@lucasmascarenhas 01/08/2024
Uma ficção histórica com uma atmosfera sombria antes da Grande Guerra estourar. É uma reflexão muito importante sobre uma época sombria da história.
Com a ascensão de Hitler está cada vez mais rápida, a hostilidade contra minorias deixa de ser velada, e o nazismo se populariza no país. Livros censurados e determinados durante o holocausto por ser considerado disruptiva e conta a história de três mulheres que lutam contra o sistema por algo que acreditava em preservação aos livros (acesso ao melhor da literatura) e pela preservação de suas paixões proibidas.
A trajetória de suas protagonistas revela o poder dos livros principalmente em tempos sombrios.
Aborda também trauma e a dor da histórica LGBTI, lembrar que havia felicidade e amor entre as pessoas.
Questiona também como, por vezes, nossas ações (ou a falta delas) refletem na vida de outras pessoas, não somente nas nossas.
Um livro sobre livros, romance lgbt e mulheres fortes, no contexto histórico da segunda guerra mundial.
como qualquer controle e censura pode ser mais prejudicial para o conhecimento da verdade e objeto de manipulação de massa para o benefício de um grupo específico.
?Falar sobre amar alguém em um momento específico da vida. Não se trata de amar esse alguém para sempre, mas lembrar que sempre houve e sempre haverá algo que fez uma pessoa amar a outra?.
?Quem é você?? eu não sei muito bem, senhor, mas no momento? bom, pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então?
?Essas história podem nos ajudar a entendermos uns aos outros, a nós mesmos e ao mundo. Porque mesmo nossos dias mais sombrios podem ser mais do que simplesmente tentar sobreviver?.
?Os esforço da EFA [clube de livros para soldados estadunidense]? um pequeno lembrete de que a vida não era apenas sangue, bombas e medo. Se todos pudessem se apegar a esses lembretes, se pudessem ajudar uns aos outros a criá-los, talvez pudesse passar juntos por aquela maldita guerra. Não necessariamente inteiros, mas humanos?
?Uma guerra tão longa, tantos anos de dificuldades, de sacrifico, de medo, perda, dor, além da monotonia maçante do desamparo. Ainda assim, nada daquilo os destruíra completamente. Mesmo nos dias mais sombrios, na dor mais profunda, na mais pura exaustão, as pessoas encontravam uma forma de cultivar momentos fundamentados na esperança para incentivá-las a dar mais um passo. E depois mais um?.
?Foram os livros que lhe proporcionaram uma vida exuberante; os livros a deixavam adentrar mil mundos diferentes, onde era possível ser diferentes?.
?O tempo certamente sabia obscurecer a realidade, encarar comportamentos preocupantes através de lente cor de rosa?.
?Era o tipo raro de livro (Mein Kampf) que não oferecia segurança, apenas uma realidade assustadora e terrível?
?Até mesmo a noite mais escura vai terminar? e o sol vai nascer?
?Morrer não é nada. Assustador é não viver?
?Livro favorito? é como escolher um momento favorito na vida. Talvez você possa até citar um, mas não significa que não haja uma centena de outros igualmente importantes?
?Depois que palavras são escritas, não podem deixar de existir só porque alguém as queima. Ideias não podem simplesmente ser apagadas. Pessoas não podem ser apagadas?
?Quando a própria vida parece louca, quem sabe onde está a loucura? Talvez o excesso de sanidade seja a loucura, e a maior loucura de todas: ver a vida como ela é, e não como deveria ser?
?Os livros são um jeitos de deixarmos uma marca no mundo, não são? Mostram que estivemos aqui, que amamos e que sofremos, rimos, cometemos erros e existimos. Podem ser queimados mundo afora, mas, uma vez que palavras são lidas, não há volta, uma vez que uma história é contada, não há volta. Estes livros vivem nesta biblioteca, mas o mais importante é que estão imortalizadas em qualquer um que os tenha lido.?
?Sei que a vida real é muito mais sombria e sem esperança do que um romance bem estruturado. Nem sempre os finais são felizes, e as vezes o vilão sai vitorioso, pode ter certeza. Mas as vezes os mocinhos da vida real também vencem. Por que esta não pode ser uma dessas vezes??
?A história é construída em momentos que parecem insignificantes?
?Proibir livros, queimar livros, embargar livros é um método muito usado para apagar um povo, um sistema de crenças, uma cultura. De dizer que essas vozes não pertencem, mesmo quando esses autores representam o melhor de um país?
?Os perigos da censura governamental? há pessoas por aí desejando que o mundo só pense como elas pensam. De fato, muito antes de hitler ter o poder para incitar a queima de livros em todo o país?
?Fico acordada me perguntando quando foi que perdemos a Alemanha que eu conhecia. Alguns podem apontar para a invasão da Polônia, o ato oficial de guerra. Alguns podem olhar para o anschluss, a anexação da Áustria, da mesma maneira. Há um milhão desses momentos. A noite dos cristais, kristallnacht, ou a noite das facas longas, os boicotes aos judeus, as leis raciais, a abertura dos campos de concentração, o tratado de novembro que trouxe tanta amargura. As vezes, no entanto, penso que foi no breve instante antes de encharcarem os livros de gasolina. O instante em que o país mais instruído do mundo, alegremente e de todo o coração, escolheu virar as costas para o conhecimento?
?Muitos não se lembram de que alguns dos maiores pensadores e artista do nosso tempo nasceram no meu país. Einstein, Schrödinger, Mann, Arendt, a lista é interminável. Apesar do que os cartazes de propaganda podem fazer alguém acreditar, esses exilados representam a Alemanha que conheço muito melhor do que k louco que hoje está no comando. Cresci em um lugar que valoriza o intelecto, a razão e o discurso civil, em um país que reverenciava livros. Cresci na terra de contos de fadas dos irmãos Grimm e dos épicos de Goethe. Cresci em uma democracia, pro mais incipiente que pudesse ter sido, que abria espaço para ideias radiciais e discussões desconfortáveis, que encorajava o pensamento crítico e a liberdade de expressão? p. 376
"mais do que tudo, aprendera que livros eram sagrados, mesmo aqueles com os quais não se concordava ou dos quais não se gostava."
"O amor não precisava ser difícil. Podia ser momentos de silêncio enquanto se toma um vinho sob o toldo de um café; o toque suave de dedos numa pele que brilha de suor; o riso ao dançar pelos corredores de uma livraria; um olhar compartilhado de compreensão que não precisa de palavras para acompanhá-lo." P. 291