Sentimento Fatal

Sentimento Fatal Janethe Fontes




Resenhas - Sentimento Fatal


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Ednelson 04/12/2012

Análise:

“Por que tudo tem de ser deste modo? [...] Por que a vida, o destino, fez isso conosco?”
—Pág. 258.

Olá, caros leitores! Sou um leitor que costuma mergulhar de cabeça nas páginas pelas quais me aventuro e quando essa minha característica é somada a uma narração envolvente é certeza que todo o sentimento que vier a ser suscitado pela leitura será intenso. Como confessei em uma resenha anterior minha do livro “Vítimas do Silêncio”, também da Janethe Fontes, não tenho qualquer vergonha em admitir que sou um leitor, salientando propositalmente o gênero masculino, que se envolve facilmente pelas emoções de um livro bem escrito, seja o ódio, tristeza, amor, medo e tantas outras tonalidades do espírito humano. Sim, já chorei com livros. Acredito que se conhecer e admitir o seu próprio modo de pensar, sentir e agir é um importante passo tanto para sermos seres humanos melhores, quanto para usufruirmos melhor de nossas experiências, seja uma leitura, música ou o que for. Portanto, quero dizer, se você aprecia saborear emoções vai querer ler as palavras que tenho a dizer acerca de “Sentimento Fatal”.

Esse é o segundo livro da autora e assim que ele chegou às minhas mãos, enviado diretamente pela própria autora (Obrigado, Janethe), me perguntei: O que será que esta obra me guarda? O primeiro livro da Janethe me agradou muito e confesso que para este segundo o meu nível de exigência aumentou, pois, devido à experiência anterior, já sabia do que ela era capaz e sinceramente, minhas expectativas antes mesmo de abrir o livro eram de uma escrita ainda mais madura e um enredo que me capturasse ainda mais. Posso falar com claras palavras: Obtive tudo o que esperava e mais um pouco!

A trama se mantém alicerçada em uma figura feminina, nesse caso, a jovem Adriana, uma mulher que se vê presa em um casamento que degenerou até um estado doentio, onde o marido a trata como uma posse que pode ter a vontade dobrada à sua. O marido de Adriana, Roberto, a oprime em múltiplos níveis: físico e mental. Essa opressão não atinge somente Adriana, mas também a filha do casal, Letícia, de cinco anos, assim como qualquer um que se coloque na trajetória de Roberto, um homem que move a sua vontade como uma bala, capaz de atingir qualquer um e aparentemente impossível de ser freada. A autora consegue desenvolver a figura de Roberto de tal forma que é impossível não odiá-lo e percebê-lo como um verdadeiro monstro e com certeza a forma mais grotesca e repugnante que um ser humano pode assumir. Com isto já comecei a perceber que a força da Janethe para nos causar extremos de emoções com suas criações literárias foi ainda mais aguçada nesse segundo livro.

Todas as personagens são muito bem trabalhadas, inclusive a pequena Letícia, que pensei que fosse ter um desenvolvimento mais singelo, se prova uma personagem muito carismática, inteligente e que interage muito com os eventos do livro. Foi muito bom a Janethe se preocupar em não mostrar somente a perspectiva dos adultos na história, mas os efeitos em Letícia, pois o tema do qual o livro trata é uma questão que também deixa marcas profundas em uma mente que normalmente sequer está preparada para compreender as intempéries da vida. Essa transferência de perspectiva para a criança também proporciona uma percepção mais ampla do cenário que se forma à nossa frente.

Em meio à turbulência que se tornou a existência de Adriana é justamente a filha a única coisa que a mantém ancorada na realidade e que lhe motiva a ainda viver, pois, com tanto sofrimento, ela não se sente capaz de extrair felicidade de outra fonte que não seja a sua garotinha. Constantemente me questionei sobre as razões que fariam uma pessoa suportar tantas e tamanhas agressões, mesmo sabendo que as emoções às vezes são elementos intempestivos que nos posicionam em situações que acabam criando uma vida própria da qual só saímos com muita dificuldade. Foi inevitável sentir certa irritação com Adriana por se manter tão submissa a um homem que a tratava como qualquer coisa, menos como um homem deveria tratar a sua esposa, pelo menos segundo os conceitos mais belos expostos nos votos matrimoniais. Esse começo foi perfeito e tornou a revolução de Adriana ainda mais poderosa, além de que a situação de degeneração do matrimonio e qualquer mínimo respeito ao outro é uma condição, infelizmente, mais banal do que gostaríamos e que alcança milhares de lares. Garanto que os leitores conhecem ao menos um caso assim. Admiro essa preocupação da Janethe em erguer uma obra tão empenhada em debater com os leitores sobre uma moléstia que aflige tantos lares e espalha tanta dor por milhares de vidas, pois essa energia ruim às vezes fica retida nas pessoas envolvidas e acaba afetando o resto de suas existências em qualquer lugar. O que me deixa ainda mais fascinado pela escrita da Janethe é o fato dela saber narrar de uma forma que, mesmo abordando um tema pesado, o leitor se sente completamente à vontade nas páginas e a leitura se mantém num nível de atratividade constante.

