Camila.Mendonca 26/08/2024
"O amor ainda tá forte"
Barry, 74 anos, casado, mas cultiva um amor pelo melhor amigo desde os seus 14 anos.
Que grata surpresa! Confesso que no começo estranhei MUITO a narrativa. Ficava pensando "que senhorzinho fala dessa forma??", não conseguia por nada exagerar um idoso narrando essa história.
Mas depois de 10%, consegui entender que tudo fazia parte da personalidade dele e apesar dele ser um personagem completamente desprezível em inúmeros momentos (Pobre Carmel!), eu consegui sentir muito apreço por ele.
Eu esperava um livro completamente melancólico e sofrido e acabei de coração quentinho. Realmente fui surpreendida muito positivamente.
Com o avançar da história (e até com os flashbacks do passado), conseguimos entender os motivos de o Barry ser como é. E apesar do sofrimento que ele causou à Carmel, sua esposa (já que a fez viver uma mentira durante toda a sua vida), consegui me solidarizar por sua dor (homem, negro, imigrante e gay, sem nunca ter lhe sido permitido viver o seu grande amor de forma livre e sem preconceitos). Dá pra entender a razão de tanta amargura e é isso que o torna tão real.
Um livro muito especial e envolvente. Eu amei os diálogos e todos os outros personagens! O Daniel, neto do Barry, é uma figura!!! A Maxine, a Carmel (só queria dar um abraço nela) e até mesmo a Donna... Todos muito especiais, apesar de suas batalhas internas. A dinâmica familiar é muito forte.
E o Morris!!!! De longe, o melhor personagem! Não é por outro motivo que o Barry se apaixonou por ele ainda tão jovem. Ele é incrível demais.
Estou muito feliz com essa leitura! Amei demais todo o desenvolvimento e o desfecho não poderia ter sido melhor!!!! Sensacional.