O Nome da Rosa

O Nome da Rosa Umberto Eco




Resenhas - O Nome da Rosa


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Fabio Shiva 28/08/2010

Umberto Eco é o Sócrates de nossos dias!
Diante dele, todo interlocutor é prontamente convertido em pupilo, pela força de sua verve, pelo brilhantismo de suas ideias, pela mente colossal de um verdadeiro gênio da raça!

Ele consegue criar histórias deliciosamente envolventes, instigantes da primeira à última página, arrebatadoras a ponto de fazer prender a respiração ao virar cada página em suspense!

Eco mostra como pode ser excitante a aventura intelectual! Não há nada de chato ou cansativo em sua inteligência exuberante!

“O Nome da Rosa” é talvez sua obra mais conhecida, com uma maravilhosa adaptação cinematográfica trazendo Sean Connery em um dos melhores papéis de sua carreira, como William de Baskerville.

Além de autor mundialmente famoso de Best-sellers, Umberto Eco é também um conceituado pensador, um filósofo da comunicação. Seus livros sobre semiologia (“Viagem na Irrealidade Cotidiana”) e teoria da comunicação (“A Obra Aberta”) são largamente utilizados nas faculdades. Isso para não falar do clássico dos clássicos, livro ao qual muitos estudantes de final de curso serão eternamente gratos: “Como Fazer Uma Tese”. Recomendadíssimo para quem prepara uma monografia.

Essa explicação foi só para mostrar como “O Nome da Rosa” é mesmo genial. Eco é sobretudo um mestre dos Símbolos! O Robert Langdon de “O Código da Vinci” de Dan Brown bem que pode ter sido inspirado nele.

Um símbolo é algo que fala de outra coisa. Pois bem, esse romance é como uma magnífica galeria de símbolos, onde tudo faz referência a alguma outra coisa. A experiência chega a ser inebriante!

A história acontece em plena idade média, mais precisamente em um mosteiro onde está para acontecer um importante debate religioso e onde começam a ocorrer embaraçosas mortes, em circunstâncias estranhíssimas. Para investigar o mistério, o monge franciscano William de Baskerville providencialmente aparece, para incômodo de alguns. Para auxiliá-lo, e também para se tornar, muitos e muitos anos depois, o narrador dessa inesquecível aventura, o noviço Adso.

Pois bem, já de cara temos:

* A ambientação da história na idade média faz referência aos romances históricos, tais como o “Ivanhoé” de Sir Walter Scott.

* O “molho” da história, no entanto, é uma típica trama de mistério: quem está assassinando os monges? Uma nova referência, desta vez aos romances policiais!

* Isso é reforçado por várias outras referências, a começar pelo personagem principal. William de Baskerville lembra muitas vezes Sherlock Holmes e o seu próprio nome é uma referência a uma de suas aventuras mais famosas, “O Cão dos Basvervilles”.

* O noviço Adso também segue adoravelmente o papel de “amigo narrador e menos inteligente que o herói detetive”. O seu nome também é uma brincadeira de Eco, pois Adso não passa de uma corruptela de Watson, o fiel companheiro de Holmes.

Por aí dá para começar a sacar como é a mente de Eco. Esse jogo de símbolos segue ad infinutum. Não há fundo. Você pode continuar mergulhando, sempre haverá um simbolismo novo brilhando adiante.

Um livro maravilhoso!

(199.. / 20...)

Evy 14/10/2010minha estante
Sem comentários!
Sou bibliotecária, e esse livro é especial pra mim! MARAVILHOSO!
Bjos


Bruno T. 14/10/2010minha estante
Ótima resenha ! Parabéns, Fábio.
Abçs, Bruno T.


Edna 08/09/2013minha estante
ESSE LIVRO É SENSACIONAL, FIQUEI ABISMADA QUANDO LI, FOI MAIS ESTIMULADA POR GOSTAR DE HISTÓRIAS AMBIENTADAS NA ERA MEDIEVAL. ESSE CARA É GÊNIO, O FILME TAMBÉM É MARAVILHOSO.


Yuri410 20/05/2017minha estante
Resenha sensacional que resume toda a alma dessa obra-prima. Me senti deliciado e prestigiado com essa obra genialmente orquestrada!


Dan 24/04/2019minha estante
Sócrates de nosso tempos? que exagero ein, cidadão.
que viajem astral..


