Resenhas - O Beijo no Asfalto

Laís Gonçalves 11/07/2022

O beijo no asfalto
A peça lida muito com a necessidade de se ter uma boa notícia acima de tudo, inclusive da verdade. O poder dos meios de comunicação faz com que um ato de compaixão se transforme em assassinato a sangue frio. Enquanto se destrói o casamento de Selminha e Arandir, os jornais vendem mais do que nunca. A peça também funciona como grave crítica à sociedade brasileira da época, principalmente pela hipocrisia.

Arruda 21/07/2022

mídia sensacionalista !!!
Fica claro que um dos principais pontos da obra é fazer crítica ao sensacionalismo e a manipulação no jornalismo.
Os três atos da peça giram em torno do "beijo no asfalto", que cada vez é mais manipulado pela mídia. Além de tratar sobre o conservadorismo e como as pessoas possuem grande dificuldade de mudança de valores.
Outra obra De Nelson Rodrigues que não deixou a desejar! recomendo!

lara.mi25 08/09/2022

?
A única coisa q eu posso falar é que o Nelson Rodrigues foi uma lenda, esse homem foi completamente maravilhoso!!
Não existe outra palavra pra essa peça sem ser ?incrível?. Me prendeu demais, a história completamente cômica e cheia de reviravoltas é a cara do Nelson, essa leitura leve e divertida.
Apenas muito perfeita, leria 10 vezes de novo e interpretaria todos os papéis se tivesse a oportunidade. :)

Emile Vithorya 01/10/2022

Peça belíssima
Bem curtinha, leitura fácil e rápida!
Muitas críticas envolvidas em uma sociedade marcada pelo preconceito e julgamento.

Daniel.Malaquias 02/10/2022

O ato mais verdadeiro
Uma peça encomendada pela atriz Fernanda Montenegro, que fez o papel de Selminha na estreia. Um enredo aparentemente simples: um homem em seus últimos momentos de vida pede um beijo, ali mesmo na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Quem atende ao desejo do quase morto é Arandir, que o beija ali mesmo, no asfalto. A partir daí se tece uma trama cheia de intrigas, adultério, homofobia e principalmente tragédia, tragédia bem carioca a la Nelson Rodrigues. Sem sombras de dúvidas essa é uma das melhores peças do autor e uma das mais bem escritas de nossa dramaturgia.

Alê 24/10/2022

História atemporal!!
Simplesmente sensacional!! Nelson Rodrigues sendo atual como sempre (em 1960, início da ditadura), escrachando a moral e os bons costumes como não tão moral e bons costumes assim. Colocando em pauta a violência policial, o preconceito, a corrupção, a falsa moral e as notícias falsas.

Nelson Rodrigues tentava deixar claro a essência do Rio de Janeiro. Foi censurado como muitos outros autores na época da ditadura, mas não deixou de escrever.

?O beijo no asfalto? é uma peça que conta a história de um homem que foi atropelado por um bonde e a beira da morte recebe um beijo de um desconhecido. A história então se desenrola em como o beijo é visto pela população e o que realmente aconteceu. Tem um desfecho chocante que prova que as pessoas nem sempre são o que parecem.

Emmy 16/11/2022

"Alguém morria! Eles não percebem que alguém morria?"
Confesso que só resolvi ler essa peça pra descobrir se minha lógica de ligar Nelson Rodrigues com Tennessee Williams fazia sentido, o nome da peça remete aos títulos das peças do americano e fiquei muito surpresa que a os temas que o Nelson trata também são semelhantes.

Mas as semelhanças acabam por aí por que amigos Nelson Rodrigues DESTRÓI. Enquanto Tennessee Williams era mais contido em suas peças, aqui a homofobia, machismo e suas consequências são explícitas e cruas.

Beijo no Asfalto é uma peça pequena, não chega a 50pags e nela o autor consegue colocar toda humanidade e compaixão de um indivíduo, sendo totalmente destruída pela sociedade brasileira dos anos 60.

A morte é tratada por esses personagens da pior forma possível e transformada em espetáculo por pessoas sem um pingo de piedade. Essa é uma peça que dá agonia, raiva, indignação e tristeza do início ao fim.

Andrezinn 01/12/2022

Tinha esquecido de fazer a resenha desse, mas como não tenho muito pra falar, aqui vai.

"O beijo no Asfalto" é um teatro moderno, escrito por Nelson Rodrigues, que conta a história de um homem casado, que ao ver outro homem morrer na sua frente se compadece deste e lhe dá um beijo na boca, gerando um escândalo nos jornais.

