Priscilla 17/06/2012Iniciamos a leitura de mais uma antologia da Estronho. Dessa vez, de ficção científica com contos da tão falada viagem no tempo. Apesar de ser um tema clichê, ele tem de ser trabalhado com cuidado porque é algo bem complexo. Vamos ver como os autores se saíram:
Déjà-vu: O Forte – Roberto de Sousa Causo
Regina Ferreira é uma mulher no final de sua vida. Foi diagnosticada com tumor cerebral e tinha seis meses de vida no máximo. Decide então viajar pelo Brasil, coisa que sempre teve vontade de fazer. Durante uma visita ao Forte dos Reis Magos em Natal, ela se vê mergulhada em uma sensação estranha que não sabe identificar se é uma das seqüelas do tumor ou algo maior e mais incrível...
Uma coisa que me agradou logo no início da leitura foi a narrativa do conto, ela me deixou curiosa para o que viria a seguir, me prendeu. O fato da personagem principal estar morrendo, faz com que nos identifiquemos com ela, pelo fato de ser uma pessoa normal, passando por problemas sérios, à beira da morte. Os detalhes do “sonho” deixam a história ainda melhor.
A Velha Canção do Marinheiro do Futuro – Ademir Pascale
Em 1943, Albert Einstein usou um simples contratorpedeiro para um experimento, que resultou em invisibilidade por alguns segundos, porém, houve um efeito colateral. Os tripulantes agora viajam no tempo, para passado e futuro, a cada 72 horas.
A forma de narrativa desse conto é bem interessante o que torna a leitura bem rápida. O final é bem harmônico com todo o conto o que me agradou bastante.
A Difícil Arte de Lidar com Patrulheiros do Tempo – Miguel Carqueija
O professor Aveleira está em sua sala de trabalho, colocando no papel uma nova idéia, quando recebe um visitante: um patrulheiro do tempo que tem como missão matá-lo.
Um conto muito divertido que me fez rir alto algumas vezes. Ótimo!
Pelas Badaladas do Tempo – Luciana Fátima
Um homem viaja no tempo pelas badaladas do sino, que foi sempre presente nos momentos cruciais de sua vida.
Um conto curto e talvez por isso eu tenha ficado um pouco confusa de início, mas logo me localizei. O achei de certa forma original em comparação aos contos anteriores.
Modelo do Ano – Álvaro Domingues
Paulo e Lucas são amigos desde muito tempo. Sempre foram fascinados com viagem no tempo. Até que Lucas foi seduzido por Wilma, uma mulher que o fez focar em outras coisas... mal sabe ele que foi tudo planejado...
Esse é um conto bastante simples, acho que o mais simples do livro. Normalmente isso não é ruim, mas fiquei esperando mais do conto, pensei que o final compensaria, mas foi tudo simples mesmo.
A máquina da insanidade – Estevan Lutz
Leônidas é um cientista que quer provar que sua teoria está correta e por isso vai contra as recomendações e faz a prova em si mesmo. O resultado é que a máquina ganha o nome de “máquina da insanidade”. Mas será mesmo?
Pra quem já leu o livro pode achar essa pequena resenha confusa ou pobre. A razão é que EU fiquei confusa lendo o conto. Esse é um que considero uma verdadeira história de ficção científica, daquelas com termos que você nunca ouviu falar (pelo menos eu não) e quando chega no final, você entende o que aconteceu, mas solta um: Hã? Não ache que a confusão nesse conto foi algo ruim, significa que o conto foi muito bom!
O Último Trem para Plêiades – Allan Pitz
Diante do amigo incrédulo, Fritz narra sua experiência quando um homem aparece em sua casa lhe dizendo que irá conhecer o Irmão Mais Velho da Terra.
Esse conto é narrado de uma forma bem divertida. A conversa entre os dois amigos é descontraída e contada da mesma forma.
Contra o Apagar das Luzes – Mariana Albuquerque
Um grupo de amigos decide iniciar o processo de construção da máquina do tempo depois que o mundo que eles conhecem encontrou um fim. Consegue e então viajam, mas surpreendem-se quando descobrem onde foram parar...
Esse conto tem um peso de tristeza até chegar o final, que considerei... feliz. Não entendi muito bem como escaparam do problema, mas isso não estragou a leitura.
Ensaio – Viagens no Tempo na Ficção Científica Brasileira: de Observadores a Viajantes do Tempo – Edgar Indalecio Smaniotto
Achei esse ensaio bem interessante. Ele cita algumas obras de ficção científica com viagens no tempo, mostrando como os autores brasileiros evoluíram. Fiquei interessada em algumas obras!
Finalizo esse livro com uma ótima sensação. Os autores souberam em sua maioria lidar com o tão aclamado tema. Se você é fã de ficção científica e gosta de viajar no tempo junto com os personagens, este é mais um livro para a sua coleção!
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Policial da Biblioteca
http://policialdabiblioteca.blogspot.com/2012/05/resenha-promocao-time-out-os-viajantes.html