As coisas começam a mudar de cor com o surgimento de Daniel, a grande paixão da vida de Adriana. Está é outra característica que me cativou nas obras da autora: a maneira como, apesar de aparentemente clichê, os enlaces amorosos conseguem adquirir seus contornos de originalidade e surpreendem. Não esperem uma relação plena, pois mesmo sendo frutos de uma obra de ficção, as personagens são demasiadamente verídicas e conflitos de pensamentos acontecem portanto, a coisa não funciona na base do “se encontraram, permanecem unidos, lutam juntos contra o mal e são felizes para sempre”. Há algumas surpresas ao longo do livro, mas garanto que o final é muito bom e não deixa nada a desejar.

Uma característica que me chamou a atenção nessa obra da Janethe é que, ao contrário de “Vítimas do Silêncio”, onde a violência sexual era o eixo, neste livro ela se detém mais sobre a relação do casal formado por Adriana e Daniel. Acredito que isso se deva justamente ao fato de no livro anterior o sexo representar a fonte do trauma para a protagonista, mesmo quando o afeto vem de uma pessoa em que ela confie. Para superar verdadeiramente isso, a protagonista de “Vítimas do Silêncio” demora bastante tempo. As cenas mais intimas do casal não são descritas de forma vulgar ou desnecessária, como um apelo pela atenção do leitor, mas com um jeito tão poético que as ações em si não são o mais importante, mas o simbolismo que elas carregam, pois para um casal que se ama de verdade, fazer sexo não é unicamente um processo físico, mas uma integração de mentes, espíritos, uma espécie de jornada em que se pode por um momento sentir-se mesclado ao outro, um único ser que se sente pleno por encontrar naquele instante a razão do universo. Sei que pode soar um pouco exagerada essa visão, mas é a melhor maneira como este humilde leitor acha que pode retratar a beleza da poesia que a autora consegue alcançar nesse romance. Adriana é uma personagem que se desenvolve tanto durante o livro que é impossível não admirá-la como exemplo de pessoa forte que, após muitas provações, lágrimas e sangue derramados, não recua quando se encontra de frente para o perigo em um momento decisivo. Recomendo este livro para todos os leitores! Emocionante e engajado, duas qualidade belíssimas! Por isso, dou quatro dos cinco selos cabulosos para “Sentimento Fatal”.

Escrevo no: http://leitorcabuloso.com.br/
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Literatura 03/09/2012

Quando o amor destrói
Por força de meu trabalho, muitas vezes me deparo com situações-limite, tais como violência contra crianças e mulheres. Não sou delegado, ou policial. Não, sou um funcionário público que trabalha na área de informática. Tenho um sistema que faz o cadastramento de várias dessas reclamações e quando vou dar suporte ao programa fico chocado, entram mulheres e crianças tão machucadas que chego a pensar que um animal as atacou. E, sem sombra de dúvidas é um animal, animal humano, mas ainda assim um animal.

Sentimento fatal (Dracaena, 350 páginas) trata justamente do tema violência contra a mulher. Como dominar o medo, como reagir. E onde os familiares entram nessa história, devem se intrometer, devem apoiar. Parece um tema de simples solução, mas tenham a certeza de que após a violência tudo é maculado – o corpo, a mente, a alma. E respinga em todos os que estão ao redor. E tem mais um detalhe, mesmo com
a lei Maria da Penha, muitas mulheres continuam sendo vítimas das mais bárbaras atrocidades. Até que ponto o amor pode servir de justificativa para a violência?

Como podem ver a solução não é tão simples assim e sendo nosso país eminentemente machista, a coisa fica bem pior. Sei que estamos num estágio bem mais avançados do que países como Afeganistão, Arábia Saudita e tantos outros do Oriente Médio, mas não se enganem, estamos longe de ser um país que respeite as desigualdades.

Janethe Fontes é uma autora que conhece do assunto e sabe romantizá-lo. Já havia escrito “Vítimas do Silêncio” em 2008 e retornou ao assunto com propriedade. Adriana vive um dilema, - deve abandonar seu marido Roberto, que alimenta um ciúme doentio por ela e que é pai de sua filha (única coisa que faz com que ela queira continuar vivendo) para se jogar nos braços de Daniel, seu primo e o grande amor de sua vida, que ela encontra depois de dez anos? – um enredo simples, corriqueiro, mas estupidamente real. E é isso o que mais choca. A história de Adriana poderia ser a do nosso vizinho, ou de um familiar, ou mesmo nossa própria história. O noticiário da TV está cheio de casos que terminaram da forma mais trágica possível, por causa de um caso de ciúme, de posse.

