Amandaa...a 08/01/2022
Ventania - Só Para Loucos
De início, achei que se tratava de uma narrativa sobre um homem na crise da meia idade, e de fato é, mas não é apenas isso. Assim, ao decorrer do livro vamos acompanhando o personagem Harry Haller e o seu complexo de melancolia, a sua dedução de que nele havia uma natureza dual, meio homem e meio lobo. Conhecemos suas angústias e reflexões, a cerca da hipocrisia da burguesa, a cerca da guerra, alucinógenos, arte, morte, sexo, moralidade, a cerca de tudo que se pode discutir ou refletir no íntimo.
Depois, com o tratado do lobo da estepe e com a chegada dos personagens Hermínia, Pablo e Maria, a narrativa toma um rumo diferente e Harry aos poucos quebra esse paradigma de dualidade e se vê múltiplo, descobre que não há somente o lobo e o homem, mas muitas outras personalidades e sensações dentro dele; percebe que a vida vai além de seu campo de visão, de sua idade, classe social, senso moral e ético; vê que existem outros que sofrem as mesmas angústias que ele, embora por motivos distintos, tirando-lhe a idéia de que é um caso único, ele não é mais uma ilha. Agora, com a ajuda de seus amigos libertinos, vai em busca da redenção.
Algumas vezes, achei tedioso, outras vezes fiquei admirada com as críticas do Harry, e ainda outras vezes simplesmente não compreendi, como no final quando o Harry faz uma viagem alucinógena, cheia de auto descobertas. Fiquei confusa no final.