A trégua

A trégua Primo Levi




Resenhas - A trégua


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pool 27/12/2016

Lido e relido
Lido em 2005. Relido em 2016. É o livro? Não parece. Não foi ele que mudou. Então fui eu. Wstavach
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ale 28/08/2016

Livro da vida
Nao é só um relato sobre a segunda guerra mundial, é um livro de uma sensibilidade incrível, o relato das outaas pessoas com quem Levi viveu aqueles momentos de dor e superação, são extremamente tocantes. Mas não é só um livro de tristeza, também tem momentos de riso, de surpresa, de humanidade. Amei, é um dos livros da vida....
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Rapudo 11/01/2015

Peripécias de judeus italianos entre russos e alemães
Emprestado pelo Dóris, leitura agradável, chamou minha atenção pelo vocabulário interessante. Méritos do Autor e do tradutor, certamente.
Concentra-se mais na epopéia que foi a volta de um grupo de 1.400 italianos que partiram de Auschwitz e foram conduzidos em diversas etapas pelos exército russo por um louco tour pela Europa até chegarem finalmente à sua pátria Natal.
Diversas anedotas saborosas, e, grande virtude do Autor, conta-nos as maiores misérias experimentadas por si e por personagens com os quais encontra, com uma quase leveza, que naturaliza as condições mais degradantes. Ou seja, apesar de tudo, não escreve para reclamar das situações vividas, mas extrai de forma bastante humana e comedidamente sensível a diversidade de situações de adaptação que o homem é capaz de construir.
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otxjunior 01/01/2015

A Trégua, Primo Levi
A Trégua compreende o período de 27 de Janeiro de 1945 a 19 de Outubro do mesmo ano. A primeira data marca o fim da Segunda Guerra Mundial, quando tropas soviéticas libertam os judeus e prisioneiros de guerra dos campos de concentração nazistas. Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz, narra sua jornada a partir daí até o dia da chegada em sua cidade natal, Turim.
Apáticos e desesperançosos, Levi e seus companheiros cruzam uma Europa caótica, enquanto aprendem a lidar com a liberdade recém-adquirida. As condições dos transportes são precárias e as acomodações improvisadas. A cada parada temos cidades em processo de reestruturação, principalmente através do comércio, em que objetos outrora de pouco valor são moedas de troca essenciais à sobrevivência.
Vale notar a presença de tutores para o então jovem narrador ao longo do percurso. Figuras que auxiliam Levi em sua readaptação. O Grego e César se destacam pelas lições de humanidade e por serem protagonistas das anedotas rememoradas pelo autor, muitas delas cômicas.
O retorno à casa, embora emocionante e libertador, não elimina as marcas profundas de sua experiência. Fiquei com a impressão de que o exercício de escrever e expor todo esse horror e dor é uma tentativa de expurgá-las.
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Wellington Ferreira 15/11/2013

PERTURBADOR E TRISTE, PORÉM REALISTA E COM UM TOQUE DE ESPERANÇA
Faço essa indicação, porém, com algumas ressalvas, isso por que esse livro "A TRÉGUA", do autor italiano Primo Levi, é um livro extramente perturbador do ponto de vista humano, pois mostra que a maldade de um semelhante para com o outro, parece não ter fim e nem limites...

"A TRÉGUA", narra a trajetória de Primo Levi ao ser libertado do campo de concentração de Auschwitz, após o final da Segunda Guerra Mundial.

Porém, engana-se quem pensa que o fim da Guerra trouxe paz e alegrias a estes prisioneiros sobreviventes, o que ocorreu na verdade foi justamente o contrário...

O livro mostra um lado que poucas pessoas conhecem ou tinham conhecimento, Primo Levi narra nessa obra todo o trajeto que fez até conseguir retornar à sua terra natal, no caso, a Itália. Sem dinheiro, fraco, debilitado e muito doente, essa caminhada até o seu lar não foi fácil, como se não bastasse todo o sofrimento e humilhações que sofreu em Auschwitz, ainda teve que mendigar e se sujeitar a muitas outras agruras, desgostos e contratempos para sobreviver.