Clique na imagem para acessar o site:
http://bit.ly/O6Ud8R
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Leitor Cabuloso 26/08/2012

Olá, caros leitores! Sou um leitor que costuma mergulhar de cabeça nas páginas pelas quais me aventuro e quando essa minha característica é somada a uma narração envolvente é certeza que todo o sentimento que vier a ser suscitado pela leitura será intenso. Como confessei em uma resenha anterior minha do livro “Vítimas do Silêncio”, também da Janethe Fontes, não tenho qualquer vergonha em admitir que sou um leitor, salientando propositalmente o gênero masculino, que se envolve facilmente pelas emoções de um livro bem escrito, seja o ódio, tristeza, amor, medo e tantas outras tonalidades do espírito humano. Sim, já chorei com livros. Acredito que se conhecer e admitir o seu próprio modo de pensar, sentir e agir é um importante passo tanto para sermos seres humanos melhores, quanto para usufruirmos melhor de nossas experiências, seja uma leitura, música ou o que for. Portanto, quero dizer, se você aprecia saborear emoções vai querer ler as palavras que tenho a dizer acerca de “Sentimento Fatal”.

Esse é o segundo livro da autora e assim que ele chegou às minhas mãos, enviado diretamente pela própria autora (Obrigado, Janethe), me perguntei: O que será que esta obra me guarda? O primeiro livro da Janethe me agradou muito e confesso que para este segundo o meu nível de exigência aumentou, pois, devido à experiência anterior, já sabia do que ela era capaz e sinceramente, minhas expectativas antes mesmo de abrir o livro eram de uma escrita ainda mais madura e um enredo que me capturasse ainda mais. Posso falar com claras palavras: Obtive tudo o que esperava e mais um pouco!

A trama se mantém alicerçada em uma figura feminina, nesse caso, a jovem Adriana, uma mulher que se vê presa em um casamento que degenerou até um estado doentio, onde o marido a trata como uma posse que pode ter a vontade dobrada à sua. O marido de Adriana, Roberto, a oprime em múltiplos níveis: físico e mental. Essa opressão não atinge somente Adriana, mas também a filha do casal, Letícia, de cinco anos, assim como qualquer um que se coloque na trajetória de Roberto, um homem que move a sua vontade como uma bala, capaz de atingir qualquer um e aparentemente impossível de ser freada. A autora consegue desenvolver a figura de Roberto de tal forma que é impossível não odiá-lo e percebê-lo como um verdadeiro monstro e com certeza a forma mais grotesca e repugnante que um ser humano pode assumir. Com isto já comecei a perceber que a força da Janethe para nos causar extremos de emoções com suas criações literárias foi ainda mais aguçada nesse segundo livro.

Todas as personagens são muito bem trabalhadas, inclusive a pequena Letícia, que pensei que fosse ter um desenvolvimento mais singelo, se prova uma personagem muito carismática, inteligente e que interage muito com os eventos do livro. Foi muito bom a Janethe se preocupar em não mostrar somente a perspectiva dos adultos na história, mas os efeitos em Letícia, pois o tema do qual o livro trata é uma questão que também deixa marcas profundas em uma mente que normalmente sequer está preparada para compreender as intempéries da vida. Essa transferência de perspectiva para a criança também proporciona uma percepção mais ampla do cenário que se forma à nossa frente.

Em meio à turbulência que se tornou a existência de Adriana é justamente a filha a única coisa que a mantém ancorada na realidade e que lhe motiva a ainda viver, pois, com tanto sofrimento, ela não se sente capaz de extrair felicidade de outra fonte que não seja a sua garotinha. Constantemente me questionei sobre as razões que fariam uma pessoa suportar tantas e tamanhas agressões, mesmo sabendo que as emoções às vezes são elementos intempestivos que nos posicionam em situações que acabam criando uma vida própria da qual só saímos com muita dificuldade. Foi inevitável sentir certa irritação com Adriana por se manter tão submissa a um homem que a tratava como qualquer coisa, menos como um homem deveria tratar a sua esposa, pelo menos segundo os conceitos mais belos expostos nos votos matrimoniais. Esse começo foi perfeito e tornou a revolução de Adriana ainda mais poderosa, além de que a situação de degeneração do matrimonio e qualquer mínimo respeito ao outro é uma condição, infelizmente, mais banal do que gostaríamos e que alcança milhares de lares. Garanto que os leitores conhecem ao menos um caso assim. Admiro essa preocupação da Janethe em erguer uma obra tão empenhada em debater com os leitores sobre uma moléstia que aflige tantos lares e espalha tanta dor por milhares de vidas, pois essa energia ruim às vezes fica retida nas pessoas envolvidas e acaba afetando o resto de suas existências em qualquer lugar. O que me deixa ainda mais fascinado pela escrita da Janethe é o fato dela saber narrar de uma forma que, mesmo abordando um tema pesado, o leitor se sente completamente à vontade nas páginas e a leitura se mantém num nível de atratividade constante.

