Mafi 24/02/2013
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Quem nunca se atrasou a um evento importante? E já pensou o que aconteceria se nunca se tivesse atrasado?
Este livro de certeza que passou despercebido a muita gente, mas mal vi o lançamento em português, quis logo lê-lo.Com uma sinopse pobre e uma capa fofinha, tenho pena que muita gente não o conheça pois é um livro bem ternurento. Não no sentido de fofinho, meloso, lamechas, pois não achei nada disso. Achei um livro doce com uma pitada de atrasos e romantismo. Ou não fosse o amor o principal ingrediente de “A probabilidade estatística do amor à primeira vista”.
Todos nós já nos atrasamos alguma vez na vida, seja por nossa culpa ou não. Mas talvez nunca nos tenhamos perguntado se as coisas fossem diferentes, se não nos tivéssemos atrasado. Este livro mostra-nos esses “ses”.
Para azar ou sorte de Hadley, o voo mais importante da sua vida sai a horas, ou seja ela perde o avião por quatro minutos! Uma desgraça! Desolada por não comparecer a horas ao casamento do seu pai em Inglaterra, só lhe resta esperar pelo próximo avião.
No voo seguinte, irá conhecer Oliver, um rapaz tímido e misterioso, à primeira vista, mas que se revela uma grande companhia nas sete horas de voo até Londres, onde ambos ficarão. Hadley que sofre de claustrofobia apoia-se em Oliver que com a sua conversa a tenta distrair do seu pânico de estar num avião pequeno a milhares de pés de altura.
Até metade do livro, vemos nascer uma amizade entre estes dois adolescentes desconhecidos, que declaram os seus motivos de viagens, ambos bem íntimos. Hadley vai ao casamento do pai, cujo não o vê há mais de um ano e nem conhece Charlotte, a sua futura madrasta. Oliver afirma que também vai a um casamento mas numa localidade diferente, por isso é impossível comparecerem ao mesmo.
Quando ambos aterram, a despedida aproxima-se e num acto impulsivo, os jovens beijam-se e separam-se. Não há promessas, nem trocas de números de telefone, mail, nem revelações de apelidos. Apenas sabem o nome um do outro e que de alguma forma estão apaixonados. Cada um segue a sua vida e passamos a acompanhar Hadley que mesmo atrasada, apresenta-se no casamento, mas não se sente bem pois tudo o que consegue pensar é em Oliver e numa forma de o encontrar. E será que consegue? É claro que não vou contar!!! :D Senão perdia a piada toda não é?
O livro é claramente YA (young-adult) com problemas e dúvidas típicas dos jovens, mas nada que faça perder a cabeça ao leitor. Apesar da autora caracterizar bem os dois jovens, foca-se mais na Hadley e por isso identifiquei-me bastante com ela e com as suas questões sobre os “ses”.
Muitas vezes em alguns livros do género paranormal, há o chamado “amor instantâneo” que não acho a mínima piada, mas aqui funcionou bem, talvez porque o Oliver não é um deus grego, lindo de morrer, nem voa, ou brilha, ou seja, não é perfeito. E por isso, não me importei com toda a teoria do amor à primeira vista, apresentada no livro, pois achei mesmo que ambos eram compatíveis e que mereciam uma oportunidade de se encontrarem novamente. O livro é contado na 1ª pessoa, sobre o ponto de vista da Hadley e na 3ª quando se foca em ambos. Ao princípio parecia um pouco confuso mas depois habituei-me ao estilo de escrita.
Infelizmente não temos um grande mercado para este tipo de romances contemporâneos, destinados aos mais jovens, mas este livro é uma boa aposta para quem procura uma leitura leve que não exija muito. Eu gostei bastante e da minha parte aconselho.