Robson.Ramos 17/09/2021minha estante
Excelente resenha!
Parabéns Fábio.


Gecilene1 21/10/2022minha estante
Leitura maravilhosa, quero reler


Fabio Shiva 03/01/2024minha estante
Olá, amigos! Gratidão pelos comentários e por essa energia boa!




Regis 20/05/2024

Guardiões ou monopolizadores do conhecimento?
Em 1980 O Nome da Rosa foi publicado e aclamado pela crítica, ele traz a história de Adson de Melk um monge beneditino que em sua velhice, já entrevado e doente, decide escrever os espantosos e formidáveis acontecimentos que presenciou em sua juventude em uma abadia beneditina na Itália de 1327, ao lado de seu mestre Guilherme de Baskerville. 

A morte de frei Adelmo de Otranto (um miniaturista da biblioteca da abadia) desencadeou uma sucessão de acontecimentos que acabou por revelar uma trama muito complexa e intrigante que tomou conta dos meus pensamentos por semanas me deixando entusiasmada e ansiosa por mais. 

A Abadia, que nunca tem seu nome citado, atrai e mantém estudiosos e dedicados copistas e ilustradores que chegam até ela guiados pela cede de conhecimento em busca da vasta e famosa biblioteca que repousa atrás de seus muros, mas também é um microcosmo onde se concentram homens com histórias diversas, passados controversos, desejos, ambições e segredos mantidos ocultos pela expressiva simplicidade do hábito franciscano. 

Essa é a história de uma biblioteca que talvez tenha nascido para salvar os livros que contém, mas que tem sido usada, há décadas, para sepultá-los, transformando essa ordem beneditina no centro de uma narrativa de luxúria, orgulho, vaidade, morte e vingança entre monges de poucas virtudes e em torno de um livro proibido. 

Na abadia todos parecem ávidos pelo conhecimento contido no acervo da tão aclamada biblioteca, mas isso lhes é negado: o que transforma o conhecimento em moeda de troca, usada para satisfazer um desejo carnal pecaminoso, desencadeando acontecimentos que corrompem a alma dos monges e destrói suas convicções sobre o certo e o errado. 

O frei Guilherme de Baskerville é um personagem cheio de nuances, um homem de fé que no passado foi um inquisidor e que abandonou essa função para buscar a luz do esclarecimento e da razão através da observação centralizada e racional do mundo que o cerca, ele é humanista e um ótimo representante do iluminismo, que ainda estava distante de florescer. Ele chega à abadia acompanhado por seu jovem discípulo Adso de Melk, enviado pelo imperador Ludovico para mediar uma discussão entre os legados do Papa João XXII e os legados Franciscanos em um debate a respeito da pobreza de Cristo, e se vê envolvido em uma sucessão de assassinatos que precisam ser resolvidos por ele a pedido do abade Abão (chefe da abadia), antes que o inquisidor, Bernardo Gui, chegue trazendo com ele as chamas flamejantes da tão temida, inquisição. 

Ao longo da investigação a atmosfera na abadia assume ares de sangue e ruínas, de pecados e ambições luxuriosas enquanto Guilherme de Baskerville e Adso de Melk vão adentrando aos poucos na intimidade dos monges, nos mistérios da ampla e labiríntica biblioteca e vai nos apresentando a vida na abadia, os trabalhos e as funções enquanto buscam solucionar o caso, antes que outra morte ocorra. 

Nada nesse livro é apenas jogado, tudo tem um propósito claro e no final nenhuma ponta fica solta. O autor consegue, com seu vasto conhecimento de história medieval, mesclar os acontecimentos políticos, eclesiásticos e sociais da época e sintetizar em um único lugar discussões filosóficas, religiosas e sociais a respeito do direito ao conhecimento e como é danoso a ocultação e não divulgação do saber, monopolizando o conhecimento apenas para manter a manutenção do medo e, com ele, o controle dos mais simples. 

Com personagens icônicos e um desenvolvimento primoroso Umberto Eco nos apresenta uma história densa, cheia de simbolismos, com caráter filosófico e com uma escrita culta e abrangente nos fazendo pensar no quanto temos sorte de termos acesso fácil, em nossa época, a todo conhecimento que os livros abarcam. 