As coisas começam a mudar de cor com o surgimento de Daniel, a grande paixão da vida de Adriana. Está é outra característica que me cativou nas obras da autora: a maneira como, apesar de aparentemente clichê, os enlaces amorosos conseguem adquirir seus contornos de originalidade e surpreendem. Não esperem uma relação plena, pois mesmo sendo frutos de uma obra de ficção, as personagens são demasiadamente verídicas e conflitos de pensamentos acontecem portanto, a coisa não funciona na base do “se encontraram, permanecem unidos, lutam juntos contra o mal e são felizes para sempre”. Há algumas surpresas ao longo do livro, mas garanto que o final é muito bom e não deixa nada a desejar.

Uma característica que me chamou a atenção nessa obra da Janethe é que, ao contrário de “Vítimas do Silêncio”, onde a violência sexual era o eixo, neste livro ela se detém mais sobre a relação do casal formado por Adriana e Daniel. Acredito que isso se deva justamente ao fato de no livro anterior o sexo representar a fonte do trauma para a protagonista, mesmo quando o afeto vem de uma pessoa em que ela confie. Para superar verdadeiramente isso, a protagonista de “Vítimas do Silêncio” demora bastante tempo. As cenas mais intimas do casal não são descritas de forma vulgar ou desnecessária, como um apelo pela atenção do leitor, mas com um jeito tão poético que as ações em si não são o mais importante, mas o simbolismo que elas carregam, pois para um casal que se ama de verdade, fazer sexo não é unicamente um processo físico, mas uma integração de mentes, espíritos, uma espécie de jornada em que se pode por um momento sentir-se mesclado ao outro, um único ser que se sente pleno por encontrar naquele instante a razão do universo. Sei que pode soar um pouco exagerada essa visão, mas é a melhor maneira como este humilde leitor acha que pode retratar a beleza da poesia que a autora consegue alcançar nesse romance. Adriana é uma personagem que se desenvolve tanto durante o livro que é impossível não admirá-la como exemplo de pessoa forte que, após muitas provações, lágrimas e sangue derramados, não recua quando se encontra de frente para o perigo em um momento decisivo. Recomendo este livro para todos os leitores! Emocionante e engajado, duas qualidade belíssimas! Por isso, dou quatro dos cinco selos cabulosos para “Sentimento Fatal”.
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Anna 23/05/2012

Resenha no www.pausaparaumcafe.com.br
Mais um livro polêmico de uma das minhas autoras nacionais preferidas. Para quem não conhece, a Janethe também é autora do livro Vítimas do Silêncio que tem resenha aqui no blog também.
A autora novamente me surpreendeu com o tema abordado no livro. Janethe trata em Sentimento Fatal de um tema polêmico e que deve ser muito bem tratado na sociedade de hoje. O maus tratos a mulher.
Quando comecei a ler o livro fiquei chocada com os personagens. São fortes e a trama se desenvolve muito bem. Janethe tem o dom de fazer um livro de quase 400 páginas ser lido em muito pouco tempo, quando você pisca já leu 100 páginas.
Uma história bem estruturada, um livro leve apesar de todo seu conteúdo e novamente como em Vítimas do Silêncio mais do que um livro. Uma lição de vida.
“- E para quem você esta está se preparando?
Ela tornou a suspirar, profunda e lentamente.
-Um canalha… É para ele que estou me preparando.”
Em Sentimento Fatal encontramos Adriana uma mulher corajosa mas que com as dificuldades da vida começa a se esquecer de quem era. Casou muito jovem com o homem que achava ser o amor de sua vida e até o nascimento de sua pequena Letícia tudo continuava as mil maravilhas mas… nem tudo pode ser perfeito. Adriana se vê presa e sendo refém do ciúmes doentio de seu marido. E tudo sempre piora.
Adriana me surpreendeu com sua personagem, mas fez muitas coisas que eu achei desnecessárias, minha linha de pensamento segue mais a do “herói” de toda a história. O lindo Dani.
Dani é o personagem carinhoso, o amor que faz Adriana lutar contra si mesma para sair das rédeas do marido e começar a viver a vida. Em muitos momentos sentimos vontade de abraçar Adriana, tirar ela dessa vida, lutar com unhas e dentes contra seu marido Roberto.
A história de Adriana tem um final bonito, apesar de que muitas histórias como essa na vida real não acabam assim. E isso que ficamos pensando quando terminamos de ler Sentimento Fatal.
“Adriana sentiu uma dor lancinante perfurando-lhe a pele; ao mesmo tempo em que caia em um buraco fundo e tenebroso.”
Nos olhamos no espelho e pensamos como podemos confiar? Roberto parecia um homem indefeso no início. Incapaz de cometer qualquer maldade contra a mulher. Porque se tornar o monstro que virou?
E ainda… Nosso pensamento se volta para as inúmeras mulheres brasileiras ou não que hoje enfrentam a mesma vida que Adriana e por medo se mantém caladas, quais motivos que as levam a se silenciar perante a dor. Quantas mulheres não tem um amanhecer feliz a anos? Quantas mulheres não conhecem o amor e somente essa obsessão que machuca, que mata?
Além de uma boa obra literária, Sentimento Fatal é um apelo para que olhemos com outros olhos para essas mulheres. Que nós mulheres nos deem as mãos e lutamos para que homens como Roberto não fiquem impunes pelo que fazem.
Essa é a minha dica de hoje. Espero que tenham gostado! Pois eu amei!
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Mirela L. 25/04/2012

