Ro 21/04/2021
Ou baixa a bola, ou leva patada de dragão
Para viver no Brasil de hoje, só com overdose de fantasia. E foi com esse pensamento que escolhi tirar Eragon da estante. Pela nota dá para perceber que essa leitura não entrou no grupo das minhas favoritas, mas isso ocorreu muito mais por motivos pessoas e bagagem de leituras de alta fantasia do que do livro em si.
O que acontece em Eragon é que ao longo das páginas outras obras se revelam como inspiração (e isso não é problema, óbvio), mas se você já leu "O senhor dos anéis", "Terramar", "O nome do vento", ou qualquer fantasia no formato "herói cresce através da perda de pessoas amadas + o nome verdadeiro das coisas + humanos se relacionando com dragões" a história narrada aqui em nada vai te surpreender.
Um outro aspecto que me deixou um pouco chateada foi o fato de passar 470 páginas com Eragon viajando, sendo sequestrado, perdendo um pessoa aqui, descobrindo outra pessoa acolá. E em muitas das vezes a progressão do afastamento de um personagem para focalizar outro não ficou bem feito. Deu a parecer que o autor simplesmente jogou a pessoa ali para assumir o lugar da outra que está partindo.
Eragon é um personagem "fraco" que não sabe tomar decisões, nunca sabe dos segredos de ninguém e acha que está na crista da onda. Enfim, o tipo de protagonista que já estou enjoada.
No mais, acredito que o livro possa ser uma boa leitura para quem gosta muito do gênero e não se importa com os clichês ou para quem está iniciando neste segmento fantástico, com criaturas mágicas, poderes, magia, outras raças, guerras etc. É uma leitura muito válida e que talvez possa te cativar.