mocreia burra 19/04/2024
Estranho e contínuo palimpsesto.
?Meu corpo não tinha mais idade. Era necessário o olhar pesado e reprovador de clientes ao nosso lado num restaurante para que eu me desse conta desse corpo.?
livro curto, né? pois bem, numa tarde no salão li numa sentada esse bate-papo dessa querida.
(ps: nunca tinha lido essa querida)
a premissa é inusitada, não sei se comecei certo iniciando minha jornada de Ernaux por esse livro, mas uma coisa eu sei: EU PRECISO BEBER NUM BOTECO COM ESSA MULHER!
sinto como se ela fosse aquela mulher de idade super vivida que te esbarra em algum canto na rua e começa a contar das coisas, e você se pergunta: ?será que eu tô vivendo errado??
e aí que tá, talvez eu esteja mesmo, mas retomando ao livro, é um livro curto mas que tem seu charme. ela trata como se fosse uma fofoca de bar sobre seu namoro/ficada com um cara 30 anos mais novo que ela, que me gerou questionamentos do tipo:
1-seu ficante é insuportável e murrinha economicamente, e baita de um idiota (livramento!)
2-caceta, que imagem distorcida que temos de uma mulher mais velha com um cara jovem, se fosse ao contrário seria por interesse, certo?
3-sinto que talvez annie tem um mommy issues (esse fato não é verídico)
enfim, como eu queria ser amiga dessa mulher.
?Mas eu sabia, vendo esse casal maduro me esquadrinhando, que, se eu estava com um jovem de vinte e cinco, era para não precisar ter diante de mim, o tempo todo, o rosto marcado de um homem da minha idade, o rosto do meu próprio envelhecimento.?