Resenha que eu fiz para o Inteiramente Diva
O ID tem tido a oportunidade de conhecer obras espetaculares de orgulhos autores nacionais. Sentimento Fatal é uma obra complexa; ao mesmo tempo em que encanta, revolta. Janethe Fontes consegue narrar um assunto tenso, que é a violência doméstica, com uma maestria e delicadeza indescritível. Uma história que tem um propósito louvável de deixar o leitor refletindo sobre a realidade, mas imerso em um romance apaixonante e encantado por uma menininha linda! *-* Por amor se mata? O amor destrói? Será que um sentimento tão puro é capaz de ações e sensações tão ‘pequenas’?

“Mas a verdade era que há muito tempo ela não tinha mais o controle da própria situação. Por isso deixou as lágrimas correrem livremente. Em seguida, abriu o chuveiro e ensaboou-se com força para lavar as marcas que seu marido havia deixado em seu corpo... as marcas de um amor doentio.”

Adriana é uma jovem muito bonita, mãe da pequena e fofa Letícia, e casada com Roberto, um arquiteto reconhecido. Um casamento que mesmo fadado ao fracasso desde o inicio, trouxe a querida Lê para a vida de Adriana… Mesmo diante de tanto sofrimento, de tanta escuridão existia a doce Letícia, a responsável por trazer a luz nos momentos mais difíceis e cheios de amargura.

Roberto, sempre foi estimulado, pelo pai a não acreditar em mulheres. Para ele uma mulher só precisaria ter três ocupações na vida: cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos e marido. Para ele, a mulher que precisasse ter uma vida fora do lar, só poderia ser por amantes ou coisas do gênero *pausa para respirar*. Mas mesmo com toda a pressão, Adriana se sente disposta a lutar pela sua independência, afinal precisava trabalhar, estudar, resolver sua vida, enfim… VIVER! E o primeiro passo seria voltar a estudar, já que era obrigada a trabalhar na mesma empresa que o marido.

Na faculdade, para a sua surpresa, Adriana reencontra Daniel, um amor do passado. E não é verdade que quando se ama, se tem uma grande amizade; há comunicação apenas pelo olhar? Daniel conseguia ver que algo estava errado na vida de Adriana… A mulher forte e determinada de outrora estava escondida em algum lugar no seu íntimo, dando vazão a uma mulher amedrontada e insegura. E é pelo amor que nunca deixou de sentir, que ele se sente disposto a resgatar a mulher que sempre amou do vazio onde ela se encontrava.

Sentimento Fatal consegue nos deixar imersos nos pensamentos dos personagens… Na desconfiança, insegurança e medo que Adriana nutria do marido. Revela os pensamentos doentios de Beto, no que o ciúme doentio é capaz de fazer com a mente das pessoas (deturpar frases, cultivar pensamentos sem lógica, desconfiar de tudo e de todos…); uma pessoa que machuca sem perceber em seus momentos de crise, mas que logo em seguida, nos momentos de sanidade, se arrepende. Mas logo, tudo volta a acontecer novamente. Ele a agredia, mas depois a enchia de mimos para tentar reparar o mal feito. E também temos a visão do universo de sofrimento em que a pequena Letícia estava envolvida (que é de ‘cortar’ o coração! :/).