Confesso que eu nunca teria lido se não fosse a professora de Literatura separar uma aula para que a turma lesse teatros, pois o teatro não desperta em mim um enorme interesse, exceto quando se fala em Ariano Suassuna, o melhor. Mas a experiência da leitura, realmente só foi boa porque o livro foi lido em grupo, cada um "interpretando" um personagem, e meus amigos e eu, fomos bem a fundo, engrossando e afinando a voz para os personagens que requerem ( homem sério, mulher agitada etc). Uma experiência que alegrou um pouco mais o meu terceirão e será lembrada.

Algo que me incomodou, e que imagino ser uma característica do autor, foram. as falas. assim. desse jeito. cortadas e. divididas. em mais. de uma. frase, além da interrupção. de diálogos entre. os próprios personagens. Foi um corta corta que pareceu deixar o livro mais rápido, mas ao mesmo tempo, lento e arrastado. Não compreendi muito essa proposta - se é que seja uma - do autor.

O final é um dos pontos altos do livro, a leitura é bem rápida, e também é recheada de críticas. Porém, foi uma leitura mais marcante pelos momentos com os amigos do que pela própria obra em si.

lisa 06/12/2022

rápido, interessante, tenso e suspense frequente. o que mais me deixou surpresa foi o final, porque eu literalmente não esperava!
creio que exista a intenção de levar o leitor a pensar numa ideia ao longo da trama para, no final, revelar um ponto importantíssimo (que eu particularmente não esperava).

Duda Garcia 06/01/2023

Bem Nelson Rodrigues ne
Casos de família.
Polêmica.
Traição.
Gente 🤬 #$%!& .
Pessoas cheias de facetas como realmente são.
Barracos.
Trisal de irmãs.
Nelson Rodrigues.

Lara Tine 10/01/2023

O Beijo no Asfalto
Nelson Rodrigues é uma das principais referências da dramaturgia brasileira. Suas peças sempre podem ter várias leituras e são repletas de novos detalhes a cada nova leitura que passaram despercebidas antes.
O Beijo no Asfalto vai nos levando de surpresa em surpresa. Quando achamos que descobrimos o centro da intriga, vem outro acontecimento que muda toda a nossa compreensão da situação.
O desfecho é surprendente e nos pega desprevenido.

maria 14/01/2023

meu favorito!
um dos melhores que já li, amo Nelson Rodrigues.
ler Nelson é pesado, pelos temas que ele escreve, mas eu tenho um amor gigante pelos seus livros, e o beijo no asfalto foi o primeiro dele que li.

Emmanuel 30/01/2023

Fake news e direito à privacidade
Teria Arandir cometido o terrível ato de beijar um homem morto no asfalto? Hoje esse questionamento parece ridículo, mas é preciso contextualizar a época em que a peça foi escrita (anos 60). Aqui, vemos que a moralidade (muitas vezes falseada) dos personagens é capaz de perseguir e - perdoem o breve spoiler - até mesmo destruir a vida de uma pessoa.

Este é o segundo livro de Nelson Rodrigues que leio, mas percebo que a crítica à classe jornalística foi o ponto em comum com a outra obra (Viúva, porém honesta). No entanto, O beijo no asfalto não é uma obra jocosa ou mera anedota, mas traz em si um ar de suspense, um clima sufocante e estranho. Não é como numa tragédia, mas lembra um pouco a angústia que tive ao ler O processo, de Kafka. Ironicamente, a peça gravita em torno de uma fake news criada por um jornalista canalha (me parece ser um típico vilão de Nelson Rodrigues).

Então chego a duas conclusões: 1) a obra apresenta a luta solitária de um indivíduo contra a opinião pública sobre um fato lícito que ele cometeu em sua vida privada (o conflito entre a liberdade de expressão e o direito à privacidade); 2) há uma forte crítica à credibilidade do jornalismo, na medida em que uma simples matéria de jornal pode causar graves danos às pessoas sem que elas tenham algum tipo de dolo ou culpa (aqui vemos por que as fake news devem ser combatida na atualidade).

Vivs 𧿠02/02/2023

Tragédia Carioca
"AMADO ? Olha. Agorinha, na Praça da Bandeira. Um rapaz foi
atropelado. Estava juntinho de mim. Nessa distância. O fato é que
caiu. Vinha um lotação raspando. Rente ao meio-fio. Apanha o
cara. Em cheio. Joga longe. Há aquele bafafá. Corre pra cá, pra lá.
O sujeito estava lá, estendido, morrendo.
CUNHA (que parece beber as palavras do repórter) ?E daí?
AMADO (valorizando o efeito culminante) ? De repente, um outro cara
aparece, ajoelha-se no asfalto, ajoelha-se. Apanha a cabeça do
atropelado e dá-lhe um beijo na boca."

Bru 28/02/2023

Foi o primeiro roteiro de peça que li. Confesso que tive dificuldade em acompanhar a fluidez.
Considerando a época escrita, década de 60, as críticas sociais extraídas são relevantes.