JPHoppe 26/06/2012
O ano de 1977, tão distante pra mim quanto o ano 977, é para mim marcado pelo lançamento de duas grandes obras: O épico "Star Wars", e um ensaio misturando psicologia, biologia evolutiva, antropologia e computadores, tudo sob a temática da evolução sob o império de grandes répteis e analogias religiosas, para falar sobre a evolução do cérebro humano.
É fantástico ver que, mesmo sem um treinamento rigoroso em biologia, uma ciência com filosofia e métodos um tanto quanto distantes da física, fazer conexões e metáforas tão ricas, muito bem colocadas. Assim como Dawkins, passa o sentimento de que o mundo natural é belo e fascinante, se mostrado do jeito certo.
O livro conta com alguns grandes acertos para sua época, como a citação de que os australopitecíneos robustos, como o Australopithecus boisei e A. robustus, NÃO usavam ferramentas de pedra ou osteodontoqueráticas, como era acreditado na época. Certamente, houve uma boa consultoria da família Leakey.
Porém, também sofreu com as mazelas do tempo. A hipótese do cérebro triuno, formulada a não muito tempo da escrita do livro, hoje não se sustenta diante do acúmulo de estudos paleontológicos, comportamentais e ecológicos.
Um dos filhos de Sagan, Dorion Sagan, coescreveu "Up the Dragons", que remonta os fatos e hipóteses narrados aqui em "Dragões do Éden". Preciso achar esse livro!
Mesmo com todos os problemas, é uma belíssima obra de Sagan, com leitura simples, leve e enriquecedora. Leiam!