Eu amei essa leitura e principalmente os personagens Guilherme de Baskerville e Adso de Melk que são uma clara alusão a Sherlock Holmes e ao Dr. Watson: só que aqui eles fazem parte de uma fascinante crônica sobre a idade média cheia de filosofia, mistério, teologia e suspense. 

Umberto Eco, na minha humilde opinião, conseguiu mesclar e transportar magnificamente os icônicos personagens de Arthur Conan Doyle para 1327 e lhes incumbir de uma intrincada e curiosa investigação.
De bônus ainda temos um personagem, Jorge de Burgos, que faz alusão direta a Jorge Luiz Borges e o autor ainda nos presenteia com uma biblioteca labiríntica, assim como as contidas na obra de Borges, incorporando uma ótima referência para quem é, assim como eu, muito fã desse grande autor. 

Fiz essa leitura com meu queridíssimo amigo, Alex, e passamos horas prazerosas nas últimas semanas mergulhados em debates sobre esse livro que acabou por se tornar um cinco estrelas e favorito na minha lista de leituras e na dele também. 

Obrigada, Alex, por ter estado comigo nessa jornada, agregando muito com sua erudição nos aspectos teológicos e históricos do livro. 

Com toda certeza eu recomendo muitíssimo essa leitura.
Alex 20/05/2024minha estante
Excelente resenha. Régis, eu que agradeço à paciência, visto que velocidade não é meu forte ?. E concordo contigo, foi para os favoritos de todos os tempos. Uma obra prima.


Regis 20/05/2024minha estante
Gosto de como me faz ser mais paciente, Alex!
Espero que venham outras leituras com a mesma qualidade dessa. Fiquei realmente feliz de fazer essa leitura contigo. ??


HenryClerval 20/05/2024minha estante
Cinco estrelas, favorito e com essa perfeição de resenha, merece estar em qualquer lista, Régis. Parabéns pela resenha impecável! ??????


Foxback 20/05/2024minha estante
Parabens por mais uma otima resenha. Essa e a ediçao especial ne ? Voce leu na fisica ? Querendo comprar mas os preços dos livros dispararam rs


Regis 20/05/2024minha estante
Ah, Leandro, tenho certeza que você vai adorar esse livro tanto quanto eu amei. E obrigada por sempre estar presente. ???


Regis 20/05/2024minha estante
Muito Obrigada, Fábio! ??
Eu li no livro físico sim, Fábio, e a edição é lindíssima e contém a tradução das falas em latim, o único defeito dessa edição da Record é o papel Off-White, ele tem uma textura e espessura bem diferente e dá uma sensação ruim ao toque.


Cleber 21/05/2024minha estante
Adorei a resenha! É um dos meus favoritos :)


Max 21/05/2024minha estante
Estava esperando sua leitura, querida Regis!
É um dos meus favoritos!
Sua resenha, um deleite!?


Regis 21/05/2024minha estante
Obrigada, Cleber! Ele também tornou-se meu favorito. Que livro fantástico! ??


Regis 21/05/2024minha estante
Que fofo, Max, muito obrigada por ter achado isso da minha resenha! ???
Esse livro foi especial e a leitura foi muito prazerosa. ??


Léo 21/05/2024minha estante
Resenha perfeita, Régis! ?????Mais um livro para minha lista de leituras. Rsrs


Regis 21/05/2024minha estante
Obrigada, Léo! Sei que vai gostar, pois é um livro excelente. ???


ahzezinho 21/05/2024minha estante
esse ainda quero ler esse livro ?


Foxback 22/05/2024minha estante
Obrigado Regis. Vou comprar.em breve.


Regis 22/05/2024minha estante
Espero que leia e que também goste muito, Henrique. ??


CPF1964 22/05/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Regis. Ficou Espetacular.


Yanne0 22/05/2024minha estante
Que resenha maravilhosa, Regis!!! ?????? Sou doida pra ler esse livro


Fabio 23/05/2024minha estante
Falar de suas resenhas, é chover no molhado, Regis, minha queirda!
Que escrita maravilhosa!!
Parabéns!
Resenha digna deste clássico contemporâneo! ???


Regis 24/05/2024minha estante
Espetacular? Você é um querido, muito obrigada! ???


Regis 24/05/2024minha estante
Muito obrigada, Yanne! Espero que quando pegar esse livro tenha uma experiência maravilhosa. ???