Apesar de "pesado", o livro trás uma mensagem positiva, pois mesmo em um ambiente extremamente hostil, desolador e triste, Primo Levi consegue nos passar o real sentido da palavra fé e esperança: acreditar que você vai conseguir alcançar o seu objetivo, mesmo que tudo e todos ao redor não acreditem e lhe digam que é impossível, ele conseguiu, e você (nós) também consegue.

Para quem curte o tema "Segunda Guerra Mundial", é uma boa pedida.

Livro mais que recomendado!!!

Leiam e depois me digam o que acharam!!!

Um abraço,

Wellington Ferreira

site: http://www.ovendedordelivros.com.br/2013/11/resenha-tregua-de-primo-levi.html
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Tórtoro 15/10/2012

LEVANTEM : “WSTAVACH”

“...eu sentia o número tatuado no braço queimando como uma chaga”.

Primo Levi
Nos últimos tempos tenho sentido uma angústia sutil e profunda, a sensação definida de uma ameaça que domina, a mesma sensação que tomou conta de Primo Levi ao voltar de Auschwitz.
E nesses momentos alguns livros me fazem mal, mas não consigo deixar de ler.
A trégua é um deles: Companhia das Letras, 215 páginas.
A partir da experiência de prisioneiro e sobrevivente do campo de extermínio (Lager) de Auschwitz, Primo Levi inscreveu seu nome entre os maiores escritores do século XX. Sua prosa literária tem a força expressiva das narrativas em que a voz da testemunha alia-se ao trabalho da memória e da recriação da vida nos limites máximos da dor e da destruição.
Nesse romance autobiográfico, Levi (Turim, 1919-87) narra a longa e incrível viagem da liberação de Auschwitz. Numa Europa semidestruída, o autor e vários companheiros de estrada viajam sem destino pelo Leste até a União Soviética, premidos entre as ruínas da maior de todas as guerras e o absurdo da burocracia dos vencedores.
Ainda em território soviético, 15 de setembro de 1945, terminada a Segunda Guerra Mundial, finda uma trégua — vinte meses transcorridos, embora duros, de vagabundagem às margens da civilização, pareciam agora uma trégua, um parêntese de ilimitada disponibilidade, um dom providencial, embora irrepetível, do destino — Levi fala do sentimento que o envolveu no momento da partida para a Itália: “Quando a partida ficou acertada, percebemos, para nossa surpresa, que aquela terra sem fim (Stáryie Doróghi) , aqueles campos e bosques, onde se desenrolara a guerra, aos quais devíamos a própria salvação, aqueles horizontes intactos e primordiais, aquela gente vigorosa e amante da vida, pertenciam ao nosso coração, penetraram em nós e permaneceram longamente imagens gloriosas e vivas de uma estação única em nossa existência . Na longa noite de vigília, ouviam-se cantos tênues e modulados dos pastores. Um cantava, o segundo respondia, a quilômetros de distância, depois outro, e mais outro, de todos os pontos do horizonte, e era como se a própria Terra cantasse”.
E essa ambigüidade de sentimentos, ao final de terríveis sofrimentos levam o autor— “sentado à mesa com a família, ou com amigos, ou no trabalho, ou no campo verdejante, num ambiente, afinal, plácido e livre, aparentemente desprovido de tensão e sofrimento”— à amarga e inesperada conclusão : “ Tudo agora tornou-se caos: estou só no centro de um nada turvo e cinzento. E, de repente, sei o que isso significa, e sei também que sempre soube disso: estou de novo no Lager, e nada era verdadeiro fora do Lager. De resto, eram férias breves, o engano dos sentidos, um sonho: a família, a natureza em flor, a casa. Agora esse sonho interno, o sonho de paz, terminou, e no sonho externo, que prossegue gélido, ouço ressoar uma voz, bastante conhecida; uma única palavra, não imperiosas, aliás breve e obediente. É o comando do amanhecer em Auschwitz, uma palavra estrangeira, temida e esperada: levantem, “Wstavach”.
Auschwitz é aqui, onde a realidade queima como uma chaga.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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Paula 24/10/2010