"- O senhor machucou a minha mãe.
- Não! Eu não machuquei – rebateu ele, zangado – E vá tomar logo o seu banho.
Letícia permaneceu parada, as perninhas tremendo, e, de repente, um filete de urina escorreu por suas pernas.”

(Me falem de não dá vontade de ‘entrar’ na história para abraçá-la e evitar que ela sofra com o que percebe do sofrimento da mãe?!)

Por mais que ele tentasse se controlar o sentimento de posse e insegurança era maior que ele. E por conta das violências que sofria do marido, maquiagens, roupas e ‘máscaras’ eram necessárias para esconder o maltrato e as marcas do corpo e da alma; marcas de uma pessoa sucumbida ao desespero. Mas Adriana encontra um anjo; um anjo determinado a salvar o que ainda lhe restava de vida.

Sentimento Fatal nos conta a história do sofrimento de uma mulher, mas também de luta e de determinação em sair da situação e dar a volta por cima, se reerguer diante dos obstáculos da vida. O leitor acompanha a luta de Adriana pela sua felicidade e da pequena Letícia. Uma obra que traz um tema forte e que acontece (mais do que imaginamos) no cotidiano de muitas e muitas mulheres. Mulheres que são machucadas e humilhadas dentro das suas próprias casas, mas que por ‘n’ fatores não conseguem ultrapassar o medo e pedir ajuda. Conseguimos perceber que ainda existe vergonha em admitir, mas além de tudo o medo ainda é o maior culpado pelo silêncio. Nos deixa refletindo que para a violência não há raça ou classe social, ela simplesmente acontece e não deve passar impune!

Uma obra MAIS que recomendada! Uma verdadeira reflexão! “Por ciúme se mata! Não só pessoas, mas também sentimentos, situações, ligações, afeições… O ciúme destrói!”

Confira: http://inteiramentediva.blogspot.com.br/2012/04/resenhando-58-sentimento-fataljanethe.html
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Barbara Sant 08/04/2012

Brasileiríssimo #01 – Janethe Fontes – Sentimento Fatal
Oie Gente!

Hoje estou estreando uma nova secção aqui no blog: a “Brasileiríssimo”.
Nela vou resenhar obras brasileiras que tenham me marcado de alguma maneira.
Mas não fiquem imaginando que só vou falar que obras que eu tenha adorado. Nãããõoo!
A marca registrada das resenhas feitas nessa secção é que as obras tenham provado emoções extremas.
Tenha eu as amado ou odiado profundamente, elas virão parar aqui.
Então podem se preparar, que os posts serão sempre passionais e altamente expressivos.
E para começar com o pé direito, venho de “Sentimento Fatal”, da escritora romancista Janethe Fontes.
Esse não é um livro para pessoas de corações fracos. Ele vai levar você aos pólos emocionais.
Você vai amar alguns personagens, desejar que eles fossem reais e que morassem na casa ao lado. Também vai odiar outros, com forças e intensidades reservadas para vilões de contos de fadas e das novelas das oito.
E, para complicar ainda mais seu estado emocional, você ainda tem uma personagem que causa a mais absoluta e completa repulsa feminina.
Por amor se mata? O amor destrói? E o ciúme, pode ou não ser controlado? Sentimento Fatal levará você a pensar nessas questões e rever seus conceitos… todos os seus conceitos em relação ao amor. “Dividida entre a paixão avassaladora do marido Roberto, que tem um ciúme doentio, e o grande amor de infância de Daniel, que ela torna a encontrar dez anos depois, Adriana Diniz Martinez terá de vencer o medo e reencontrar a si mesma… Lutar pela própria integridade e também pela filha Letícia, pela qual é capaz de tudo.
Adriana vive um inferno com o marido, Beto, um homem ciumento, possessivo e violento.
Ela tenta manter o casamento pela necessidade de manter a filha feliz, mas cada vez que o marido a estupra, fica mais e mais desesperada.
É isso mesmo que você leu. Estupro.
Roberto é um homem obsessivo, violento e controlador.
Trata a esposa como sua posse e, quando contrariado por ela, parte para todo tipo de violência.
Tenho que dizer que não foi um livro fácil de ler. Foi preciso um estômago forte (e um coração resistente), para concluir as partes mais verdadeiras e duras da leitura.
Se você já assistiu a uma reportagem sobre violência doméstica, conhece alguém que já passou por isso ou até mesmo já leu algo sobre o assunto, aposto que se perguntou o que levou a mulher a continuar naquela situação.
Quando a mulher é pobre, sem estudo, normalmente se escuta dizer que é porque ela não tem opção, não tem conhecimento do que pode fazer para sair desse ciclo de violência.
Mas e quando a mulher não entra em nenhum desses estereótipos? Ela é bem educada, culta.
Tem trabalho, família e todos os motivos do mundo para escapar da violência?
É essa história que a Janethe nos apresenta de maneira sublime.
Sem eufemismos, sem desculpas e com a crua realidade de uma vida marcada pela violência, o novo romance da Janethe vai fazer você se arrepiar.
Gente, eu confesso ter sofrido muito [muito MESMO] durante essa leitura.
Precisei parar, respirar fundo e desanuviar a mente para conseguir ler.
Sabe quando as palavras fazem você sofrer? E, mesmo assim, você não consegue largá-las?
Ela também conseguiu mostrar os momentos felizes vividos por essas famílias.
Aquelas situações em que normalmente vemos a mulher dizendo “mas ele estava mudado, prometeu que não faria mais isso”. Pois é, ela retrata tudo isso e faz você sofrer junto com a Drica, soluçar junto com a pequena Letícia ao ver a mãe sofrer e ficar com o coração apertadinho cada vez que a Adriana insistia em perdoar o marido.
É um daqueles livros que, por mais que você tente evitar, vão deixar uma marca na sua vida e fazer você pensar e analisar muitas coisas.
Uma leitura emocionante e arrasadora, totalmente indicado para quem gosta de grandes emoções.
Recomendo!

