@vaisetratarleitora 31/01/2022
Ótimo, mas...
A história é ótima, muito bem escrita, otimamente bem desenvolvida, cheia de plots twists e eu não adivinhei nenhum dos mistérios ??
Dos 6 livros da Agatha que li até agora (contando com esse), foi o primeiro que não foi com o Poirot como protagonista que eu amei.
Porém, um diálogo racista logo no final do livro, na resolução do mistério me fez tirar meia estrela, era pra ser 5 estrelas, ficou 4,5.
Eu entendo que o livro reflete a época em que foi escrito, na década de 20 infelizmente esse tipo de coisa era bem comum (mais do que hoje eu quero dizer), mas ainda assim achei o diálogo desnecessário e não impactaria nada na história se fosse retirado.
O diálogo é entre o então revelado príncipe e um barão, o príncipe passou uns tempos na África antes de estar ali. Temos então o seguinte diálogo:
"? Por falar nisso, barão, me esqueci de contar-lhe uma coisa. Há uma condição. É que sou um homem casado.
O barão recuou um passo, visivelmente desolado.
? Alguma coisa errada eu sabia que tinha de haver! Oh, Deus misericordioso! Ele casou com uma mulher negra na África!
? Ora, barão, não é tão ruim assim ? disse ******* (escondi o nome pra não dar spoiler), rindo. Ela é branca o bastante... em todos os sentidos, graças a Deus!"
Sinceramente fiquei bem chocada e infelizmente reflete a visão da época, onde um casamento interracial era um escândalo (não que hoje em dia ainda não tenha pessoas com esse tipo de pensamento, mas é mais difícil de ver esse tipo de diálogo em livros atuais).
Não é o primeiro livro da Agatha que eu senti um pouco de racismo. No livro O Homem do Terno Marrom é mais subjetivo e até pensei que eu poderia estar enganada sobre o racismo, mas nesse é bem óbvio nesse trecho. Graças a Deus também é o único trecho desse tipo no livro, e justamente por isso me surpreendeu, eu não esperava.
Então, amei a história, mas, temos esse porém.