É isto mesmo uma trégua?
Apesar de ter o mesmo título, esse livro não tem semelhança nenhuma com A trégua do meu querido Mario Benedetti. Primo Levi foi um judeu italiano que foi preso em Auschwitz, o famoso campo de concentração nazista na época da guerra. A questão é que ele "sobreviveu" ao campo de concentração (e o livro nos faz pensar muito se é realmente possível sobreviver a tanta barbárie) e depois disso, como que para se libertar do sofrimento imenso que essa experiência lhe causou, ou pelo menos tentar, ele escreveu vários livros sobre o assunto.

Comecei por A trégua porque julguei que não seria tão pesado assim, já que ele narra os acontecimentos a partir do dia que a guerra acabou e que ele foi libertado. Um engano. Porque eu ingenuamente pensava que os sobreviventes voltaram para seus lares imediatamente após o término da guerra, e finalmente teriam um pouco de paz, mas não foi isso que ocorreu. Ele só conseguiu retornar para a Itália meses depois e, quando foi libertado, doente tanto fisicamente quanto emocionalmente, sem dinheiro, sem roupas adequadas, sem sapatos, tendo que caminhar no frio (e o frio da Polônia quer dizer neve) e lidar com a burocracia dos "vencedores", pois a dificuldade de voltar para sua terra natal era imensa devido ao rigor nas fronteiras, ao impecilho do idioma e também à natureza humana, entre outras coisas.

Um livro que me deixou sem dormir ontem, e que me levou às lágrimas algumas vezes, mas que considero indispensável. Não só para quem se interessa pela cultura e história da Alemanha (tenho tentado ler mais sobre o assunto para entender um pouco mais sobre o que escrevem os autores alemães, porque eles carregam esse peso e isso se reflete muito na literatura alemã, o que nem sempre a gente compreende), mas para todos nós, para que essas coisas nunca mais se repitam, para que a gente reflita sobre os absurdos da natureza humana.

Agora estou me preparando (e preparando as lágrimas, porque está aí um tema que acaba comigo e que dói demais de ler) para ler "É isto um homem?", livro do mesmo autor que narra todo o período em que o autor esteve preso em Auschwitz. Um dos relatos mais importantes sobre o Holocausto. Recomendo, mas aviso aos corações sensíveis como o meu que se preparem.

"Na subida para a fronteira italiana o trem, mais cansado do que nós, partiu-se em dois, como um fio demasiadamente esticado: muitos ficaram feridos, e essa foi a última aventura. No meio da noite, passamos o Brenner, que tínhamos atravessado para o exílio vinte meses antes: os companheiros menos sofridos, em alegre tumulto; Leonardo e eu, num silêncio transido de memória. De seiscentos e cinquenta, todos os que então partíramos, voltávamos três. E quanto perdêramos naqueles vinte meses? O que encontraríamos em casa? Quanto de nós fora corroído, apagado? Retornávamos mais ricos ou mais pobres, mais fortes ou mais vazios? Não sabíamos; mas sabíamos que nas soleiras de nossas casas, para o bem ou para o mal, nos esperava uma provação, e a antecipávamos com temor. Sentíamos fluir nas veias, junto com o sangue extenuado, veneno de Auschwitz: onde iríamos conseguir forças para voltar a viver, para cortar as sebes, que crescem espontaneamente durante todas as ausências, em torno de toda casa deserta, de toda toca vazia? Logo, amanhã mesmo, devíamos lutar contra inimigos ignorados, dentro e fora de nós mesmos: com que armas, com que energia, com que vontade?" [página 211]
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