Regis 24/05/2024minha estante
Vindo de você que escreve resenhas que são um verdadeiro deleite, Fábio, eu fico sempre muito contente com suas palavras. Muitíssimo obrigada! ???




Elielson.Goulart 05/03/2024

Século XIV (a partir do ano de 1300)
Uma dupla - mestre e pupilo - investigando assassinatos na abadia. Tipo Sherlock Holmes e Watson no mosteiro/abadia/sei lá... na Itália antiga. Tem que ler com muita calma, pois a escrita é MUITO refinada, coisa de grife mesmo! Diálogos surreais e muitas referências históricas, faz você como leitor se sentir um macaco analfabeto. Dei 2 ? porque me falta inteligência para saborear a totalidade do que este livro tem a oferecer; é isto ou apenas o livro não funcionou para mim mesmo ????.
Tereza 05/03/2024minha estante
A sinceridade dessa legenda é ótima ???


Ricardo Tagliaferro 05/03/2024minha estante
Confesso que tava levando com seriedade até o "macaco analfabeto" kkkkkk amei a legenda


caio.lobo. 05/03/2024minha estante
Que tal o Fausto de Goethe para aumentar a dificuldade? hehe


Neto165 05/03/2024minha estante
KKKKKKKKKKKK EU AMO UMA SINCERIDADE


Rogéria Martins 05/03/2024minha estante
O livro só é ruim, mesmo ???


BrunoFiladelfo 05/03/2024minha estante
Senti o mesmo lendo "O Pêndulo de Foucault". É muita informação para se reter e muita que exige para entender.


Rogéria Martins 05/03/2024minha estante
@Caio.Lobo Fausto está na minha lista de leitura!


Elielson.Goulart 05/03/2024minha estante
Cavalheiros e Damas... vocês fizeram a minha noite 3000% melhor ?. A todos meu muito obrigado???


Rogéria Martins 06/03/2024minha estante
Elielson, digo o mesmo sobre você. Obrigada! ???


Nara 22/03/2024minha estante
Dei 5 estrelas e compartilho do mesmo sentimento KKKKKKKKKKKKKKKKKKK veja, se sentir um macaco analfabeto é meio que como o Adso se sente em vários momentos também, faz parte!!




m.cIara 15/02/2024

Obra única e épica.
A história contém numerosas alusões a uma infinidade de dogmas e temas religiosos. Isto foi equilibrado pela parte do mistério do livro, que tinha um toque de Sherlock Holmes. O livro conseguiu manter o leitor em suspenso durante toda a história. O mistério é confuso até ao final da história. Como em qualquer peça de mistério bem sucedida, desmascarar o assassino foi um grande desafio. Outra faceta que me agradou em O Nome da Rosa é o facto de ser um livro sobre livros. Para além de a biblioteca da abadia e os seus funcionários desempenharem um papel fundamental no mistério, há também numerosas referências a diferentes textos, como Aristóteles, o Apocalipse e um dos autores favoritos de Eco: Jorge Luis Borges. Para além das referências textuais, o livro está repleto de citações apócrifas e autênticas em latim.
O final do livro foi, no entanto, um pouco anticlimático. O texto foi tecido de uma forma que faz o leitor acreditar que existe um padrão estabelecido para os assassinos. O final do livro é irónico. Apesar de o criminoso ter sido detido, o mistério foi resolvido por mera casualidade e não pelos dotes de detetive de William e Adso. Como o próprio livro explicou, "muito pouco é descoberto e o detetive é derrotado". No entanto, apesar do final inesperado, o livro em si é uma maravilha. Os temas que aborda, desde os estudos medievais à análise bíblica e à teoria literária, são vastos. Foi uma mistura perfeita de mistério e literatura.
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Aline Oliveira 24/06/2023

A escrita é fluida mas o conteúdo é denso, temos história, filosofia, teologia... reunidas no mesmo livro, li aos poucos, e o autor envolve assuntos tão reflexivos em um mistério de assassinatos, que prende o leitor. É um livro com múltiplas camadas, curioso e instigante, adorei a experiência. E sigo refletindo sobre esse desfecho.
Lahdutra 24/06/2023minha estante
Eita! Só encaro em LC ?


Fabio 25/06/2023minha estante
Livraço!!! Clássico dos clássicos!!!


