Julia G 31/03/2013Não Posso me Apaixonar - Bella AndreResenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com.br
"Então, Gabe alcançou-lhe a mão. E, embora ambos estivessem usando luvas grossas, ela jurou sentir o calor dele através das camadas de tecido e do forro térmico.
- Há uma diferença entre se arriscar com esperteza e fazer besteira. Você a criou para ser esperta, Megan. - Ela não conseguiu fazer outra coisa a não ser se perder nos olhos dele, enquanto Gabe continuava: - E nem todo risco é ruim.
[...] Ela sabia que ele estava falando de Summer, sobre os medos dela como mãe... mas e se não fosse só isso que ele estivesse querendo dizer?
E se estivesse dizendo que havia mudado de ideia? E se estivesse dizendo a ela que queria se arriscar? Com ela. E que gostaria que ela também se arriscasse? Com ele. (p. 117)"
Depois de perder o marido em um acidente, Megan jurou que cuidaria da filha de sete anos, Summer, e impediria que elas corressem o risco de sofrer novamente. Para isso, ela não se envolveria com ninguém que precisasse se arriscar diariamente, como uma forma de se proteger de novas perdas. Mas um incêndio em seu apartamento e a coragem do bombeiro que salvou sua vida - Gabe Sullivan - a fariam perceber que nem sempre se tem controle sobre sua própria vida e, ainda menos, sobre o que o coração quer.
Não quero parecer repetitiva, mas sei que serei um pouco nesta resenha. Não posso me apaixonar, de Bella Andre, é o terceiro livro dos irmãos Sullivan e o livro de Gabe foi, até agora, o que mais gostei. Não por conter uma história revolucionária que me encantou completamente - os livros de Andre não são assim. A leitura, como sempre, está voltada para o romance e as cenas quentes, sem muito mais, mas teve um toque de sutileza que não estava presente nos anteriores. E a narrativa da autora impulsiona a concluir rapidamente a leitura, o que ajuda mesmo aqueles que não gostam tanto da história.
A diferença deste volume está, principalmente, na evolução mais gradual do sentimento dos personagens. Claro que a atração entre eles é instantânea, mas há uma resistência maior, e é a luta contra os sentimentos que os levam a se envolver. Além disso, Megan tem uma filha, e isso tira o enfoque de toda aquela atração simplesmente física, dando um pouco mais de profundidade à história. Cabe ressaltar que essa profundidade é pouca, o livro continua não sendo daqueles que nos permitem grandes reflexões. Ainda, Megan também dá a impressão de ser diferente das protagonistas femininas das outras obras: ela não precisa de Gabe, ele apenas faz bem a ela.
Gabe também tem um quê de diferente. Mesmo que os dois tenham traumas, isso não o faz ter todo aquele mimimi na hora da "ação", eles se jogam. Gabe quer ajudar Megan, mas não toma "posse" dela.
Por falar em posse, isso é uma coisa que tem me incomodado: o ciúme quease irracional dos Sullivans. Pode até parecer "bonitinho", mas eu acho meio doentil, principalmente porque não acontece com um ou com outro: todos os três até agora se mostraram assim e, se fosse real, imagino que não seria tão fácil manter uma relação sadia com suas parceiras.
Fora isso, é uma leitura rápida e que entretém, mas, como sempre, superficial, da qual não se pode esperar muito. O próximo livro contará a história de Sophie e, considerando as pontas que Andre deixou escapar neste livro, pode ser que o rumo seja outro, e estou curiosa para ler.