http://indeath.com.br/2012/02/brasileirissimo-01-janethe-fontes-sentimento-fatal/#.T4G745mvivs
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naniedias 01/03/2012

Sentimento Fatal, de Janethe Fontes
Adriana era ainda uma adolescente quando conheceu Roberto. Pouco tempo depois os dois se casaram e uma gravidez inesperada a atou ao homem que amava.
Entretanto, com o passar do tempo, os ciúmes de Roberto atingiram níveis alarmantes e ele foi ficando cada vez mais violento.
Agora as agressões físicas eram frequentes e Adriana suportava tudo calada. Por medo. Medo do marido, medo de perder a filha, vergonha de contar a verdade.
Mas ao reencontrar Daniel, seu antigo amor dos tempos de adolescência, ela se lembra da mulher forte que sempre foi e tentará se livrar desse Sentimento Fatal.

O que eu achei do livro:
Sentimento Fatal é um livro que dói no coração de qualquer mulher. A obra de Janethe Fontes é ficção, mas trata de um assunto que, infelizmente, está super presente na vida real: a violência contra a mulher. Segundo a Anistia Internacional (conforme citado no próprio livro), um terço das mulheres sofre ou já sofreu algum tipo de violência. E, ainda mais alarmante, 70% das mulheres assassinadas foram mortas por seus companheiros ou ex-companheiros. É um assunto sério e que precisa ser discutido. Inseri-lo em um livro pode ajudar muitas mulheres a tomar coragem para denunciar esses abusos.
O mesmo assunto já havia sido retratado, embora de maneira bem diferente, no outro livro que li da autora, Vítimas do Silêncio. Em Sentimento Fatal, entretanto, apesar de ainda manter uma escrita simples e um ritmo dinâmico, conseguimos observar uma grande evolução na escrita da autora - o que é maravilhoso!
A edição da Dracaena deixa um pouco a desejar na revisão, o que é uma pena. Atrapalha um pouco a leitura? Eu acho que erros recorrentes (um ou dois conseguimos encontrar em qualquer livro, por mais bem revisado que seja) sempre acabam atrapalhando. Entretanto, a história é realmente muito boa e a leitura vale a pena.
Um dos personagens do livro - Daniel - também me incomodou um pouco. A narração, em terceira pessoa, sempre o caracteriza como um bom rapaz, sério, centrado, resumindo, uma excelente pessoa. Entretanto, em vários momentos a reação dele era um tanto quanto contraditória. Ainda que não fosse tão violento quanto Roberto, ele se descontrolou e me assustou um pouco.
Adriana é uma persnagem densa. Uma mulher forte, mas que está enfraquecida pela situação na qual se encontra - tem muito medo do marido, um medo infundado de perder sua filha, de apenas cinco anos, e ainda muita vergonha de expor o que acontece em sua casa. Frequentemente usa desculpas esfarrapadas para explicar os hematomas que aparecem em seu corpo - coisa muito comum na vida real. Realmente acho que a leitura desse livro pode ajudar outras mulheres com o mesmo problema.
Sentimento Fatal é um livro sobre um amor doentio, possessivo e agressivo. Mas também é uma história de superação e recomeço.