Cleber 26/06/2023minha estante
Tá na minha lista dos melhores livros :)




Alex 20/05/2024

Uma biblioteca de significados
O Nome da Rosa é uma obra relativamente recente, escrita por Umberto Eco, grande medievalista e semiólogo. Ouso dizer que será um grande clássico, resistirá ao teste do tempo com louvor.

O livro conta sobre a expedição oficial de Guilherme de Baskerville, um irmão franciscano, e seu aprendiz Adso de Melk, um noviço beneditino, que vão até uma certa abadia, em missão oficial, enviados por Ludovico, o Bávaro.

A narração toda é feita por Adso. Como podem ver, há inúmeras referência à Sherlock Holmes: uma dupla, investigativa, um líder fabuloso na arte das inferências, o nome Baskerville (um dos casos resolvidos por Sherlock), Adso (Watson), e a narração feita pelo aprendiz.

Adso, contará os insólitos acontecimentos presenciados por ele, nos sete dias em que esteve naquela Abadia. Abadia que possui uma biblioteca surreal. Um luminar da cultura medieval e da sapiência universal. Um lugar que abrigava as maiores e a maior quantidade de obras escritas. Uma Biblioteca de Alexandria europeia.

Mas nem tudo são orações nesse mosteiro beneditino. Ao chegarem ali, Guilherme é incumbido de uma missão mais urgente, descobrir como Adelmo, um dos monges da comunidade, veio a falecer. Homicídio, suicídio, acidente?

A trama é genial, são quase 600 páginas em que o autor, faz piada com a inteligência do leitor. O autor engana do começo ao fim, de forma magistral. Todas as ocorrências, pistas e teorias são muito bem colocadas, e muito bem destruídas.

Além de todo o mistério e investigação, há um pano de fundo teológico, filosófico e político absolutamente rico. O autor consegue dosar todas essas temática, sem perder o apelo e a urgência pela solução das misteriosas mortes na abadia.

O autor possui uma bagagem colossal sobre os livros do apocalipse e idade média. E ele consegue colocar isso de forma interessante e envolvente. Em nenhum momento, das quase 600 páginas, me vi entediado, pelo contrário, queria devorar mais e mais páginas.

Os personagens são muito bem construídos. O dia a dia da abadia, a rotina monástica, os sete dias (tempo da criação do mundo segundo genesis), mais a divisão dos capítulos pela liturgia das horas, dão ao livro um ritmo interessante, e em si, esses dois elementos carregam inúmeros significados.

É uma obra prima, com inúmeras camadas, em que o autor consegue colocar todo seu conhecimento em semiótica, para criar uma narrativa carregada de metalinguagem e significados ocultos.

Um livro que entrou para a seleta lista dos melhores, favorito e com lugar para uma releitura daqui uma década. Recomendo a todos que gostam mistério e investigação, ou aos que gostam de intrigas e/ou da temática medieval.
Max 21/05/2024minha estante
Excelente resenha, Alexsander!?


Cleber 21/05/2024minha estante
Ótima resenha, Alexsander! Também gostei muito das referências ao Sherlock.


Regis 21/05/2024minha estante
Que resenha maravilhosa, Alex, parabéns! ????




Polly 28/02/2020

O Nome da Rosa: quando a teologia e a filosofia são mais interessantes do que o mistério de um assassino em série (#099)
O Nome da Rosa entrou na minha lista de leitura por causa do Desafio Rory Gilmore (sim, aquela famigerada lista de 300 livros, que provavelmente eu nunca vou terminar de ler). Vez ou outra, eu vou lá e escolho um título aleatoriamente e ela até que me tem trazido boas leituras. Não posso dizer que O Nome da Rosa tenha me conquistado. Ele está longe de ser um daqueles livros que me prenderam e me marcaram, mas ele tem, sim, bastante coisas interessantes.

O Nome da Rosa se passa na Idade Média, para ser mais exata, no ano de 1327, em um mosteiro franciscano na Itália. Pelos olhos de Adson de Melk, pupilo do sábio Frei Guilherme de Baskerville, acompanhamos o desenrolar da investigação de um misterioso assassinato (que logo se tornará um série de mortes) no mosteiro. Bem no estilo Sherlock Holmes, vemos Guilherme decifrar os motivos e as interligações entre os assassinatos, chegando a um final, no mínimo, muito inesperado.

