando Henry diz:

(?) ESQUEÇA ESSA PALHAÇADA DE SENHOR, ESTÁ BEM? Aposto que seria diferente se fosse o presidente ou o governador ou o prefeito ou algum rico 🤬 #$%!& , então haveria médicos por toda a parte naquele quarto fazendo alguma coisa! Por que vocês simplesmente os deixam morrer? Que pecado há em ser pobre?"

Em Cartas na Runa tivemos a oportunidade de ver um Henry sensível, vimos fases de seus relacionamentos (nunca tão saudáveis). Tudo isso com o toque cômico que só Bukowski proporciona.