Fernanda Rebelato 30/10/2015
A aprendiz
Assim como no primeiro volume, a narrativa continua envolvente e cativante, sem aquele clima de desgaste que muitos livros possuem, o que me fez gostar ainda mais da autora.
Nesse segundo volume, Sonea passa a frequentar as aulas de magia do clã, mas o início de uma vida nova parece não se revelar para ela. Por sua reputação e origem, Sonea é humilhada pelos colegas de aula, principalmente Regin, o antagonista da história, e às vezes até pelos professores da universidade do clã, acusada de roubo e de manter relações com seu mentor Rothen. Muitos alunos, ao comando de Regin, se juntam para atormentá-la entre os intervalos, criando emboscadas e tentando enfraquecê-la.
Com a ajuda de Rothen, e alguns outros amigos, ela tenta se livrar dos estudantes que a atormentam, mas nada para ser suficiente para fazê-los parar, então Sonea busca por novos esconderijos na universidade todo dia. As coisas pioram quando Akkarin, o Lorde Supremo, desconfia que ela, Rothen e Loren saibam seu segredo maligno.
Apesar do foco do livro ser o treinamento e o desenvolvimento de Sonea, muitas partes da trama focam o bulliyng sofrido pela garota. As brincadeiras sofridas parecem ser ignoradas por grande parte dos magos e professores da universidade, por ela ser uma favelada. Isso me causou ódio de alguns personagens, e eu virava cada página esperando que alguém a ajudasse.
Nesse livro, também temos um novo protagonista para a história, Dannyl. Depois de assumir como Embaixador, ele começa uma viagem pelo reino de Kyralia e Elyne, e muitas partes do enredo são narradas pela perspectiva dele. Nessas viagens por ordem de Loren, Dannyl começa a seguir antigos passos do Lorde Supremo, tentando descobrir o porquê de realizar algo tão perigoso para o clã e o reino. Dannyl não sabe o verdadeiro significado da sua pesquisa, mas tem certeza que é importante e por isso refaz todos os passos que o Lorde Supremo realizou 10 anos antes.
É claro que o Lorde Supremo, descobre essas tais pesquisas e então a história começa a tomar outro rumo. Primeiramente, Loren é afastado por um tempo de suas obrigações da universidade, depois Rothen perde a guarda de Sonea e ela se torna aprendiz de nada mais nada menos do que o Lorde Supremo, de quem ela tanto teme. O livro me deixou instigada a descobrir mais sobre Akkarin, e realmente espero que os mistérios dele e seus segredos sejam explicados no último volume.
A partir daí, muitas histórias paralelas são criadas, mas todas se interligam totalmente com o eixo central, Akkarin e Sonea, se encaixando perfeitamente na trama. Ao final do livro ficamos com várias dúvidas e imaginando milhões de coisas para o próximo livro, o que é ótimo porque poucas séries/trilogias conseguem deixar o leitor intrigado para o próximo livro.
Sonea evoluiu muito nesse livro e o modo como ela lidava com os problemas me surpreendeu. Também adorei conhecer mais sobre Dannyl que com certeza se sobressaiu nesse livro, mostrando outro fato que é comum não só para os magos, mas também na nossa sociedade, o preconceito. Ainda que gostei da evolução desses personagens, senti bastante falta de Rothen, que após perder a guarda de Sonea apareceu pouquíssimo durante a história.
Sem dúvidas, meu personagem favorito nesse segundo volume foi o temível Akkarin, o Lorde Supremo. Trudi criou um personagem tão misterioso e complexo que é impossível não querer descobrir tudo sobre ele, ainda estou tentando decidir se ele é o mocinho ou o bandido da história, mas isso só vou descobrir no terceiro volume.
Adorei o segundo volume, e recomendo à todos que leiam a trilogia. Eu vou torcer bastante para que o terceiro volume saia no sorteio da TBR, pois tenho certeza que o final da história vai ser fantástico como os dois primeiros volumes.
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