Confesso que não embarquei muito na investigação, acho que o Umberto Eco deu um ritmo bastante lento ao que normalmente pede um thriller e acredito que essa tenha sido a intenção mesmo. O Nome da Rosa parece ter sido escrito com o intuito de promover discussões teológicas e filosóficas e, para mim, esta é a melhor faceta do livro. Descontando as intermináveis passagens em latim, as longas conversas teológicas entre Guilherme e Adson, e entre Guilherme e o ranziza Jorge de Burgos são extremamente interessantes (pelo menos para mim que sou super interessada pelos assuntos). E dá para virar fãzinha do Guilherme, que ô senhorzinho inteligente!

Outro aspecto interessantíssimo é a colocação histórica do autor. Ele descreve o tempo em que vivem os personagens com maestria e acredito que dê para aprender um pouco sobre Idade Média, ao menos o suficiente para interessar o leitor a descobrir um pouco mais sobre essa época.

Enfim, O Nome da Rosa, apesar de ser lento para um thriller, é um livro bastante interessante e vale a pena dedicar um tempo a sua leitura. E se você gostar de história e discussões teológicas e filósicas, então... Fica a dica!
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Carolina.Gomes 10/07/2023

O monge e a biblioteca
Essa foi a minha segunda leitura depois de mais de 20 anos e, com certeza, foi uma experiência completamente diferente.

Na primeira, meu foco foi no mistério acerca das mortes na abadia, mas dessa vez fiquei impressionada com os diálogos riquíssimos sobre teologia e dogmas religiosos.

O clima de mistério é apenas o chamariz para a profundidade e riqueza dessa obra.

Apesar de ter lido há tanto tempo atras, ia me lembrando de alguns acontecimentos e foi maravilhoso reviver a viagem pela biblioteca da abadia. Um labirinto mágico repleto de segredos: Se aventurar em busca de conhecimento, traria consequências nefastas para os buscadores?

Foi uma experiência incrível, mas acho que eu poderia ter feito um estudo mais profundo sobre algumas ideologias abordadas. Me senti perdida em meio a tanto conhecimento.

O final é magnífico! Guilherme continua sendo um dos meus personagens preferidos.

Um daqueles livros que merece ser lido e relido.
13marcioricardo 11/07/2023minha estante
Sempre fico com vontade de ler quando vc faz resenhas assim!




Ricardo.Silvestre 03/02/2024

Um título deve confundir?
«A ideia do Nome da Rosa ocorreu-me quase por acaso e agradou-me porque a rosa é uma figura simbólica, tão densa de significados ao ponto de já quase não ter mais nenhum... (...)
Um título deve confundir as ideias e não orientá-las.»

Estas são palavras de Umberto Eco quando questionado acerca do título que escolheu para o romance histórico que o tornou mundialmente conhecido. Publicado pela primeira vez em 1980, foi adaptado ao cinema seis anos mais tarde.

Não me recordo exactamente da idade que tinha quando embrulhado numa manta, no sofá de casa, assisti a este filme. Mas tenho ideia de ter ficado bastante impressionado com a cena de sexo e com o abade cego cujos olhos devem ter sido motivo de uns quantos pesadelos. Era pequeno e não creio que tivesse mais de 10 anos. Outros tempos.

No que toca à leitura propriamente dita, falemos primeiro dos pontos que mais me agradaram:
- o ambiente religioso no qual toda a trama assenta é muito envolvente e rica em mistério. A descoberta do(s) assassino(s) é feita a bom ritmo e as razões que motivaram as mortes dos monges, assim como os métodos usados, são bem surpreendentes;
- com uma linguagem imensamente rica, a viagem até aquele mosteiro beneditino, em plena Itália da Idade Média, é feita entre muitas discussões filosóficas e religiosas de elevado interesse. Temas como a Inquisição e a homossexualidade também ganham destaque;
- as personagens são imensamente ricas e é especialmente prazeroso acompanhá-las e conhecê-las.