Nota: 9
Dificuldade de Leitura: 7

Leia mais resenhas em http://naniedias.blogspot.com
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Leninha Sempre Romântica 23/02/2011

A imagem que se refletia no espelho era de dor, desesperança. Aos vinte e poucos anos de idade, ela em nada se parecia à mulher forte e determinada que fora outrora.
O que havia acontecido para que permitisse uma mudança tão radical? Onde estaria aquela mulher corajosa que fora?
Refugiara-se atrás do medo, respondeu a si mesma com amargura, enquanto fazia esforço para não perder o controle.
Mas a verdade era que há muito tempo ela não tinha mais o controle da própria situação. Por isso deixou as lágrimas correrem livremente. Em seguida, abriu o chuveiro e ensaboou-se com força para lavar as marcas que seu marido havia deixado em seu corpo... as marcas de um amor doentio.


Janethe Fontes é conhecida pelo seu sucesso como livro Vítimas do Silêncio, e agora ela nos brinda com esse livro que tem tudo para ser mais um grande sucesso.

Violência Doméstica, um tema tratado com maestria, que aborda o lado perigoso do amor, que transforma e destrói.

Adriana já não se conhecia por baixo da capa de infelicidade que se tornou sua vida, ela que sempre foi forte, de bem com a vida, agora se vê olhando para os lados, temerosa que o simples fato de cumprimentar um amigo possa ser motivo de uma noite de amargura e dor.
Mesmo com todo o medo Adriana não desiste da sua independência, precisa saber que poder trabalhar, estudar, viver como todas as pessoas normais, mas não será fácil driblar o ciúme doentio de Beto, seu marido, aquele a quem jurou amar, respeitar o qual não confia na sua integridade.

Beto usa de todos os artifícios para manter Adriana em casa, lá é seu lugar, ela não tem a necessidade de trabalhar, ele pode suprir a casa e a manter em segurança, cuidando da filha e dele acima de tudo, ele não consegue entender o por que dessa vontade de independência, ela só podia estar querendo ter um amante, deixá-lo, isso ele não aceitaria de forma alguma, Adriana era dele, e não seria de mais ninguém!

Daniel jamais esqueceu sua prima Adriana, e vendo ela agora ali, na sua frente, todo o amor que um dia guardou dentro do peito aflora, mas aquela mulher tensa, frágil, não se parecia em nada com a Adriana sorridente, viva, que ele não via há 10 anos. O que aconteceu com ela, por que aquela nuvem em seus olhos?!
Seria seu amor capaz de transformar aquela mulher frágil na Adriana que ela fora um dia?!

Sentimento Fatal é mais que um livro com um tema forte, ele nos traz um cotidiano tão comum, aquele que acontece atrás das janelas fechadas de várias casas, tantas mulheres que vivem isso no seu dia-a-dia, que por um amor doentio são sufocadas, maltratadas, humilhadas e que precisam de ajuda, mas que não sabem erguer a mão e pedir. Elas são as Marias que vemos às vezes nos noticiários, então ouvimos os comentários " Nossa eles pareciam ser tão felizes", e a felicidade pode ter existido um dia, mas foi suplantado por um monstro que vivia adormecido.

O homem é o único animal que se diferencia dos demais por agredir as suas fêmeas.
Jack London


Recebi o manuscrito desse livro enviado pela Janethe Fontes e assim que eu o tive nas mãos sabia que havia recebido um presente. É sempre uma honra ler um livro que ainda nem foi publicado por que conseguimos visualizar o que o futuro leitor irá sentir ao ler.

O livro traz um tema forte sim, mas ele é uma realidade que vemos por ai, na TV, nos jornais ou mesmo na casa ao lado. Ao ler o livro eu tentava me colocar na pele de Adriana e tentava entender o por que de ela não denunciar o marido, o por que de sempre dar mais uma chance, o por que de ela acreditar que ele mudaria, acho que consegui entender o qual difícil deve ser para uma mulher denunciar o pai do seu filho, o homem que um dia amou, claro que isso não é desculpa para aceitar ser maltratada, mas muitas mulheres não tem saída, por não ter para onde ir, por saber que as leis são falhas, e principalmente por 'Medo,' medo de atiçar ainda mais a raiva do parceiro, medo de que ele atinja não só a ela mais aos filhos, medo de morrer. E ai elas vão vivendo dia após dia pensando que ele pode ser o último!

Talvez o que a Janethe tenha tentado passar nesse livro possa ajudar algumas pessoas, e com certeza ajudará. E apesar do livro trazer um tema forte, o livro é um romance, às vezes doce, às vezes duro, mas acima de tudo um belo aprendizado.

Um livro envolvente, tocante, que prende do início ao fim que eu recomendo sem medos, por que se por um lado o tema possa assustar, por outro ele vai com certeza tocar seu coração.


Janethe Fontes 25/02/2011minha estante
Querida, fiquei realmente muito feliz por saber que você gostou de Sentimento Fatal.

Bjs.


Vanessa Meiser 21/02/2012minha estante
Que livro mais booom!!!!
Devorei ele.

Vanessa - Balaio




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