Por outro lado, encontrei algumas dificuldades:

- a linguagem utilizada nem sempre é fácil. Muitos diálogos religiosos e teológicos, de elevada carga histórica e cultural, são um desafio para os mais leigos. Eu sei que me senti muito burro em determinadas alturas e é por isso que um dicionário à mão de semear é fundamental;
- O livro é recheado de passagens em latim e a edição que comprei não tem, infelizmente, qualquer tradução. É certo que tais trechos não interferem na compreensão da história mas não deixa de ser um ponto negativo.

Resumindo, ?O Nome da Rosa? é um livro espantoso e um daqueles típicos casos onde o esforço acaba por compensar.
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Larissa 29/06/2022

Sherlock Holmes virou padre
Livro que dispensa resenhas, né, meus amigos. Para os medievalistas de plantão, leitura essencial. Para os fãs de romances policiais, idem. Àqueles que entendem im pouco sobre a Regra de São Bento e vida monástica em geral vão se deleitar. Retrato perfeito de Sherlock Holmes e Dr. Watson como frade.
Aline 30/06/2022minha estante
O que vc acha que faltou pra ser 5 estrelas? Acompanhei atenta todos os seus comentários! Tenho esse livro aqui.


Ster 30/06/2022minha estante
Amoo o filme! Já assisti diversas vezes, mas ainda não li está obra prima por completo. Iniciei um tempo atrás e parei. Tbm gostaria de saber, se possível, o que faltou para as 5*


Joyce 02/07/2022minha estante
Que tudooooo! Vou colocar na minha lista!




Marcos Bassini 12/01/2009

O nome do livro
Maior que o mistério que já se prenuncia no nome do livro é o de saber como alguém conseguiu fazer um livro policial com tanta erudição e acuidade histórica sem se descuidar por um só segundo do estilo.
CrisBauer 15/01/2009minha estante
Esse é um talento que eu queria ter.


Ketlyn 22/01/2009minha estante
concordo plenamente, o livro é fantástico e apesar de ser longo consegue manter o leitor atento do início ao fim. Quanto ao mistério e as significações eram de se esperar de um dos pais da semiótica :D


Claire Scorzi 26/11/2009minha estante
concordo!




Reccanello 16/10/2020

Consumatum est!
Mesmo não sendo meu livro preferido do Umberto Eco (é "O pêndulo de Foucault"), a leitura de "O nome da rosa" é uma experiência maravilhosa! A absurda erudição do autor nos leva a passear pelas várias camadas do livro (história, filosofia, teologia, costumes, literatura...) como se estivéssemos passeando pela abadia, conversando com os monges, estudando suas obras, comendo sua comida... A contextualização da história é perfeita: ainda que necessitemos, às vezes, parar e buscar sobre os fatos narrados em plano de fundo, conseguimos entender perfeitamente o que está acontecendo e por quais razões os personagens fazem o que fazem, pensam o que pensam (conquanto em latim). Seu final maravilhoso, que nos deixa felizes e tristes ao mesmo tempo (pela descoberta do mistério e pela perda de conhecimento que dele decorre), nos faz questionar (no sentido de realmente tentar compreender) nossas convicções filosófico-religiosas, contrastando o passado longínquo histórico medieval com a "atualidade" do pensamento religioso atual. Enfim, leiam! Apesar de difícil, ler Umberto Eco é um prazer indescritível!

site: https://www.instagram.com/p/CVeHWsXA7xo/
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Rafilds 16/08/2022

Vale a pena a leitura.
Denso mas muito bem alinhado. Uma história fiel aos tempos medievais, com trama religiosa e política tal qual demandava a época. Uma aula de historia bem ambientada e narrada pelo autor, imersa num suspense perspicaz.
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Gu Vaz 04/06/2023

Literatura em sua forma mais fundamental!
Uma história de detetive ou uma carta de amor à idade média? O fascínio de Umberto Eco é transmitido através de uma construção monumental tal qual o Edifício presente na abadia, que detém o conhecimento do mundo. Seu labirinto é difícil de decifrar, mas a partir das pistas - do avanço da leitura - é simplesmente impossível largar. Frei Guilherme é aquele que subverte, que parece iluminar a escuridão da hipocrisia, ele quem sacode a poeira para revelar a nós cada partícula do ser humano e seus preceitos divinos, pretensões que nada mais são que contradições ambulantes para utilizar o medo como poder máximo.
Que história fantástica. Esse livro é daqueles pra se reler a cada década da vida para absorver mais e mais do conhecimento que tal biblioteca única possui.
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